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Projetos serão desenvolvidos com a ajuda do laboratório do Senai
Projetos serão desenvolvidos com a ajuda do laboratório do Senai| Foto: Marcelo Andrade/Arquivo/Gazeta do Povo

Dez empresas terão um desafio intenso nos próximos três meses: implementar soluções com o DNA paranaense no combate à Covid-19. Elas foram selecionadas em um edital público, o Saúde Tech. A parceria entre o governo do estado, a Fundação Araucária e o Senai garante um aporte de até R$ 140 mil para cada, além de treinamento técnico para que os produtos cheguem ao mercado.

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São projetos como um aparelho portátil de desinfecção de ambientes, fruto de uma parceria entre duas profissionais do estado e a empresa Mão Colorida, de Curitiba. O equipamento lembra uma pequena luminária e é capaz de eliminar micro-organismos perigosos em áreas de 60 metros quadrados (é ideal para salas de espera, salas de triagem de clinicas médicas, escritórios, pequenos comércios e salas de aula, por exemplo).

A ideia das desenvolvedoras – a mestre em Design de Produtos Ana Claudia Gabardo e a doutora em Engenharia Aeronáutica Viviane Gaspar Ribas El Marghani – foi criar um mecanismo mais prático de desinfecção de ambientes. Hoje, essa limpeza é feita por tubos e dutos que exigem engenharia pesada. “Fechamos a parceria com a Mão Colorida para esse desenvolvimento, pois eles têm, além de uma equipe técnica altamente qualificada, um parque fabril bem grande e completo que infelizmente está subutilizado nesse período”, conta Gabardo.

Com o impulso do Saúde Tech, a empreendedora espera conseguir novos investimentos e produzir pelo menos 3 mil unidades do produto.

Outro selecionado é de Maringá: um software que usa inteligência artificial para monitorar o tráfego de pessoas nas cidades. “Para isso, consumimos as imagens de algumas câmeras públicas. O objetivo é que esses dados ajudem os órgãos públicos na tomada de decisão a respeito da manutenção/aplicação das quarentenas”, destaca o empreendedor Alan Melo Clapis, da EurekaLabs. A empresa, que atua há quatro anos com desenvolvimento de aplicativos móveis e outras tecnologias, já tem o algoritmo desenvolvido, mas espera o apoio do Senai para aprimorá-lo em aplicá-lo em outras cidades.

Senso de urgência

De acordo com Luiz Marcio Spinosa, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, o chamado público concluído em cerca de um mês – prazo que surpreende por conta das burocracias tradicionais nos editais públicos – foi possível graças aos decretos de estado de emergência vigentes no Paraná. “Reduzimos em quase 80% do tempo normal de uma chamada. Isso ajudou na celeridade destes projetos”, destaca.

O diretor destaca que a união com o Senai também buscou acelerar as soluções, juntando o conhecimento científico dos membros da Superintendência de Ciência e Tecnologia do estado à capacitação técnica do Sistema S.

“Diferente de outras chamadas, procuramos projetos que já estivessem em fase final de desenvolvimento, em fase de pré-mercado. Era crucial que tivéssemos produtos para colocar no mercado e solucionar a pandemia. Não poderíamos esperar dois anos”, destaca Fabrício Lopes, gerente executivo de Tecnologia e Inovação do Sistema Fiep. A partir de agora, as empresas serão guiadas pelo Senai de acordo com suas necessidades – poderá ser a compra de software, desenvolvimento de tecnologia ou treinamento de pessoal, para exemplificar.

Também pelo senso de urgência, a chamada não discriminou porte ou origem das empresas. “Temos algumas muito grandes e tradicionais, como as Tintas Renner; algumas médias e outras em estágio inicial, que ainda estão sendo aceleradas”, destaca Lopes. Isso ficou refletido no conjunto de produtos selecionados. “No caso da Renner, [a solução selecionada] é uma tinta antiviral. Eles já tinham domínio dessa tecnologia, só vão aplicar nas tintas. Tem um outro projeto que é a substituição de materiais usados na fabricação de álcool gel. Parece uma coisa simples, mas para produzir o álcool, alguns dos insumos são importados. Eles serão desenvolvidos aqui para que possamos fazer um álcool 100% brasileiro”, exemplifica.

De acordo com Lopes, as soluções devem chegar ao mercado em “no máximo em três meses”. “Tínhamos que ter uma capacidade de finalizar o projeto neste prazo. Estamos certos de que as dez (empresas) têm projetos muito poderosos e que no curto prazo ajudarão no combate ao Covid. Mas, claro, terão sucesso também depois, já que elas têm as suas preocupações econômicas. Estamos fazendo com que a empresa cresça e empregue pessoas. Isso volta para o estado”, avalia.

De acordo com a Fundação Araucária, o estado se beneficiará das soluções, ainda que o investimento esteja sendo feito na iniciativa privada. “A grande busca é solução para um problema do estado [a pandemia do novo coronavírus]. O que se tem é um compromisso que essas empresas possam oferecer as soluções com um diferencial para o estado do Paraná. Até mesmo em termos de custos. Oferecer os produtos e serviços com preços abaixo do mercado ou de mercado”, diz.

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