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Telão exibe resultado das eleições na Times Square em Nova York.
Telão exibe resultado das eleições na Times Square em Nova York.| Foto: AFP

Passadas as eleições para presidente nos Estados Unidos - o que de certa forma diminui as incertezas no mercado no curto cruzo, mesmo diante da insistência de Donald Trump em sugerir que irá entrar na Justiça contra o resultado divulgado até aqui - ficam dúvidas sobre o que podemos esperar daqui para frente. Ainda no pleito norte-americano, há a perspectiva de recontagem dos votos e a decisão por uma eventual maioria no Senado, que a princípio seria Republicano, em função das expectativas apuradas pelas urnas.

Sem dúvida este foi o fato que trouxe ânimo às bolsas como um todo na semana que passou. Vimos fortes altas, não apenas no Ibovespa, mas também em praticamente todos os mercados do mundo, trazendo, inclusive, os principais índices dos EUA, como Dow Jones e S&P500, para o maior patamar da história nesta segunda-feira (9).

E por falar em início de semana, algumas notícias positivas sobre vacinas para a Covid-19 trouxeram forte otimismo. Pfizer e BioNTech anunciaram que a vacina experimental que desenvolvem de forma conjunta se mostrou 90% eficaz na prevenção do coronavírus, de acordo com dados preliminares da terceira fase dos estudos clínicos. Além desta, outras fabricantes sugerem que estão no mesmo caminho devido à forma do tratamento.

Ademais, outras agendas continuam no centro das atenções dos investidores, como o aumento de casos de contaminações pelo vírus na Europa e nos EUA. Neste último caso, vale ficar atento se o comitê de transição implementado pelo presidente eleitos Joe Biden irá sugerir algum tipo de lockdown, como definido em diversos países do velho continente neste momento. Este é um tema que ainda preocupa mesmo com o comunicado de hoje de gigantes da indústria farmacêutica.

Outro ponto que vale acompanhar é o prazo de produção visando a escala global e o prazo de efetividade dessas vacinas.

Seguindo no exterior, já começa uma grande expectativa pelos nomes que sairão para “dirigir” a equipe da maior economia do mundo, além dos projetos que poderão vir nesse novo mandato que se inicia em 20 de janeiro. Ou seja, serão três meses de transição que deverão andar em paralelo com Trump no poder.

Atenção interna

Se olharmos especificamente para o Brasil, é bem possível que tenhamos uma agenda intensa nesta reta final de ano e no início de 2021. Isso porque no domingo (15) teremos o primeiro turno das eleições municipais. É bem verdade que seu resultado não deve impactar nos mercados, a não ser que tenhamos alguma grande novidade que seja relevante. O fato de elas trazerem alguma consequência é por termos mais uma semana vazia no Congresso, em um momento que o país tanto demanda assuntos importantes como saúde, recuperação econômica e política fiscal.

Nesse espectro há perspectivas de que possamos ver a continuidade da agenda de reformas, em especial a administrativa e a tributária, corroborando, inclusive, declarações recentes do presidente da Câmara Rodrigo Maia. Estes temas poderão dar um norte para a relação do câmbio no curto prazo.

Por fim, vale acompanhar também a dinâmica da inflação medida pelo IPCA, que passa por um choque temporário de alta, segundo o Comitê de Política Monetária que ainda terá mais uma decisão sobre o caminho da Selic em 2020. A expectativa é de que termine o ano em 2% ao ano, menor patamar da história.

Enfim, fica claro que teremos muitos desafios pela frente nos próximos meses, seja no Brasil, seja no exterior, fora os eventos inesperados que poderão surgir e que acabam afetando o dia a dia dos mercados. Por essa razão, sempre sugiro focar na busca de oportunidades e nos resultados das empresas para quem investe diretamente em ações visando médio e longo prazos.

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