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Audiência Pública sobre o pedágio em Guarapuava
Audiência Pública sobre o pedágio em Guarapuava| Foto: Dálie Felberg\Alep

Mais duas audiências públicas realizadas nesta semana pela Assembleia Legislativa do Paraná no interior do estado evidenciaram o descontentamento dos paranaenses com o modelo híbrido proposto pelo governo federal para a nova concessão de rodovias no Paraná. Em Guarapuava, na quinta-feira (18), e em Francisco Beltrão, nesta sexta-feira (19) os deputados ouviram de representantes do setor produtivo e de políticos das regiões Central e Sudoeste do estado apelos para que a Frente Parlamentar Sobre o Pedágio da Assembleia Legislativa do Paraná atue no convencimento ou, até mesmo, de forma política e jurídica para que a nova licitação ocorra pelo modelo da menor tarifa.

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Em Guarapuava, 30 entidades das regiões Centro-Sul e Centro-Oeste do estado entregaram uma carta aos deputados com as seguintes posições: suspensão da Audiência Pública da ANTT até que seja revisto o estudo da ANTT que impõe o modelo de outorga; retirada do degrau tarifário; licitação pelo menor preço sem incluir pagamento de outorga em nenhuma hipótese; transparência absoluta da licitação e execução dos contratos; duplicar de Guarapuava até a Serra; trincheiras em Laranjeiras do Sul; duplicação de toda a extensão da Rodovia BR-277; duplicação responsável com trincheiras nas comunidades rurais para não isolar a comunidade rural e distritos; marginais que liguem as cidades; e bloqueios nos canteiros centrais.

O prefeito de Guarapuava, Celso Góes (CID), foi o primeiro a falar na audiência pública e ressaltou que a região não suporta mais os altos preços de tarifas e falta de realização de obras. “Esses preços nos custam muito e já ceifou muitas vidas por causa da falta de duplicação e obras. Não podem enfiar goela abaixo mais um contrato como esse que temos hoje e depois esperar mais 30 anos para mudar”, alertou. “Essa união de forças, essa conversa entre as lideranças do estado, é muito importante, mas é preciso fiscalizar os novos contratos. Não podemos deixar fazer o que já fizeram nos últimos anos”, ressaltou o presidente da Câmara de Vereadores de Guarapuava, João Carlos Gonçalves.

Para o presidente da Sociedade Rural de Guarapuava, Claudio Azevedo, o assunto do pedágio é de extrema importância para os produtores rurais da região. “Somos do campo e dependemos da BR-277. Nos últimos anos, acompanhamos de perto o atual contrato e digo que é hora de brigar pelo preço mais baixo e fazer uma licitação da maneira correta, com obras sendo realizadas no tempo certo”, apontou. “A sociedade da região anseia por preço justo e obras. Nós temos aqui na região a maior produção agrícola por metro quadrado e precisamos escoar nossa produção. E o pedágio nos custa muito”.

Carta do Sudoeste

Depois, em Francisco Beltrão, 23 entidades entregaram o manifesto chamado Carta do Sudoeste, com as seguintes posições: rejeição ao modelo híbrido e adoção do modelo de menor tarifa; redução do degrau tarifário de 40% para 25%; inclusão do trecho entra Pato Branco e Palmas da PR-280; revisão do traçado do contorno de Marmeleiro; garantias contratuais para a execução ode obras nos primeiros anos de contrato; incentivo à participação de consórcios regionais na licitação; redução tributária para compensar os investimentos já pagos pela população, incidindo sobre a tarifa; redimensionamento dos lotes para aumentar a competitividade. “O Sudoeste Paranaense é favorável às concessões, desde que as tarifas sejam acessíveis e, portanto, justas e adequadas aos anseios da população”, conclui a carta.

Na audiência, o prefeito de Francisco Beltrão, Cléber Fontana (PSDB) prometeu apoio político às lideranças que forem negociar com o Ministério da Infraestrutura uma possível revisão no modelo. “Esse é um momento importante. Não diz respeito à nossa geração, mas sim às futuras gerações. Talvez se mudássemos o que foi feito 25 anos atrás, não teríamos essa imagem do pedágio que temos hoje. O grande debate hoje é em relação ao preço. Não queremos ser explorados. Queremos infraestrutura para atender a grande produção da nossa região, que tem expectativa de crescer muito nos próximos anos. A região Sudoeste com certeza dará apoio político para quem vai se sentar com o governo federal e decidir toda essa situação do modal do pedágio. Precisamos fazer o melhor para o Paraná, sob pena de sermos cobrados lá na frente”, alertou.

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