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O que o Bom Jesus ganha na negociação com o Colégio Novo Ateneu?
| Foto: Divulgação

A partir de 2021, o número 1.468 da Av. Nossa Senhora Aparecida, em Curitiba, terá um novo nome. Após uma negociação descrita como rápida, o Grupo Educacional Bom Jesus assumirá a estrutura do Colégio Novo Ateneu, que atuava no imóvel do Seminário há mais de duas décadas – foi a última sede da instituição centenária.

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Com o movimento, o grupo deve abraçar um novo e forte mercado: as centenas de famílias da região que perdem uma instituição de ensino referência.

Em entrevista à Gazeta do Povo, o diretor-geral do Grupo Educacional Bom Jesus, Jorge Apóstolos Siarcos, conta detalhes da negociação – que não foi de fato a compra da marca Novo Ateneu, mas, sim, da estrutura física. Confira:

Gazeta do Povo: Como começaram as conversas entre o Bom Jesus e o Novo Ateneu? Por que esse negócio interessou ao grupo?

Jorge Apóstolos Siarcos: As tratativas entre as duas instituições ocorreram recentemente e foi um processo relativamente rápido. Afinal, os proprietários do Colégio Novo Ateneu já estavam decididos em relação ao destino do Colégio que, como anunciado por eles, encerrará as atividades no final de 2020.

Desde o início desse diálogo, ficou muito claro o objetivo do Novo Ateneu, que era o de encontrar uma instituição de ensino, e não uma empresa de outro segmento do mercado, para iniciar novas atividades no mesmo endereço. Isso porque muitas famílias do bairro Seminário e proximidades são atendidas com Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. Então, o Novo Ateneu gostaria muito que o novo negócio no atual endereço fosse uma escola.

A partir dessa decisão, a próxima etapa foi encontrar uma instituição que tivesse valores semelhantes aos do Novo Ateneu, que sempre prezou por uma formação humanizada e de qualidade. Dessa maneira, o Colégio Bom Jesus foi a primeira escolha. Tendo em vista esse cenário, de uma educação que valoriza a formação humana, o Bom Jesus encontrou nessa oportunidade uma maneira de estender seu projeto educacional de mais de 120 anos de tradição para centenas de outras famílias.

Essa região do Seminário ainda não era atendida pelo Bom Jesus? O quanto isso agrega para a marca em termos de potencial de alunos?

O Grupo Educacional Bom Jesus atende cerca de 25 mil alunos e possui aproximadamente 4,2 mil funcionários. Na Educação Básica, o Colégio Bom Jesus possui 37 unidades de ensino no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Apenas na capital paranaense e região metropolitana, são 11 unidades, contando com o novo Bom Jesus Seminário. Então, temos famílias de todos os bairros de Curitiba e cidades próximas em nossos colégios. Agora, com esta nova unidade, temos certeza de que vamos trazer uma nova opção segura e de qualidade para centenas de alunos do Seminário e dos bairros vizinhos.

O Grupo tem olhado para outros colégios com essa visão de aquisição? Ou seja, podemos ter novos negócios envolvendo o Bom Jesus no curto e médio prazo?

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o Colégio Bom Jesus não comprou o Colégio Novo Ateneu. Nesse caso, o Bom Jesus foi convidado a iniciar uma nova unidade de ensino, totalmente desvinculada da administração do Novo Ateneu, no mesmo endereço.

Em relação ao modelo de expansão do Colégio Bom Jesus, temos outros exemplos de parcerias com diferentes denominações religiosas e também empresas privadas em cidades nas quais instalamos novas unidades. As mais recentes foram em Itajaí e Palhoça, em Santa Catarina. Nessas cidades, o Colégio Bom Jesus foi convidado por empresas privadas para utilizar suas infraestruturas e aplicar nossa proposta pedagógica e serviços para a comunidade local. Mais próximo de Curitiba temos a unidade em Maringá, onde criamos o Colégio Bom Jesus Carlos Démia no lugar de uma antiga escola antes gerenciada pela Congregação das Irmãs de São Carlos de Lyon.

O Grupo Educacional Bom Jesus sempre pautou seu projeto de expansão por um conceito sustentável e não predatório. Para iniciarmos uma nova unidade, sempre analisamos primeiramente a demanda local por uma proposta pedagógica que vai além dos números e prioriza a formação humana do indivíduo, que conduz pessoas para serem transformadoras da sociedade. Neste momento, não temos mais nenhum projeto dessa natureza em nosso radar no curto prazo, já projetando 2021, mas estamos sempre observando as movimentações do segmento.

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