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Klabin
Fábrica da indústria de papéis e embalagens Klabin, nos Campos Gerais| Foto: Divulgação

A melhora no cenário da pandemia parece ter destravado uma série de investimentos em 2021. Neste ano, as empresas paranaenses ou que atuam no estado anunciaram diversos aportes na casa das dezenas e centenas de milhões de reais e, em alguns casos, até dos bilhões.

Na indústria das bebidas, por exemplo, houve movimentação. Em janeiro, a Ambev anunciou que investirá R$ 370 milhões na ampliação de sua cervejaria em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, e R$ 15 milhões na fábrica de refrigerantes de Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba. De acordo com a empresa, o aporte ampliará a produção de cervejas puro malte para abastecer os mercados do Sul e Sudeste.

Para atender o pujante setor de bebidas no estado, um grupo de seis cooperativas paranaenses indicou, em abril, a construção de uma nova fábrica de malte nos Campos Gerais. Com o nome de consórcio Intercooperação, as empresas preveem investimento de R$ 1,5 bilhão na maltaria, localizada entre as cidades de Ponta Grossa e Carambeí - a região é conhecida pelo grande número de cervejarias, grandes consumidoras de malte. O empreendimento deve gerar cem empregos diretos e até mil indiretos.

A parceria é liderada pela cooperativa Agrária, de Guarapuava, e tem a participação da Bom Jesus Lapa), Capal (Arapoti), Castrolanda (Castro), Coopagrícola (Ponta Grossa) e a Frísia (Carambeí). As empresas bateram faturamentos em 2020 que somados chegam a R$ 16,4 bilhões.

Mas a indústria foi além das bebidas em aportes. Em maio, a Klabin anunciou um novo aporte ao que já era o maior investimento privado da história do Paraná. A fabricante de papel e celulose injetará mais R$ 2,6 bilhões no projeto Puma 2, em Ortigueira, nos Campos Gerais. O valor se soma aos R$ 9,1 bilhões anunciados em 2019 para a construção da nova fábrica no Paraná. Com isso e mais a correção cambial e inflacionária, o investimento total neste projeto chega a R$ 12,9 bilhões, aplicados entre 2021 e 2023, um recorde absoluto no estado. O dinheiro será empregado em novos equipamentos.

Mais tarde, em setembro, a empresa inaugurou um terminal de contêineres ao lado do complexo Puma. O pavilhão de embarque é ligado via ferrovia ao Porto de Paranaguá, de onde a fabricante de papéis e celulose exporta boa parte de sua produção. A estrutura custou R$ 300 mil.

Quem também planeja investimentos na casa dos bilhões é a paranaense Guararapes, indústria de painéis de madeira e compensados. A empresa decidiu investir R$ 2 bilhões até 2024 para praticamente dobrar sua capacidade instalada de produção de MDF. Atualmente, a empresa pode produzir em torno de 600 mil metros cúbicos de MDF ao ano.

Parte desse dinheiro, cerca de R$ 800 mil, será usada para erguer uma nova linha de produção no complexo fabril de Caçador, Santa Catarina, onde possui filial. A estrutura aumentará em cerca de 90% a fabricação de painéis de MDF.

Também trabalhando com madeiras, mas para a construção civil, a Araupel irá investir R$ 40 milhões na ampliação de sua fábrica em Guarapuava, na região Sul do Paraná. De acordo com a empresa, com o aporte, a fábrica na cidade aumentará em 15% sua capacidade produtiva.

Uma das maiores empresas do Brasil no segmento, a Araupel tem plantas em Guarapuava e em Quedas do Iguaçu, na região Sudoeste do estado. Nas duas unidades, a empresa emprega 1,7 mil pessoas. Com a ampliação na indústria guarapuavana, novas cem vagas serão criadas.

No segmento de perfumaria, uma das maiores empresas do estado, a Baston Aerossol vai investir R$ 100 milhões em novas fábricas em Palmeira, nos Campos Gerais, onde fica sua sede. A empresa, mais conhecida por uma de suas marcas, o antitranspirante Above, vai instalar uma nova fábrica de cosméticos, uma de latas de aço e uma terceira de atuadores (que são as tampas disparadoras dos aerossóis) em seu complexo industrial.

No mesmo segmento, o Grupo Boticário, dono de marcas como Boticário, Eudora e Quem Disse, Berenice, anunciou que em 2021 seu investimento seria de R$ 600 milhões no Brasil, mais do que o dobro investido em 2020 (R$ 250 milhões). Esse dinheiro será empregado em tecnologia, centros de distribuição e fábrica e aquisições. A estratégia sustentaria uma grande loja virtual própria.

Com investimentos de R$ 100 milhões na pequena Mandaguari, cidade no Noroeste do Paraná, a Superbac – empresa que manipula micro-organismos para serem usados em produtos comerciais, como fertilizantes e produtos de limpeza – inaugurou no segundo semestre seu novo centro de inovação. Com isso, mira o aumento de produção e a entrada em novos (e promissores) mercados.

A Fiasul, maior fiação do Paraná, com sede em Toledo, no Oeste do estado, anunciou investimento de R$ 70 milhões para a construção de uma unidade flex para a produção de fios de diferentes fibras (algodão, poliéster, viscose e fios mistos). A novidade muda o perfil da empresa, fundada há 27 anos e que até hoje trabalhou exclusivamente com fio de algodão.

Maior produtora de aço do Brasil, a Gerdau reativou a produção na usina de Araucária, parcialmente desativada há sete anos. Com investimento na ordem de R$ 55 milhões, a empresa gerou 250 novos postos de trabalho com o movimento.

Uma das maiores indústrias do Sudoeste do estado, a Atlas Eletrodomésticos, de Pato Branco, fez em 2021 seu maior investimento dos últimos anos. De acordo com o CEO Márcio Veiga, a empresa desembolsou R$ 30 milhões em frentes que vão do desenvolvimento de tecnologias à ampliação da linha de produção. Dona das marcas de fogão Atlas e, desde de 2017, da Dako - seus principais produtos -, a empresa mira elevar a capacidade produtiva para 3 milhões de produtos/ano com este aporte - aumento de 25% em relação à capacidade atual, descreve Veiga.

O crescimento da indústria resultou em 200 novos empregos.

Além da indústria, outros segmentos trouxeram investimentos para o Paraná 

Não foi somente a indústria que recebeu investimentos milionários e bilionários em 2021. Outros setores também movimentaram a economia do estado neste ano.

Na logística, por exemplo, a Capital Realty, que administra um grande condomínio de logística em Campina Grande do Sul, na região metropolitana de Curitiba, anunciou novos R$ 50 milhões em investimento na expansão do empreendimento. O dinheiro será empregado para aumentar em 27 mil metros quadrados a área construída do Mega Curitiba – hoje, o complexo já tem 70 mil metros quadrados ocupados por empresas que usam o espaço principalmente para montar seus centros de distribuição.

A rede de farmácias Panvel, do Rio Grande do Sul, por exemplo, investiu R$ 25 milhões em um novo centro de distribuição em São José dos Pinhais. Com 16 mil metros quadrados, a unidade é responsável pelo abastecimento de 150 lojas no Paraná, São Paulo e Santa Catarina e pelas vendas online para o país todo. A empresa anunciou que a estrutura abriu 500 vagas de empregos na região.

No turismo, o Grupo Cataratas está construindo um aquário em Foz do Iguaçu. Com investimento de R$ 100 milhões, o AquaFoz deve ficar pronto em 2023. Gigante do turismo, o Grupo Cataratas comanda dois dos atrativos mais famosos na cidade: as Cataratas do Iguaçu e o Marco das 3 Fronteiras. Também tem experiência com aquários. É a empresa que comanda o AquaRio, no Rio de Janeiro, o maior aquário marinho da América do Sul.

A saúde também teve movimentação. O laboratório paranaense Diagnósticos do Brasil (DB), de São José dos Pinhais, anunciou R$ 75 milhões em investimentos em estrutura, capacidade produtiva e soluções digitais. Parte do dinheiro, de acordo com a empresa, será aplicado na construção do braço DB Toxicológico, um centro laboratorial dedicado a exames de toxicologia.

Não foi diferente no varejo. A rede paranaense de supermercados Condor inaugurou neste ano uma unidade de processamento de carnes em Curitiba. O frigorífico recebeu R$ 100 milhões de investimento em equipamentos, tecnologias, campanhas publicitárias e treinamentos. A unidade fica junto à central de distribuição da empresa, em um espaço de 5 mil metros quadrados. Ela emprega 170 pessoas e é capaz de processar 3,6 mil toneladas de carnes por mês.

Ao longo dos próximos dias, você confere também como foram os investimentos nas fortes indústrias alimentícia e automotiva do estado.

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