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Investimentos
| Foto: Scott Heins/Getty Images/AFP

Escrevi nas últimas colunas sobre as incertezas que o coronavírus tem trazido aos mercados em geral. Apenas na semana passada, época de celebração do carnaval no Brasil, as bolsas nos EUA tiveram a pior performance semanal desde a crise financeira de 2008. O preço do barril do petróleo também apresentou forte desvalorização, assim como outras commodities e os mercados na Europa. Por outro lado, o dólar se fortaleceu, em especial, frente às moedas de mercados emergentes como Brasil, Turquia, Argentina e México. Ao final do mês de fevereiro, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou em baixa de 8,4% após já ter recuado 1,6% no mês de janeiro. Ou seja, nos dois primeiros meses do ano, o Ibovespa acumula recuo de 9,9%. Podemos afirmar que este é um cenário bem diferente daquele que encerrou 2019, onde o mercado nacional havia subido mais de 30% e as perspectivas positivas permeavam. Agora, como podemos ver, os tempos mudaram. Por quanto tempo? Não se sabe. No entanto, é necessário frisar o trabalho de educação financeira realizado ao longo dos últimos anos.

Em um momento turbulento como o que a bolsa nacional atravessa e com a entrada de milhares de novos investidores, é preciso orientar o máximo possível, destacando a importância de comprar ações para aqueles que possuem perfil moderado ou agressivo, que acreditam na melhora da economia nacional e, consequentemente, nos resultados das empresas listadas em bolsa, acima de tudo com a disciplina necessária.

Na semana que passou recebi diversas mensagens perguntando sobre como lidar com situações como a atual, se as ações compradas anteriormente deveriam ser vendidas ou não ou se o mais prudente seria aguardar este momento passar. Enfim, foram vários questionamento. Na minha visão, acredito que o mais importante é continuar com o mesmo raciocínio, independentemente do momento: se você se considera um investidor que visa o longo prazo, busque participar do mercado de forma recorrente, ou seja, comprar ações com regularidade, pois nunca saberemos onde estará o fundo ou o topo do mercado. Para os que possuem estratégias de curto prazo, é necessário encurtar os stops das operações, a fim de não ser surpreendido por movimentos mais bruscos que o normal. E por falar em normalidade, o volume negociado da bolsa brasileira foi abissal nesses três dias pós carnaval, chegando a apresentar o dobro ou triplo acima da média diária.

Em momentos de incerteza como o que estamos vivendo, é preciso ter claro que estar no mercado de ações requer estratégia, disciplina e conhecimento, a menos que o investidor faça aplicações em fundos de investimento, destinando esta responsabilidade aos gestores. Após o forte recuo do Ibovespa e com ações de empresas chegando a perder cerca de 20% em apenas três pregões, vejo oportunidades surgindo. Se anteriormente a esta semana grande parte do mercado estava confiante, não será pela incerteza do coronavírus que irá tirar tudo aquilo que se espera.

Obviamente que no curto prazo teremos impactos como os vistos nos indicadores da economia da China divulgados na virada de mês, mas para o Brasil a visão positiva de médio e longo prazos permanece. Portanto, minhas recomendações neste momento (ou naqueles turbulentos, cheios de incertezas) são: manter a calma, seguir com disciplina a estratégia estabelecida para o investimento em ações, aproveitar as janelas de oportunidade que o mercado tem dado (na minha visão) e ter o foco de que, no longo prazo, o que fará a diferença serão os resultados das empresas. Dólar, commodities, barreiras de entrada, cenário político e tantos outros fatores trarão fatos diários que movimentarão as bolsas como um todo, mas se o investidor mantiver os caminhos acima as chances de obter sucesso são maiores do que aqueles que costumam perder dinheiro e culpar terceiros. É o mundo da renda variável.

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