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Sede da B3, em São Paulo (Foto: Nelson Almeida/AFP)
Sede da B3, em São Paulo (Foto: Nelson Almeida/AFP)| Foto:

A bolsa de valores não para de bater recordes. Após um 2018 positivo, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira já sobe consideravelmente neste primeiro mês do ano. Mais do que isso, é necessário comemorar a passagem dos “apenas” 800 mil CPFs cadastrados na B3 para operar neste mercado pela primeira vez na história.

Quando digo apenas, é porque no país existem milhões de potenciais investidores que só não o fazem devido à falta de educação financeira. Por outro lado, é um número considerável, especialmente se levarmos em conta o crescimento de 31% ante dezembro de 2017 e de 44% em relação ao ano anterior. Nos EUA, cerca de 30% dos 325 milhões de norte-americanos investem na bolsa.

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Em 2010, a antiga BM&FBovespa, atual B3, contratou Pelé como garoto propaganda. O objetivo era atrair cinco milhões de pequenos investidores, mas a meta não chegou nem perto de ser batida. Desta vez, quando pensamos nas razões para o crescimento no número de investidores, podemos indicar o sentimento de confiança, além da estratégia dos profissionais que trabalham no segmento. Este era um desafio muito maior durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, por exemplo, em função de todos os problemas já conhecidos e que trouxeram uma grave recessão econômica ao país. Simplesmente não havia expectativas positivas para se iniciar no mercado.

De 2010 a 2015, o Ibovespa apresentou resultados negativos consecutivos, minando assim a confiança até mesmo dos investidores mais qualificados à época. Com a mudança de governo vieram também novas perspectivas para o país, atraindo novamente a atenção de investidores iniciantes. Este, aliás, é um público que costuma se basear em resultados positivos recentes para tomar suas decisões. A decisão de investir vem acompanhada da exacerbação da mídia sobre o tema, principalmente quando o noticiário repercute as seguidas quebras de recorde no Ibovespa. Ninguém quer “perder a festa”.

Mas, atenção!

A mentalidade até pode ser esta, mas é importante buscar informações sobre o mercado e tomar conhecimento do que se vai fazer antes de investir. Além disso, é fundamental acompanhar, mesmo que minimamente, o ambiente do mercado de ações para aprender questões básicas como qual ação comprar, quando vender, como realizar as transações de entrada e saída, riscos, entre outros.

Os riscos deste mercado são mais elevados do que uma simples aplicação em ativos de renda fixa como CDBs ou títulos do Tesouro Direto. O mercado de ações é volátil, oscila com o sentimento ou expectativa dos investidores sobre diversos aspectos, tanto no cenário nacional como no internacional. Relações comerciais de grandes países como EUA e China, caso sejam deterioradas, acabam soando negativamente no mercado de ações brasileiro, pois o impacto econômico tende a ser ruim para o crescimento global como um todo.

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Independentemente da origem ou condição social de qualquer pessoa, também é necessário conhecer as razões que dão importância ao crescimento do mercado de capitais brasileiro, onde está inserida a bolsa de valores. Expectativas para economia, novas emissões de dívidas de empresas, geração de empregos, acionistas recebendo mais dividendos e movimentando a economia.

Enfim, poderíamos listar diversas outras razões para torcer para um mercado mais vigoroso e mais pujante no país, mas recomendo aos novos e pequenos investidores que busquem o conhecimento básico antes de investir e estejam preparados para muitas emoções. O bom investidor precisa ter sangue frio nos momentos ruins e cautela na hora de comemorar resultados positivos. O objetivo de cada um dentro do mercado de ações deve sempre ser traçado no início e seguir com disciplina até alcança-lo.

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