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A imagem mostra a planta da usina de biodiesel.
Além da geração de empregos diretos e indiretos, com 10 mil famílias cadastradas para fornecer soja, matéria-prima da usina de biodiesel, por meio de um acordo com o Governo do Estado, o Grupo Potencial está investindo na infraestrutura da região, aproximadamente, R$ 18 milhões para a pavimentação de 5 quilômetros da Estrada do Lara, na área rural da Lapa.| Foto: divulgação.

O paranaense Arnoldo Hammerschmidt tem sua vida pautada pelo cheiro de combustível. No ano que nasceu, em 1954, a família inaugurou um posto de gasolina, na Lapa, o que viria a ser o primeiro empreendimento de um negócio promissor.

Em 1994, ele fundou a Potencial Petróleo, com sede em Araucária, que é referência na distribuição de combustível no país. Era o pontapé para o que se tornou o Grupo Potencial. Hoje, na carteira de clientes, são mais de cinco mil postos, destes, 200 com bandeira Potencial. O escoamento foca no mercado do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, contabilizando 2 mil municípios.

E o crescimento não para por aí. Duas décadas depois da criação do Grupo, Hammerschmidt mira em outra meta. Ele espera, que a Potencial Biodiesel, empresa que criou em 2012, seja a usina de biodiesel que mais produz no mundo. O investimento gira perto dos R$ 300 milhões. O feito pode ser alcançado já no ano que vem, em julho, quando a terceira planta na Lapa será inaugurada. Atualmente, são produzidos no local 360 milhões de litros por ano. A estimativa para o segundo semestre de 2020 é que a produção alcance 840 milhões de litros no mesmo período. “Seremos um dos maiores do mundo”, afirma o empresário.

Por telefone, o Paraná S/A conversou com Hammerschmidt sobre os negócios. Confira.

Por que entrar no mercado de biocombustíveis?

Acredito que, nos próximos anos, talvez vinte, o consumo do petróleo será menor do que o da energia renovável via combustível híbrido etanol e eletricidade. Estamos saindo de uma posição para a outra. É um caminho sem volta que fará parte do mundo todo. Essa percepção, de que o biodiesel, e tudo que envolve energia renovável, será o alicerce do negócio para as próximas gerações, nos fez direcionar os esforços. Queremos ser reconhecidos como uma empresa de energia.

Pensando nisso, em 2012, construímos a primeira planta, na Lapa. Aproveitamos que, à época, o Brasil decretou a obrigatoriedade da mistura compulsória do biodiesel ao diesel e vimos como um filão para explorar. No primeiro ano, iniciamos produzindo 400 mil litros por dia, hoje produzimos 1 milhão de litros por dia. A produção é escoada para outras distribuidoras como a Petrobras, a Ipiranga, entre outros. Nosso produto sai da Lapa e se espalha até o Espírito Santo.

Qual a técnica para a obtenção de biodiesel utilizada na Lapa?

A transesterificação. Consiste na reação dos triglicerídeos que estão presentes nos óleos vegetais e nas gorduras animais, em uma reação com o metanol. Essa reação transforma o óleo de soja, por exemplo, em biodiesel.

O mercado de combustível fóssil continua crescendo?

Ambos os mercados continuam em crescimento. Mas estamos investimento mais em energia renovável, no biodiesel. Depois da inauguração da primeira planta na Lapa, em 2012, já fizemos outra, ao lado, para a produção de glicerina refinada, é a Potencial Glycerine, inaugurada em 2018. Nesta fase, aproveitamos a glicerina, subproduto da usina de biodiesel, e transformamos em refinada. A operação iniciou com capacidade para produzir 45 mil toneladas por ano e com a qualidade atestada, que classificou o produto como o mais puro do mercado atingindo o chamado Grau USP.

O volume produzido pela Potencial já corresponde a mais de 25% da produção nacional atual, estimada em 160 mil ao ano. É o tipo de produção que contribui para a balança comercial, uma vez que diminui a necessidade de importação.

A glicerina refinada é utilizada em produtos farmacêuticos, na indústria de cosméticos, têxtil, de alimentos, para a fabricação de cápsulas, anestésicos, xaropes, balas, bolos, entre outros. Aumentamos o leque de possiblidades.

Como enxerga a trajetória de 25 anos do Grupo?

Começamos o negócio distribuindo petróleo, com base em uma energia fóssil. Mas o mundo foi se transformando e nós também. Acreditamos que nos próximos 20 anos o mercado de energia renovável vai ser maior que o fóssil, o consumo também.

São mais de duas décadas de atuação. Como a empresa trabalha com o conceito de inovação?

Inovar é perceber e participar das mudanças que o mercado nos exige. Além disso, inovar também é acreditar nas pessoas. A gente motiva os funcionários da usina, valoriza os profissionais. Através do programa Boa Iniciativa, premiamos os funcionários nas melhorias que eles conseguem trazer para a empresa. Seja na diminuição do consumo da água ou na melhoria de um sistema que não gere resíduos, por exemplo. A nossa primeira planta tinha como resíduos três produtos: a oleína, o ácido graxo e a borra. Já na planta nova, o resíduo vai ser zero, vamos produzir 100% biodiesel. Também investimos em tecnologia. Nossa planta é totalmente automatizada.

Quantos funcionários o Grupo tem?

A empresa tem aproximadamente 10 mil colaboradores diretos e indiretos.

[Em 2009 a Potencial entrou para a lista das 1.000 maiores empresas do Brasil, segundo a Revista Exame - Maiores e Melhores. No ano de 2018, a Potencial figurou entre as 250 maiores em vendas do Brasil, e a Potencial Biodiesel entre as 200 maiores no Agronegócio. A Revista Exame também listou o Grupo Potencial, na posição 112º, entre os maiores grupos do Brasil.]

Qual o próximo passo?

Há um grande projeto de usina de etanol de milho. O estado do Mato Grosso vai se tornar um grande produtor de etanol de milho e várias oportunidades estão surgindo.


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