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Fábrica de calcário agrícola da Votorantim em Rio Branco do Sul . A planta é mesclada com a da fábrica de cimentos e agregados do grupo no mesmo município
Fábrica da Votorantim.| Foto: Lineu Filho/Arquivo/Gazeta do Povo

Enquanto vive a expectativa da retomada da construção civil, uma gigante da região metropolitana de Curitiba tem conseguido se sustentar em meio à turbulência graças a novos comportamentos do consumidor e a uma aposta em diversidade de produtos. A fábrica da Votorantim Cimentos de Rio Branco do Sul, uma grande empregadora na região, conseguiu manter números estáveis pela solidez (a empresa completa 70 anos em 2020), entrada no mercado agro e pelo crescimento no consumo doméstico – com mais pessoas em casa por conta da pandemia, o aumento nas vendas de itens de construção para pequenas reformas aumentou.

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Gerente-geral de Operações da Votorantim de Rio Branco do Sul, José de Cássio Schittini relembra que antes da crise sanitária a empresa vinha em avanço a olhos vistos. Em nível global, o primeiro trimestre do grupo Votorantim Cimentos teve receita global líquida de R$ 2,7 bilhões – aumento de 9% em relação ao mesmo período de 2019. “No Brasil, tivemos receita de R$ 1,6 bilhão, um aumento de 2% comparado ao mesmo período do ano passado”, indica. “A partir da segunda quinzena de março [as atividades] foram afetadas. Isso não foi diferente de outros setores. Mas estamos com todas as medidas preventivas para continuar nosso ritmo de trabalho”, ressalta.

A Votorantim da RMC é a maior fábrica de cimentos da América Latina. Com uma área de cerca de 180 mil metros quadrados, produz 5,9 milhões de toneladas de cimento ao ano. Isso corresponde a 20% da produção total de cimento da Votorantim Cimentos (que tem outras unidades espalhadas no país, sobretudo em São Paulo). São 450 pessoas empregadas somente na área de operação, com mais algumas centenas de terceirizados.

Com a pandemia, a indústria se apoiou em alguns pilares para manter os números. “As grandes obras, que estavam em andamento antes da pandemia, não podem parar. E tem um outro lado do mercado. Tem muita gente em casa. Então as pessoas aproveitam para fazer pequenas reformas. Isso fez com que a construção não tivesse uma queda tão brusca”, destaca Schittini.

Não foi a única saída. De acordo com o gerente, a ampliação do leque de produtos da empresa em anos recentes também ajudou. “Temos um portfólio completo na construção civil. Atendemos o mercado da construção civil desde cimento a agregados e argamassa. E também temos um viés no agronegócio, com o calcário agrícola. Dentro desse contexto, estamos muito bem preparados para o que o mercado vier a exigir”, diz. A unidade paranaense da Votorantim produz duas linhas de produtos da Viter, a marca de produtos agro da companhia. Por aqui, a capacidade de produção de calcário fino é próxima a um milhão de toneladas no Paraná.

Nos últimos três anos, a Votorantim afirma ter investido mais de R$ 100 milhões somente em inovação. A aposta garantiu mais eficiência em processos. A unidade é autossuficiente em alguns insumos, como a areia. Apesar disso, novos investimentos são vistos, nesse momento, com cautela pelo gerente, que destaca que o momento é “tão incerto, tão volátil, que a gente revê dia após dia”.

No país, espera-se que a construção civil e as obras de infraestrutura – que impactam diretamente em indústrias como a Votorantim – sejam motores da retomada econômica. No estado, um dos indicadores, ao menos, mostra que a recuperação pode estar por vir. No mês de junho, de acordo com números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), foi a construção civil o setor a mais empregar – um saldo de 1,8 mil postos de trabalho.

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