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Mais um mês de 2019 se foi, mostrando como o tempo passa rápido! Tão veloz quanto o passar dos dias, a quantidade de informação que chegou aos investidores nos últimos meses tem sido enorme. Não nos surpreende mais qualquer acontecimento que possa mover - no curto prazo - os mercados de ações, juros e câmbio. Pode ser durante o dia, à noite, aos fins de semana. A novidade pode vir de um simples tweet ou de algum anúncio “bombástico”, como ocorreu nas refinarias de petróleo da Arábia Saudita recentemente.

São tantas variáveis que por vezes fica difícil fazer uma leitura do que esperar em perspectiva imediata, mas para quem olha aplicações financeiras no longo do prazo, essas notícias momentâneas pouco alteram as expectativas. Aliás, na minha visão, não considero longo prazo um período maior do que cinco anos, dado um mundo cada vez mais interligado por segundos e um Brasil cujas eleições a cada quatro anos modificam o panorama de expectativas políticas e econômicas no país.

E por falar em investimentos, a bolsa de valores novamente trouxe resultados positivos no mês. Em 2019, nesses nove meses que nos trouxeram até aqui, o Ibovespa (principal índice da bolsa nacional), encerrou 6 vezes no azul. Em setembro, fechou com valorização de 3,6% e no acumulado do ano já apresenta alta de 19,2%. Nos últimos três anos, o índice se valoriza 79,5%.

Apenas no mês de setembro, os ativos que puxaram o índice para cima foram os do frigorífico Marfrig (+31,4%), da petroquímica Braskem (15,2%), da concessionária de rodovias EcoRodovias (14,6%),  da distribuidora de combustíveis Ultrapar (12,7%) e da educacional Kroton (12,3%). Na ponta negativa, a Eletrobras figurou como a empresa que pior desempenhou em função das discussões que envolvem sua privatização/capitalização.

Vale ressaltar que não houve, nas últimas semanas, um fato relevante setorial que puxasse as empresas de um mesmo segmento para o mesmo lado, com exceção dos frigoríficos. Por isso, foram as notícias específicas e pontuais que impactaram o dia a dia das companhias. Assim como vimos a alta no mês de setembro, grande parte do mercado ainda continua acreditando em potenciais voos mais altos para a bolsa no médio e longo prazos, em especial, por apresentarmos - neste momento - a menor taxa de juros da história, e com perspectivas de novos cortes nas próximas reuniões do Copom.

Isso também é corroborado pela expectativa de que o capital privado começará a se movimentar para se expandir no país, dadas as atuais taxas de retorno pouco atrativas na renda fixa. Obviamente que fatores externos poderão, e deverão, continuar influenciando no mercado nacional, principalmente porque a guerra comercial entre EUA e China ainda terá novos capítulos. Para adicionar mais emoção, teremos as notícias que envolverão o processo do impeachment de Donald Trump e em breve começaremos a discutir as eleições norte-americanas, que ocorrerão em 2020.

Por trás das movimentações

Com relação ao número de investidores, no final de agosto a B3 informou que havia 1,334 milhão de pessoas físicas cadastradas no mercado de renda variável, sendo 76,4% homens e 21,7% mulheres. Interessante notar que, nos dados divulgados mensalmente, menos de 10% tem idade entre 16 a 25 anos. A maior faixa de investidores se concentra entre 26 a 45 anos, o que também pode ser interpretado dentro de uma normalidade, dada a maturidade e a condição financeira desse estrato.

Em termos de valores investidos, o estado de São Paulo concentra 48,5% do montante, seguido pelo Rio de Janeiro com 18,2% e Minas Gerais com 11,5%. Dentre os menores valores, cinco estados da região Norte concentram apenas 0,19%. Nesses casos vemos que há grande espaço de expansão, pois pouco mais de 12 mil pessoas desses estados investem em bolsa.

Com a perspectiva de um ambiente mais favorável no país e taxas de juros seguindo em patamares nunca antes vistos na história, as expectativas apontam para um crescimento no volume de investidores, seja por meio de ações livres - quando alguém compra no mercado via plataformas digitais ou mesa de operações de instituições financeiras -, seja via fundos de investimento. Assim, é possível começarmos a ver uma mudança cultural e há a expectativa de que, com a bolsa seguindo em alta no longo prazo, possamos ter mais pessoas aptas a trabalhar seu respectivo capital com segurança e dispostas a tomar risco, na esperança de obter melhores resultados de patrimônio.

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