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Cena do filme “A festa de Babette”.
Cena do filme “A festa de Babette”.| Foto: Divulgação

A arte repousa sobre uma espécie de sentido religioso, sobre uma seriedade profunda inabalável; por isso ela adora tanto unir-se com a religião. (Johann Wolfgang Goethe)

A citação do imenso Goethe que está em epígrafe não poderia ser mais acertada para iniciar este artigo. Falar sobre arte sempre me remete ao sentido mais profundo e espiritual que ela tem; sempre me faz lembrar de outra citação, por mim repetida à exaustão, de Andrei Tarkovski – sobre quem já falei aqui, nesta Gazeta do Povo –, de que a “arte nasce e se afirma onde quer que exista uma ânsia eterna e insaciável pelo espiritual, pelo ideal”. A arte, depois da própria religião, é a maior tentativa do ser humano de superar sua finitude; quando o artista é bem-sucedido, é possível tocar o céu através de seu trabalho.

Há muito queria escrever sobre A festa de Babette, do diretor dinamarquês Gabriel Axel, um filme sobre o qual já falei muito e que, para mim, é uma das mais belas e sensíveis obras cinematográficas já realizadas. Não só isso: é também uma das mais profundas, pois fala – assim como outro filme maravilhoso sobre o qual também escrevi, A Árvore da Vida, de Terrence Malick – daquela que, como diz Santo Agostinho em suas Confissões, “fortalece todos os fracos e lhes permite tomar consciência da própria fraqueza”, e também a realizar “algumas boas obras, [ainda que não sejam] eternas”: a Graça – conceito cristão fundamental e muitas vezes mal compreendido. Sim, é sobretudo um filme sobre a mais pura manifestação da graça de Deus, daquele “favor imerecido”, como dizem os teólogos, e da própria capacidade de realizar o bem ao outro.

A simplicidade do filme contrasta com a profundidade dos temas abordados de maneira muito hábil, com toques de um humor singelo e de emoção contagiante

Muitos já escreveram e falaram sobre esse filme, e há as mais diversas interpretações dele, sendo as mais famosas aquelas que dão destaque ao estupendo jantar francês oferecido pela chef Babette Hersant aos simples e piedosos aldeões da belíssima Jutlândia, na Dinamarca. Trata-se de um crossover, que figura tanto em cursos de gastronomia quando em seminários de teologia. Mas gostaria de destacar minhas impressões que, desde a primeira vez que o vi e todas as vezes que revejo – e já o fiz inúmeras vezes –, não cessam de me surpreender. É um filme cuja simplicidade contrasta com a profundidade dos temas abordados de maneira muito hábil, com toques de um humor singelo e de emoção contagiante, potencializada pela bela trilha sonora de Per Nørgaard. Segundo Axel, que adaptou com extrema competência o conto homônimo de sua conterrânea, a escritora Karen Blixen (conhecida também pelo pseudônimo Isak Dinesen), “foi simplesmente a história certa, com as pessoas certas, na hora certa”. E relata, em entrevista que consta no livro Danish Directors, de Ib Bondebjerg e Mette Hjort:

Minha esposa me convenceu a ler o conto de Blixen durante uma de nossas férias de verão. Ela disse que era muito bonito, então li e achei a história fantástica. Todos os meus quatro filhos estavam conosco, então li a história para eles, e cada um respondeu de maneira diferente. Eles perceberam coisas diferentes, desde os aspectos mais cômicos até os elementos mais tristes da história. O fato de que essas quatro crianças tinham quatro visões diferentes sobre a mesma história me mostrou que seria uma adaptação maravilhosa, porque iria mover muitas pessoas diferentes.

E é exatamente isso que acontece. O filme, que é capaz de agradar adultos e crianças, foi realizado em 1987 e venceu o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 1888, se tornando a obra mais célebre de Axel. As adaptações são marcantes e tornam a história ainda mais intimista que a original. O conto original se passa em Berlevaag, um fiorde que fica na Noruega e que, na descrição de Blixen, “parece uma cidade de brinquedo feita com pequenas peças de madeira pintadas de cinza, amarelo, rosa e muitas outras cores”, no fim do século 19. Mas Axel filmou na Dinamarca, na costa da erma (pelo menos à época) Jutlândia, pois, segundo ele, o aspecto colorido de Berlevaag não traria o contraste necessário com o banquete, pois “tudo tinha de ser cinza, monótono e sombrio, e então de repente, no final, haveria aquele banquete. Você precisa dos tons de cinza como contraste ao banquete, que é todo colorido”. As mercearias e o mercado também foram substituídos por um “homenzinho com um barco a remo na praia, que vende algumas solhas para Babette, e pelo dono da loja que vende para Babette meio quilo de bacon, duas cebolas e meio quilo de açúcar”. Ou seja, as locações dinamarquesas são bem mais modestas para criarem o efeito de uma pequena comunidade rural, com poucos habitantes e bastante uniforme.

A história [dizer que há spoilers talvez seja necessário] narra a chegada de Babette Hersant, uma conceituada chef francesa que, fugindo da guerra civil que ocorria em seu país – por conta da supressão da Comuna de Paris, em 1871 –, foi recomendada àquele vilarejo, aos cuidados de duas irmãs, Martina e Philippa (nomes dados em homenagem aos reformadores Martinho Lutero e Philip Melanchthon), filhas de um pastor luterano já falecido, mas muito querido por toda a comunidade. Achille Papin, famoso cantor parisiense que décadas atrás passara uma temporada na Jutlândia e enamorara-se de Philippa, enviara uma carta contando as agruras de Babette e dizendo (usarei as citações do livro): “Sabendo que fui outrora um visitante de seu magnífico país, [Babette] vem até mim, perguntando se tenho conhecimento de alguma boa gente na Noruega [no caso do filme, Dinamarca], e me suplica que, se tal for o caso, lhe forneça uma carta para essas pessoas. Estas duas palavras, ‘boa gente’, imediatamente trouxeram-me diante dos olhos sua imagem, sagrada para meu coração. Eu a confio às senhoras”. E termina com uma comovente declaração de amor:

Por quinze anos, senhorita Philippa, lamentei que sua voz não houvesse enchido a Grand Opéra de Paris. Quando, esta noite, penso na senhora, sem dúvida cercada por uma família feliz e amorosa, e em mim, velho, solitário, esquecido pelos que outrora me aplaudiram e adoraram, sinto que deve ter escolhido a melhor parte da vida. O que é a fama? O que é a glória? O túmulo nos aguarda a todos! E ainda assim, minha Zerlina perdida, e ainda assim, soprano das regiões geladas!, à medida que escrevo, sinto que o túmulo não é o fim. No Paraíso, ouvirei sua voz novamente. Lá a senhora cantará, sem medos ou escrúpulos, como Deus quis que cantasse. Lá será a grande artista que Deus planejou. Ah, como encantará os anjos. Babette sabe cozinhar. Dignem-se receber, minhas senhoras, a humilde homenagem do amigo de outrora, ACHILLE PAPIN.

As irmãs, apesar de belíssimas e encantadoras na juventude, nunca se casaram, e agora eram senhoras de pouquíssimas posses, que dedicavam sua vida à caridade e a unir em oração a comunidade de fiéis, reduzida a uns poucos idosos, que lhes restara como herança de seu piedoso pai; inclusive, pelo tempo de convivência, algumas intrigas colocavam em risco o pouco de comunhão que ainda lhes unia, e isso preocupava sobremaneira as irmãs, que, sem qualquer ajuda, tentavam manter as coisas em ordem. No entanto, relutaram em aceitar os serviços da francesa, pois não tinham condições de remunerá-la; “mas Babette afirmou que serviria a boa gente de Monsieur Papin de graça e que não aceitaria trabalhar para mais ninguém. Se a mandassem embora, provavelmente morreria. Babette permaneceu na casa das filhas do deão por doze anos, até a época desta história”.

Babette se transformou numa bênção divina para aquelas pessoas, alguém indispensável

Babette, diz Blixen – e Axel reproduz fielmente –, “chegara exaurida e com olhar esgazeado, como um animal sendo caçado, mas, em seu novo ambiente de cordialidade, logo adquiriu a aparência de uma criada confiável e respeitável. Antes, parecera uma mendiga; agora, mostrava-se uma conquistadora. As feições serenas e o olhar firme e profundo tinham qualidades magnéticas; sob seus olhos, as coisas se moviam, sem fazer ruído, para o lugar apropriado”. Com o tempo assumiu as tarefas da casa, bem como a cozinha, o que agradou muito aqueles que recebiam o alimento que antes era preparado pelas irmãs. Mas não só isso: “a partir do dia em que Babette encarregou-se da administração da casa, seus gastos foram milagrosamente reduzidos e as panelas de sopa e cestas adquiriram um poder novo e misterioso de estimular e fortalecer os pobres e enfermos”. Fruto, sem dúvida, de sua vocação. E “com o correr do tempo, não foram poucos os irmãos e irmãs que incluíram o nome de Babette em suas orações, agradecendo a Deus pela silenciosa estrangeira, a trigueira Marta na casa das duas claras Marias. A pedra que os construtores quase recusaram tornara-se a pedra angular”.

Ou seja, Babette se transformou numa bênção divina para aquelas pessoas, alguém indispensável, cuja origem e fé alheia (era “papista”) não faziam qualquer diferença, uma vez que a graça comum que compartilhavam era fruto do mesmo Deus. Até as discussões entre os irmãos, que já ocorriam com uma frequência nada animadora e no meio das reuniões de oração, eram contidas por essa estrangeira que, ao entrar no recinto com seu café e seus biscoitos, aplacava a ira dos intransigentes fiéis. Até que um dia as coisas tomaram um rumo inesperado.

Babette guardava um bilhete de loteria, que era sempre renovado por um amigo, em Paris, desde que ela partira. Um belo dia, para surpresa de todos, chega a notícia de que ela ganhara 10 mil francos. As irmãs, mesmo felizes por Babette, sentiam que ela agora as poderia deixar, voltando à sua terra natal; à alegria somou-se uma apreensão pelo futuro, pois já não se viam sem os caprichos da criada francesa. Ao mesmo tempo, aproximava-se o centenário do pastor e a comunidade planejava uma pequena comemoração. Babette, então, lhes faz um pedido inusitado: queria promover um verdadeiro jantar francês em homenagem ao pastor, e desejava pagar por ele. As irmãs se recusaram terminantemente a aceitar, porém Babette “deu um passo à frente. Havia algo de formidável nesse movimento, como uma onda se avolumando. Teria ela arremetido dessa forma, em 1871, para fincar uma bandeira vermelha numa barricada? Falou, em seu esquisito norueguês, com a clássica eloquência francesa. Sua voz era como uma canção”:

Senhoras! Alguma vez, nesses doze anos, pedira algum favor? Não! E por que não? As senhoras, que elevam suas preces todos os dias, conseguem imaginar o que significa para um coração humano não ter prece alguma a fazer? Para o que Babette oraria? Nada! Esta noite, tinha uma prece a fazer, do fundo de seu coração. Não sentem esta noite, minhas senhoras, ser sua incumbência condescender-lhe com a mesma alegria com que o bom Deus tem condescendido a elas?

Diante de tamanho apelo, aceitaram. Mas não sabiam, absolutamente, o que era um jantar francês. Quando os pertences encomendados pela antiga chef do famoso Café Anglais começaram a chegar, o pavor daquelas simples irmãs puritanas e extremamente recatadas foi absoluto! Vinhos, champanhes, licores, codornas e até uma enorme tartaruga viva deixaram a comunidade em sobressalto; Martina “pensava no pai e sentia que justo na noite de seu aniversário ela e a irmã cediam sua casa para um sabá de bruxas”.

Contaram aos irmãos e decidiram que não se deixariam seduzir pelos prazeres do corpo; manteriam-se impassíveis diante da comida e da bebida, bem como não fariam qualquer comentário. “‘Mesmo assim’, disse um irmão de barbas brancas, ‘a língua é um pequeno membro e jacta-se de grandes coisas. Não nasceu homem capaz de domá-la; é um demônio rebelde, cheio de veneno mortífero. No dia de nosso mestre, limparemos nossas línguas de todo paladar e as purificaremos de todo prazer ou aversão dos sentidos, resguardando-as e preservando-as para coisas mais elevadas de louvor e ação de graças’”.

Fora convidada também a senhora Loewenhielm, nonagenária e uma das mais antigas fiéis da comunidade, muito querida por todos, cujo sobrinho, Lorens Loewenhielm, que agora era um general condecorado, quando jovem passara também uma temporada no vilarejo, se apaixonara por Martina e chegou até a frequentar as reuniões com o pastor. Mas sentindo-se impossibilitado, por sua vida dissoluta, de satisfazer os anseios daquela pura jovem, foi embora dizendo: “Nunca, nunca mais a verei! Pois aprendi aqui que o destino é severo e que neste mundo há coisas impossíveis!”. No entanto, lá estava ele, de volta à Jutlândia, acompanhando a tia, para reencontrar aquela por quem se apaixonara décadas antes. Mas há ainda algo importante a destacar sobre o general. Como diz Blixen: “O general Loewenhielm conseguira tudo o que almejara na vida e era admirado e invejado por todos. Somente ele tinha conhecimento de um fato esquisito, que trazia inquietação à sua próspera existência: o de que não era perfeitamente feliz. Alguma coisa estava errada em algum lugar e ele cuidadosamente apalpava o próprio eu espiritual aqui e ali, assim como alguém aperta com o dedo para determinar o local de um espinho profundamente encravado, invisível […]. pegava-se preocupado com sua alma imortal. Haveria alguma razão para que o fizesse? Era uma pessoa de moral, leal a seu rei, sua esposa e seus amigos, um exemplo para todos. Mas havia momentos em que o mundo lhe parecia não uma questão moral, mas mística. Olhava-se no espelho, examinava o monte de condecorações em seu peito e suspirava: ‘Vaidade, vaidade, tudo é vaidade!’”. No entanto, no jantar o general seria a prova viva de que “o Espírito sopra onde quer”, e o faz de maneiras absolutamente inusitadas e misteriosas.

No filme de Axel, toda a cena do banquete – ponto alto da história – é tratada com uma riqueza de detalhes impressionante

Chegado o grande dia, após cantarem e realizarem suas orações – inclusive para que se mantivessem estoicamente irrepreensíveis diante das tentações gastronômicas –, o jantar estava servido. E então, como diz Blixen: “a graça divina escolhera se manifestar ali mesmo, no próprio vinho, tão plena quanto em qualquer outra parte”. O general, cidadão do mundo e grande comensal, apreciador daquilo que havia de melhor na culinária, ao tomar o primeiro gole de seu vinho, exclamou, num sobressalto: “Amontillado! E o melhor amontillado que já provei em minha vida”. E passou a vocalizar, indisfarçadamente, pois era o único a quem o pacto não atingia, a cada gole e a cada colherada, maravilhado, toda a sua estupefação por estar, certamente, diante de um genuíno banquete francês, inclusive mencionando a famosa chef do Café Anglais sem saber que ela mesma estava ali, cozinhando para eles naquele longínquo vilarejo da Dinamarca. No filme de Axel, toda a cena do banquete – ponto alto da história – é tratada com uma riqueza de detalhes impressionante; da mesa preparada, com pratos, talheres e candelabros finíssimos, à sequência das bebidas e alimentos servidos, é tudo de cair o queixo. Ele, inclusive, diz que usaram comida de verdade. Todo o mise en place, os ingredientes, as bebidas, as frutas, os doces, o preparo dos pratos, tudo belíssimo e convidativo. Eis que o milagre acontece:

Na maioria das vezes, os moradores de Berlevaag [Jutlândia, no filme], no transcorrer de uma boa refeição, sentiam-se um pouco pesados. Nessa noite não foi assim. Os convivas sentiam-se cada vez mais leves, e de espírito mais leve, quanto mais comiam e bebiam. Já não precisavam mais lembrar-se de sua promessa. Era, percebiam, quando o homem não só esquecia completamente, como também rejeitava firmemente toda ideia de alimento e bebida que ele comia e bebia no espírito certo.

E então vem o momento de ouro, quando o general decide fazer um pequeno – mas grandioso – discurso: “A misericórdia e a verdade, meus amigos, encontraram uma à outra”, disse. “A retidão e a bem-aventurança devem beijar uma à outra.”

O homem, meus amigos […] é frágil e tolo. A todos já nos foi dito que a graça divina encontra-se por todo o universo. Mas em nossa tolice e miopia humanas, imaginamos ser a graça finita. Por esse motivo, trememos… Trememos antes de fazer nossas escolhas na vida e após tê-las feito trememos de medo de ter escolhido errado. Mas eis que chega o momento em que nossos olhos estão abertos e vemos e percebemos que a graça é infinita. A graça, meus amigos, não exige nada de nós senão que a aguardemos com confiança e a reconheçamos com gratidão. A graça, irmãos, não impõe condições e não escolhe nenhum de nós em particular; a graça nos toma a todos em seu seio e proclama anistia geral. Vejam! Aquilo que escolhemos nos é dado e aquilo que recusamos nos é igualmente, e ao mesmo tempo, concedido. Sim, que o que rejeitamos seja copiosamente vertido sobre nós. Pois que a misericórdia e a verdade encontraram uma à outra e a retidão e a bem-aventurança beijaram uma à outra!

E a graça de Deus se fez presente. Uma espécie de alinhamento cósmico ocorreu naquele lugar por conta daquele jantar-obra-de-arte; Bebette, como disse o general, transformou aquele jantar “numa espécie de envolvimento amoroso”, em Ágape. Aqueles simples aldeões “foram agraciados com uma hora do milênio”. Bebette pregou seu sermão e Deus falou através das iguarias e se fez carne – e ovas de salmão, e Blinis Demidoff, e Caille en Sarcophage – e habitou entre eles, e eles beberam seu sangue, transformado em Vouve Clicquot 1860. Houve ali um novo nascimento para aquela singela comunidade.

Ao deixar a casa, o general diz a Martina: “Tenho estado com você todos os dias de minha vida […] estarei com você por todos os dias que ainda me restarem. Todas as noites me sentarei, se não em carne e osso, que nada significam, em espírito, que é tudo, para jantarmos juntos, como esta noite. Pois esta noite descobri, querida irmã, que neste mundo tudo é possível”.

No fim, Babette, ao revelar às irmãs que era a chef do Café Anglais, que tinha gasto todos os seus 10 mil francos com o banquete e que não voltaria à França, ouviu um protesto emocionado dizendo que agora ficaria pobre por conta delas. Mas Babette lhes disse: “sou uma grande artista. Uma grande artista, madames, nunca é pobre”.

Eis a perfeita união entre beleza, graça e sacrifício que dão título a esse artigo, três elementos inseparáveis da história genial criada por Karen Blixen e extraordinariamente recriada para o cinema por Gabriel Axel. Se não leu o livro, leia; se não viu o filme, veja. Amém.

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos
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