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Foto: Naideron Júnior.
Foto: Naideron Júnior.| Foto:

Uma mensagem no WhatsApp do empresário Gabriel Beleze fez seus olhos brilharem: “Você viu que a Fernanda Souza está falando da Skelt no Instagram?”. No stories feito para a rede social, a atriz e influenciadora elogiava um iluminador corporal da marca curitibana, dizendo que o custo-benefício do produto nacional era melhor do que o importado que usava antes.

Esse tipo de publicidade gratuita e genuína é o sonho de muitas marcas. Fernanda tem 18 milhões de seguidores no Instagram e quase dois milhões de inscritos em seu canal no Youtube. Além dela, outros nomes influentes na internet, como Lala Rugde, Gabriela Pugliesi, Giovana Lancelotti, Julia Faria e Nati Voza, ajudaram a vender a Skelt para o mercado, tanto por meio de publicidade paga quanto espontânea.

A Skelt surgiu em 2013. Aos 23 anos, Gabriel Beleze estava no último ano do curso de Engenharia de Produção quando se rendeu ao desejo antigo de empreender. No final do mesmo ano ele lançava a marca especializada em autobronzeadores, um nicho de mercado que sempre o agradou.

“Eu sempre gostei de cosméticos, como consumidor mesmo, e sempre usei autobronzeador, mas nunca achava um que realmente fosse de qualidade. Ia para a faculdade todo laranja”, brinca ele.

Gabriel conta que sempre quis desenvolver um produto eficaz, que não ficasse manchado ou tivesse um cheiro forte demais. Além de estudar o mercado, começou a pesquisar formulações de produtos e ingredientes usados lá fora. O negócio começou com investimento de dois sócios, os pais de Gabriel. O valor aportado, contudo, eles preferem não abrir, assim como o faturamento da Skelt , informações que consideram estratégicas.

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A estreia da marca no mercado foi com dois iluminadores, produtos que funcionam como maquiagens corporais que saem no banho. Para desenvolver a fórmula do bronzeador, ele recorreu a uma consultoria química e ao trabalho de um laboratório terceirizado. Foram oito meses de desenvolvimento, até que o resultado fosse exatamente o esperado. Na sequência, começaram as pesquisas para o desenvolvimento de duas fórmulas de autobronzeador, lançados no final de 2017.

 

O ponto de virada para a marca foi a entrada na Drogaria Iguatemi, no final de 2017, segundo Gabriel. “Eles compraram a ideia da Skelt. Depois vieram outros parceiros, mas eles continuam conosco até hoje”. Ao todo, são dois mil pontos de venda em todo o país, entre drogarias e lojas de cosméticos, além do e-commerce, que vem ganhando participação expressiva nas vendas.

O portfólio é enxuto. São sete produtos, incluindo autobronzeadores, iluminadores e bronzeadores instantâneos, de curta duração. Tem até autobronzeador anticelulite. Os carros-chefe são o autobronzeador em musse, com duração de 7 a 12 dias, e o iluminador, aquele usado e recomendado pela Fernanda Souza. Na última semana, a empresa lançou uma água bronzeadora e um autobronzeador facial anti-idade. A ideia é lançar mais três itens até o final deste ano.

“Estamos tentando encurtar o tempo entre os lançamentos, mas é um processo complexo. Antes da aprovação na Anvisa, precisamos fazer quase 70 dias de teste de eficácia, quando 50 candidatas usam o produtos por quase 60 dias pra comprovar que o que está escrito no rótulo é verídico”.

À frente da Skelt, Gabriel é quem planeja os lançamentos e desenvolve os produtos com a ajuda de parceiros especializados, além de cuidar de toda a rotina administrativa da empresa. O irmão, Henrique Beleze de Oliveira, é responsável pelo e-commerce. Mesmo com as parcerias no desenvolvimento e fabricação, toda a operação da Skelt está concentrada em Curitiba. A equipe própria é formada por 15 pessoas.

“Não é fácil. É uma curva de aprendizado e levou um tempo até que começássemos a vender. Começamos com a Drogaria Iguatemi, no final de 2017. Até lá, tivemos que suar muito. Tem que persistir”.

Demanda o ano inteiro

Engana-se quem pensa que as pessoas querem estar bronzeadas apenas no verão. No e-commerce, por exemplo, a demanda pelos produtos da Skelt acontece o ano inteiro, para eventos e festas, com um aumento natural da procura no período que antecede o calor. A orientação para evitar a exposição prolongada ao sol somada à visibilidade da marca gerada pelas influenciadoras digitais impulsionou o mercado de autobronzeadores – e trouxe um desafio para a Skelt.

Com fornecedores no Brasil, Alemanha, Suíça e Itália, a Skelt teve dificuldades logísticas para equilibrar a demanda com a produção e o estoque. A demanda era incompatível com o estoque, explica Gabriel, porque o aumento da produção dependia de componentes e embalagens importados, com prazos maiores para a entrega. “Às vezes tínhamos condições de produzir, mas faltavam as embalagens. Foi um grande desafio, principalmente porque a empresa estava numa crescente”, diz.

A solução foi estreitar a comunicação com os fornecedores e planejar melhor os prazos e o estoque da Skelt, aumentando a quantidade de componentes e de embalagens em cada pedido. Agora os fornecedores já estão mais preparados para atender a empresa.

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