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Como Sérgio Moro e Deltan Dallagnol podem adicionar emoções ao mercado
| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Neste último final de semana, fomos surpreendidos com o site The Intercept revelando conversas entre o ex-juiz e atual Ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, o procurador Deltan Dallagnol e outros procuradores, que supostamente ocorreram fora das reuniões e dos documentos oficiais que compõem o processo da Lava Jato.

Pelo preço dos ativos nesta segunda-feira, 10, a princípio, o fato não trouxe grandes impactos ao mercado, como alguns sugeriam na noite de domingo nas redes sociais.

Obviamente este é mais um tema espinhoso a ser tratado pelo governo federal, dadas as especulações políticas que poderão surgir. Ademais, o jornalista Glenn Greenwald, dono do site, indica que o material inteiro ainda não foi publicado e novas informações, em áudios e vídeos, poderiam ser divulgadas a qualquer momento, apimentando ainda mais a discussão.

Importante considerar que, juridicamente, o material revelado é fruto de ação ilegal, o que deve ser um ponto de debate importante.

Além do impacto político que o material traz, é importante também avaliar seu peso em temas essenciais para o país. A questão pode ser usada por alguns para atrasar ou ofuscar a Reforma da Previdência.

A clareza de que o país necessita urgentemente desta aprovação no Congresso tem alimentado as expectativas do mercado como um todo, que reagem positivamente quando aumentam as possibilidades de um cenário político mais otimista. Mesmo que outros fatores ganhem os holofotes, a reforma não pode sair deles.

MPF contra reforma

Além deste fato novo do último domingo, o site do Ministério Público Federal trouxe posicionamento contrário à Reforma, que poderia trazer o ajuste fiscal tão esperado pelo Ministério da Economia.

O deputado Federal Kim Kataguiri (DEM-SP) ‘denunciou’ que membros do MPF estariam espalhando panfletos no Congresso Nacional com notas técnicas contra o tema, alegando violação do “princípio da solidariedade”, em especial sendo contrários à capitalização proposta pela equipe de Paulo Guedes.

Assim como o “Joesley Day” trouxe em um passado recente forte volatilidade aos mercados de ações, câmbio e juros, o surgimento de novos fatos ou denúncias também podem trazer adicionais impactos ao mercado.

E mesmo que surjam novos obstáculos, é importante enfatizar que a atual Previdência Social consome bilhões mensais dos cofres públicos e não há mais tempo para ser postergada ou ter a sua importância diminuída frente à outras questões. Há também inúmeros outros fatores favoráveis para a proposta ser aprovada o mais breve possível.

Estratégia de investimentos

Dessa forma, a estratégia de investimentos de boa parte dos analistas de mercado não se altera, ao menos por enquanto, com perspectivas de fortes emoções e oportunidades no curto prazo, e otimismo com a bolsa de valores no médio prazo.

O cenário que se tem como base é o da aprovação da Reforma da Previdência com números suficientemente significativos para resolver o problema fiscal do Brasil nos próximos anos e, dessa forma, destravar a economia. No entanto, nas próximas semanas ou até meses, seguimos com a recomendação de entrar no mercado de ações enquanto o Ibovespa estiver com pontuação próxima aos 90 mil, acreditando que a proposta da equipe de Guedes possa ser bem-sucedida e, com isso, trazer otimismo para a bolsa nos últimos meses de 2019.

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