• Carregando...
Análise: Os Cavaleiros do Zodíaco: Alma dos Soldados
| Foto:

Quando o primeiro trailer de Os Cavaleiros do Zodíaco: Alma dos Soldados foi divulgado, eu me senti de volta em 1994. Como aquela criança sentada na frente da TV para assistir ao episódio do dia na finada TV Manchete, eu me empolguei ao ouvir a clássica dublagem mais uma vez. Assim como há duas décadas, eu voltei a ter 7 anos de idade — e foi incrível.

Pode parecer um pouco de exagero, mas é exatamente essa a sensação causada pelo novo game dos Defensores de Athena, que acaba de chegar ao PS3, PS4 e PC. O jogo apela para o saudosismo e é uma enorme homenagem aos fãs que acompanham a série ao longo desses 20 anos. E o retorno das velhas e conhecidas vozes em português é a maior prova disso.

Responsável por abrir as portas para a invasão nipônica da década de 90, a série é cultuada até hoje por toda uma geração e faz parte da formação cultural de muita gente. E a Bandai Namco soube aproveitar essa popularidade e esse “afeto” do público para trazer algo diferenciado por aqui. E o resultado não poderia ser mais satisfatório, já que Alma dos Soldados recria muito bem a experiência do desenho e faz com que nos sintamos no meio de um episódio, embora inteiramente interativo.

Imagem de Os Cavaleiros do Zodíaco: Alma dos Soldados

Só que o jogo não se limita apenas a isso. Ele apara várias arestas deixadas por seus antecessores e entrega uma jogabilidade bem mais ágil e variada. Ao contrário do que acontecia em Bravos Soldados, lançado para PS3 em 2013, o novo game traz uma maior diversidade de estilos entre seus 72 personagens. Ainda há muita coisa parecida, mas você não tem mais a sensação de estar controlando sempre o mesmo cavaleiro.

É claro que as mecânicas seguem muito simples — e isso está longe de ser um problema. Assim como qualquer outro título do gênero, o novo Cavaleiros do Zodíaco é voltado para o fã e não para quem joga games de luta de maneira “mais séria”. Ele traz todos os exageros e clichês da série original, sendo muito mais focado na pancadaria bruta e nos golpes especiais. É algo que somente quem cresceu com a TV Manchete vai conseguir aproveitar.

Isso não quer dizer, porém, que ele não tenha seus problemas. Apesar dos vários acertos e de evoluir em muitos aspectos, ele continua com uma animação terrível e que atrapalha até mesmo a dublagem. Como se não bastasse os personagens não terem nenhuma expressão facial, a movimentação da boca é bem errática e isso atrapalha o trabalho dos atores, que foram obrigados a usarem pausas sem sentido durante as falas, o que gera um efeito bem incômodo.

Ainda assim, Os Cavaleiros do Zodíaco: Alma dos Soldados se destaca com o melhor game da série até então. Não que isso fosse um grande desafio, mas ele acerta ao aliar a enorme carga nostálgica com melhorias significativas em relação àquilo que vimos antes. Seja ao trazer a história completa do desenho, das Doze Casas a Hades, ou mesmo nas várias melhorias mais práticas, a Bandai Namco presentou os fãs com aquilo que eles há tanto tempo pediam: uma passagem de volta para 1994.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]