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Sudoeste
Fabricantes de panelas e outros itens de metal tiveram bons resultados no Sudoeste do Paraná| Foto: Jose Fernando Ogura/Aen

Um dos grandes polos do setor metalmecânico no país, o Sudoeste do Paraná atropelou qualquer crise econômica causada pela pandemia. Graças a uma pujante indústria de utensílios domésticos de metal, ferramentas e eletrodomésticos, a região viu as vendas de sua produção crescerem a uma ordem de 20% a 25% em 2020 e, hoje, tem até dificuldade em preencher vagas de trabalho abertas para o setor.

De acordo com Olcimar Tramontini, presidente regional do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico (Sindimetal), a pandemia alavancou as vendas em todos os segmentos relacionados aos cuidados domésticos. Como a região tem 800 indústrias que produzem justamente itens para a casa e construção, a economia local foi altamente impactada.

"Percebemos o aumento nas vendas em todos os setores relacionados ao 'fique em casa'. Utensílios, panelas, fogões, geladeiras, cadeira de escritório para quem está em home office… Tudo isso foi beneficiado", descreve Tramontini.

O empresário, que também comanda a Ferramentaria Tramontini, em Pato Branco, indica que, ao contrário do comércio local, que sofreu com as paradas causadas pela pandemia, a indústria seguiu crescendo ao longo de todo 2020. Isso levou a um inusitado cenário em um ano de preocupações econômicas: o setor sente a escassez de mão de obra, qualificada ou não.

"Em todo o Sudoeste do Paraná está assim [com vagas sobrando]. Pesquisamos também o norte de Santa Catarina e percebemos que eles também estão com essa escassez. (…) Quem vier à região e estiver interessado em trabalhar no setor, terá facilidade para encontrar colocação. Pode não ser uma função que ele [o candidato a uma vaga] sonha, mas emprego tem", diz. Não há, no entanto, um cálculo de quantas vagas de emprego estão disponíveis nas indústrias da região.

Bons resultados para as empresas da região

Os bons números surgem nos balanços e planejamentos estratégicos das empresas locais. Como é o caso da Atlas Eletrodomésticos, de Pato Branco, uma das maiores da região. A dona das marcas de fogões Dako e Atlas deve desembolsar em 2021 R$ 30 milhões para ampliação da linha de produção. Aproveitando o bom momento das vendas, a empresa pretende expandir em 25% sua capacidade atual de produção. O movimento abrirá cerca de 200 vagas de trabalho (atualmente a empresa emprega 1,8 mil pessoas).

Da mesma forma, empresas como a Panelux, de Palmas, e a MTA, de Marmeleiro, registraram bons números em 2020. A Panelux, com produção de 400 mil panelas de pressão por mês é a segunda maior empresa do segmento no Brasil; a MTA, pioneira na região, também ocupa espaço entre as quatro maiores do país -- sua produção é de 2 milhões de unidades por ano.

O bom momento da indústria metalmecânica do Sudoeste superou, inclusive, a alta dos preços nos insumos de produção, como aço, alumínio e embalagens. De acordo com a Sindimetal, alguns produtos encareceram 100%. É que a retomada industrial no mundo foi desigual e, em muitos casos, a oferta da indústria de base não acompanhou a demanda. Um custo que, segundo Olcimar Tramontini, acaba sendo repassado ao consumidor. Mas que, ao menos por ora, não deve frear as plantas fabris da porção mais ocidental do estado.

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