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Sem blockbusters, Cinesystem teme retomada arrastada no setor de cinemas
| Foto: Divulgação

A reabertura dos cinemas em cidades como o Rio de Janeiro, que permitiu com restrições a atividade no começo do mês, trouxe um sentimento agridoce para uma das maiores redes do país, a maringaense Cinesystem. Com salas fechadas desde março, a empresa soma quebra de 90% em seu faturamento. Apesar de a retomada nas atividades já estarem ocorrendo, o diretor comercial e de marketing da rede, Sherlon Adley, sustenta que a falta de blockbusters neste ano e a desconfiança do público farão com que a economia do setor só engrene de vez nos próximos anos.

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“Perdemos dois meses que são nosso segundo Natal, junho e julho, que pega uma programação infantil. Nesse ano teria ‘O Rei Leão’ [um dos filmes mais aguardados desta temporada], para se ter uma ideia”, destaca o diretor da rede, que é uma das cinco maiores exibidoras de cinema no país – tem 26 unidades espalhadas por diversos estados, como Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, somando 160 salas e 30 mil lugares.

Adley explica que com a incerteza na retomada dos cinemas, as distribuidoras cancelaram o lançamento de filmes com muito potencial de sucesso. “Você pensa: ainda tem outubro, novembro e dezembro [para recuperar o faturamento]. Mas, não. As distribuidoras pegaram todos os filmes e colocaram para 2021 ou lançaram no streaming [serviços como Netflix e Amazon Prime]. Mesmo você reabrindo, o que eu tinha no começo do ano, eu não tenho mais. Saíram ‘007 – Sem Tempo Para Morrer’, ‘Mulan’, ‘Kingsman 3’ e muitos outros. (...) Hoje tem somente dois filmes de médio para grande confirmados, mas o cinema vive de blockbusters”, diz. “Esse ano foi um ano perdido. O desafio para 2021 é reconstruir o que se perdeu, colocar de pé o segmento. Vamos demorar uns três anos para recuperar”.

Para o diretor comercial, outros fatores devem pesar nessa lentidão no processo de retomada, como a recuperação da confiança do frequentador dos cinemas. Para ele, isso dependerá de uma vacina e bons protocolos sanitários.

Drive-in para manter o cliente perto

Durante os meses de quarentena mais rígida, a Cinesystem apostou na criatividade para manter a marca na cabeça dos cinéfilos. Foi a primeira rede apostar nos cinemas drive-in, que se tornaram uma marca deste período conturbado.

Inaugurado no início de maio em Praia Grande, litoral de São Paulo, o drive-in de cinema da Cinesystem, em parceria com o Litoral Plaza Shopping, fez sucesso por contemplar o saudosismo dessa modalidade de exibição de filmes e se tornar uma opção viável de entretenimento seguro no auge da crise sanitária. Apesar disso, Sherlon Adley admite que a estratégia foi mais voltada a manter relacionamento com clientes do que, de fato, evitar as perdas financeiras.

“É como uma sala pequena. Um cinema [tradicional] geralmente tem dez salas, cada uma com 200 lugares. No drive-in, a capacidade é só para 80 carros. O maior deles [dos que abriram nos meses de pandemia] tinha capacidade para cem”, explica o diretor. De acordo com ele, o número de sessões também é reduzido – são geralmente duas por noite –, enquanto cada sala de cinema normalmente tem quatro ou cinco. Com isso, admite o executivo, o cinema drive-in paga sua própria conta, mas não tem efeito em amenizar o prejuízo das redes.

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