Empresárias criam serviço de entrega só com mulheres e miram mercado nacional

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Após a pandemia afetar diretamente os negócios em sua empresa, duas empreendedoras de Curitiba investiram em um nicho de negócio ainda pouco explorado e agora miram em crescimento nacional. Há dez anos atuando no ramo de recepção de eventos, as empresárias Gislaine Queiroz e Eliceia Dalprá comandam agora também a Única Entrega, uma empresa de entregas de moto e carro só com mulheres.

A empreitada tem sido de sucesso. A empresa ultrapassou as 7,5 mil entregas em 2020 e já realizou mais de 800 serviços no primeiro bimestre deste ano. Nas próximas semanas, deve lançar seu aplicativo próprio e, ainda neste ano, a expectativa é que a Única Entrega chegue a outras cidades no país -- hoje está disponível apenas na Grande Curitiba.

Gislaine Queiroz explica que a ideia surgiu ainda no primeiro semestre do ano passado, quando a pandemia zerou a demanda pelos serviços de recepção de eventos que ela e sua sócia mantêm. Sem renda, ela começou a fazer entregas para empresas e pessoas conhecidas. Quando o volume de pedidos começou a aumentar, a empresária percebeu que havia um nicho a ser explorado.

De lá para cá, a Única Entrega se especializou nas entregas feitas por mulheres, sobretudo de produtos delicados, que exigem mais atenção -- bolos confeitados, cestas de café da manhã e cerâmicas, por exemplo. Com a expertise de empresa de recepção, as empresárias ensinam dicas de cordialidade e simpatia às entregadoras, o que se tornou um dos diferenciais da empresa e uma das razões do sucesso.

A saída forjada na crise, explica a empresária, ainda não cobre a perda de remuneração na empresa de eventos -- o segmento foi um dos mais afetados com as medidas restritivas adotadas no último ano para conter a Covid-19. Mas as expectativas são as melhores. A empresa hoje conta com cinco entregadoras (na média mensal) e dois funcionários, contratados em meio à pandemia.

Além disso, com um importante apoio do Sebrae-PR, está desenhando um plano de crescimento escalonado. "Ainda estamos estudando a melhor forma. Como estamos entrando agora no mundo das entregas, queremos analisar as opções. De repente, até encontramos um investidor para estar com a gente", descreve Gislaine. "Mas, nesse ano, com certeza vamos chegar a outras cidades", destaca.

Carlos Coelho

Jornalista da Gazeta do Povo desde 2007, edita o blog Paraná S.A e escreve sobre economia e política paranaenses. Atuou como editor de Mundo, Tecnologia, Economia e Gastronomia, além de participar das coberturas de Eleições, Copa do Mundo e Olimpíada.

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