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Foto: Whatafuck/Divulgação.
Foto: Whatafuck/Divulgação.| Foto:

O Whatafuck Hamburgueria, de Curitiba, está com duas novidades que visam facilitar os pedidos dos seus hambúrgueres e chopes artesanais. A primeira delas, inédita no Brasil, é um “quiosque virtual” de fácil acesso que permite fazer os pedidos pelo celular sem a instalação de um aplicativo. A outra é um delivery próprio com benefícios para clientes fiéis.

O “quiosque virtual” é uma espécie de meio termo entre os quiosques físicos de autoatendimento e os aplicativos de celular. Chamado de Mobile Order Hotspot (MOH), ele foi desenvolvido pela startup Neeuron, também de Curitiba, e começará a ser testado em outubro com exclusividade pelo Whatafuck, rede que faturou R$ 3,9 milhões em 2017 e, atualmente, comercializa 30 mil hambúrgueres e oito mil litros de chope por mês.

No restaurante, o cliente acessa uma rede Wi-Fi do Whatafuck pelo celular. Ao estabelecer a conexão, o menu do restaurante aparece. Dali, o cliente pode fazer seu pedido e realizar o pagamento com cartão de crédito, inserindo os dados no próprio celular como se fosse uma compra online. Quando o pedido estiver pronto, ele recebe um SMS para que o retire no balcão.

Imagem: Whatafuck/Divulgação.

Paulo Ferrato, consultor que auxilia a expansão e profissionalização da gestão do Whatafuck e é parceiro da rede na solução própria de delivery, explica as vantagens do Mobile Order Hotspot: “A gente tem uma fila grande em alguns momentos, então oferecemos uma opção de compra mais rápida e que diminui essa fila”. O MOH aguenta até 200 conexões simultâneas e tem potencial para elevar a demanda. Ferrato diz que adaptações estão sendo feitas na cozinha para suportar incremento no número de pedidos.

Por ser uma tecnologia nova — inédita no Brasil — que ainda carece de análise e refinamentos, o MOH será liberado aos poucos, em uma espécie de fase de testes antes de ser implementado em toda a rede. A princípio, apenas a unidade do Shopping Hauer, e somente às terças e quartas-feiras, contará com a opção do MOH, que estreia em outubro. Na medida em que o Whatafuck e a Neuroon adquirirem confiança no sistema, ele será estendido para os demais dias da semana e outras unidades da rede.

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Além da comodidade e de tornar o ambiente mais tranquilo, com menos filas na boca do caixa, Ferrato diz que há também vantagens financeiras para o negócio. As outras soluções de checkout, o quiosque físico e o aplicativo móvel, são mais caras e complexas, segundo o consultor. Ele diz que a instalação de três quiosques chega a custar R$ 30 mil ao restaurante e não acaba com o problema das filas. Já o desenvolvimento de um app é ainda mais caro, cerca de R$ 60 mil, e tem mais atrito junto ao cliente, que precisa instalar o app — nem sempre ele está disposto ou tem memória sobrando no celular — e fazer um cadastro.

Whatafuck do Shopping Hauer.

Foto: Priscilla Fiedler/Whatafuck.

O MOH só pede o nome e o número do celular do cliente, dispensa instalações, sem deixar de lado os cuidados com a privacidade do cliente. “Toda a comunicação é criptografada, nenhum dado fica armazenado com o Whatafuck ou a Neuroon por mais do que seis horas e o pagamento é processado por uma operadora de cartão parceira”, diz Ferrato. A parceira no processamento dos pagamentos é a Cielo. O prazo de seis horas foi estipulado para que o cliente não tenha que ficar inserindo seu nome e telefone toda vez que for fazer um pedido no período em que estiver no restaurante.

O custo de implantação do MOH da Neuroon fica entre R$ 10 mil e R$ 12 mil, mas por ser a pioneira no uso comercial e estar ajudando em seu desenvolvimento, o Whatafuck obteve a tecnologia com “custo quase zero”, segundo Ferrato.

Delivery próprio

Se o MOH foca no cliente que vai até o restaurante e passa várias horas por lá consumindo com os amigos, o delivery foca em outro perfil de consumo, do cliente que quer o hambúrguer no conforto da sua casa. Ferrato levou ao Whatafuck a ideia de um delivery próprio. Com tantos agregadores no mercado, aplicativos que concentram vários restaurantes como iFood, Rappi e UberEATS, por que ir na contramão dessa tendência e investir em uma plataforma própria?

O consultor reconhece que o delivery próprio, batizado WTF In da House e lançado no início de agosto, é “um pouquinho mais caro” ao cliente, mas que pelo fato de a entrega não incluir uma porcentagem do valor do pedido, algo comum entre os apps agregadores, ele acaba ficando com preços equivalentes. O principal incentivo à criação dele, porém, é a tentativa de estabelecer uma relação mais próxima entre restaurante e clientela. “Quando abro [o app de] um agregador, o contato com o cliente é distante. Ele não é [cliente] do estabelecimento, é do agregador. Há dezenas de opções de hambúrgueres. Com o serviço próprio, ele consegue ter a experiência do Whatafuck dentro de casa”, justifica.

Entre esses benefícios estão promoções como batata grátis e o programa de fidelidade, que resulta em um hambúrguer gratuito a cada quatro pedidos pelo WTF In da House.

O Whatafuck recorreu a uma parceira para lidar com a logística e a parte tecnológica, o que reduziu consideravelmente os custos de implantação. A plataforma é fornecida pela Delivery Direto e essa recorre à frota de motoboys da Loggi para levar os hambúrgueres até os clientes.

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Há vantagens à rede e ao cliente. Para a rede, o custo é menor. Enquanto os agregadores cobram de 12 a 25% do tíquete dos restaurantes, na Delivery Direto é paga uma mensalidade fixa, independente do número de pedidos, de R$ 500. Toda a camada de contato com o cliente também já está pronta, incluindo um site responsivo, ou seja, que se adapta à tela de celular.

No caso do cliente, se por um lado ele paga um pouco mais no valor do frete (a partir de R$ 9,90), ele ganha no relacionamento, com os benefícios de fidelidade e promoções, e em agilidade: nesse pouco mais de um mês de operação, Ferrato diz que a média do tempo de entrega tem sido de 30 minutos, abaixo da dos agregadores.

O lançamento do delivery próprio não significa que o Whatafuck declarou guerra aos aplicativos agregadores. A rede continua entregando pelo James Delivery, uma startup de Curitiba, e não descarta a entrada em outros serviços. “Somos bastante preocupados com qualidade de serviço”, diz Ferrato. “Nosso slogan é ‘a operação é o melhor marketing'”.

Atualizada às 12h29 do dia 20 de setembro para destacar que o Mobile Order Hotspot só começará a funcionar a partir de outubro.

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