Ledo engano quem pensa que pantufa é coisa de inverno. Prova disso é o Pantufas.com, maior e-commerce do item do país e que fatura o ano todo. A empresa curitibana surgiu há três anos e aposta no conceito do homewear, que atrela diretamente estilo e moda à conforto.
Entre os clientes, gente de todo o Brasil, inclusive, grandes influencers, como o craque Neymar Júnior, o cantor Lucas Lucco, a apresentadora Ana Maria Braga e o humorista Whindersson Nunes.
A criação dos produtos tem DNA nacional e a produção das peças acontece na China. A sede da empresa fica no bairro Campo Comprido e, atualmente, emprega nove colaboradores, além dos três que atendem no quiosque do Shopping Palladium - que a empresa abriu em maio deste ano. Quem está frente do negócio é o cascavelense Dax Senden que, desde a fundação de sua empresa, vendeu mais de 50 mil pares de pantufas para o público que ele chama de “jovem adulto”. Agora, ele busca o mercado internacional.
Confira a conversa do executivo com o Paraná S/A.
Por que apostar na venda de pantufas?
Especialmente pelo grande vínculo que as pantufas têm ao conceito de “homewear”, diretamente atrelado a moda do conforto.
Acreditamos que ser chique é estar confortável. Um exemplo é o executivo que viaja de primeira classe. Antes ele usava terno e gravata, hoje prefere usar moletom e pantufas.
O cantor Lucas Lucco, por exemplo, foi visto usando o nosso modelo Sulley no aeroporto – logo virou pauta no programa Mais Você da Ana Maria Braga. Neste dia, a apresentadora estava calçando o nosso modelo Unicórnio. Ou seja, pantufas estão cada vez mais inseridas no lifestyle das pessoas.
A empresa fez o caminho inverso do que vemos no mercado. Surgiu online e só depois é que abriu uma unidade física (quiosque do Palladium). Como perceberam a oportunidade?
Desejávamos alcançar todo o Brasil. Por isso, na época, a opção mais viável seria apostar no e-commerce. E para a nossa sorte, tínhamos um domínio muito forte que é o pantufas.com.
Quando optamos por abrir uma loja física, foi buscando maior interação com os nossos consumidores também no ambiente offline. Além disso, somos uma marca curitibana e lançar este protótipo em nossa terra natal sempre foi um grande desejo.
O produto atende todo o território nacional. Há uma concentração dos consumidores? De qual região?
Devido as características dos nossos produtos, temos maior concentração de consumidores nas regiões Sul e Sudeste – São Paulo e Paraná lideram; Rio de Janeiro está em terceiro.
Qual o processo de seleção dos modelos?
Trabalhamos com marcas licenciadas, como Disney, Warner e Sony, atendendo a demandas do universo Geek, de filmes, séries, desenhos animados, entre outros. Mas, também trabalhamos com modelos exclusivos: é o caso do Unicórnio e Flamingo que estouraram em vendas nos últimos anos.
O produto vem pronto da China?
Boa parte do nosso mix de produtos vêm da China e estamos acostumados com os prazos dos processos de importação. Porém, com o passar dos anos, aumentamos cada vez mais a participação de fornecedores brasileiros.
Quantas unidades de pantufas já foram vendidas?
Desde a sua fundação, o Pantufas.com comercializou mais de 50 mil pares de pantufas. Ano passado ultrapassamos os 20 mil pares/ano e nossa meta é ultrapassar esse número em 2019. Apesar do mercado estar totalmente diferente, contamos com eventos como a Black Friday e a Comic Con Experience (CCXP) para atingir esse objetivo.
Como foi essa experiência no Comic Con e o que representou para a marca?
Participamos da CCXP pela primeira vez em 2018. Podemos dizer que foi a experiência offline mais incrível da marca. Além de ser um evento surreal em termos de criatividade, de marcas envolvidas, de convidados e perfil de público, atingimos todas às expectativas de vendas.
Este ano triplicamos o investimento para participar novamente do evento. Há meses estamos trabalhando focados na CCXP 19 e também na Black Friday. Essas datas estão no auge do verão, juntamente com o Natal – períodos importantes de vendas. Ou seja, estamos quebrando o paradigma de que pantufa só se vende no inverno.
Como espera ver a empresa daqui há cinco anos?
No ambiente online, nossa participação cresce todos os dias. Em 2020, temos o projeto de três novas lojas virtuais que estão em desenvolvimento. No ambiente offline, pretendemos ampliar nossa rede de quiosques, possivelmente investir em franquias, mas o modelo ainda está em discussão.
Outra novidade é o nosso site internacional que será lançado ainda em 2019, atendendo primeiramente os Estados Unidos. Portugal também está na lista do projeto de internacionalização da marca.
Buscamos, cada vez mais, a diversificação de produtos e segmentos. Em parceria com um de nossos fornecedores foi desenvolvida uma marca inovadora de produtos para pets. A Guapo será apresentada durante a CCXP 19 e é a nossa principal novidade para 2020.
Qual maior dificuldade em empreender?
Acho que a maior dificuldade está na instabilidade do dia a dia. Digamos que o sentimento é ambíguo, pois os desafios diários são, ao mesmo tempo, assustadores e motivacionais.
A instabilidade política e econômica do Brasil também assusta de vez em quando, mas ao ouvir de verdade as necessidades das pessoas, não é difícil identificar novas oportunidades de negócio que geram valor real para os usuários e colaboradores.
Recentemente no Brasil se criou uma narrativa muito romantizada em torno do empreendedorismo e, na prática, não é bem assim. Se vende um conceito de que, para empreender, basta muito esforço e resiliência, mas não se resume somente a isso. Na prática, é um sistema com infinitas variáveis, grandes responsabilidades e stress, mas que pode ser muito gratificante sim.
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