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Estrada do Colono ligava Serranópolis do Iguaçu a Capanema, e foi fechada pela primeira vez em 1986| Foto: Reprodução / RPC

Dezenas de lideranças empresariais paranaenses subscrevem abaixo-assinado enviado a todos os líderes partidários da Câmara dos Deputados contra a provação do projeto de lei 984/2019, que cria a modalidade de “estrada-parque”, permitindo a reabertura da Estrada do Colono, que corta o Parque Nacional do Iguaçu, no Oeste do Estado. Os empresários também se posicionam contrariamente aos projetos 2633/2020 (conhecido como PL da Grilagem) e o projeto 490/2017 que suspende a demarcação de terras indígenas. O documento foi elaborado pela Rede Pró UC e pelo Observatório de Justiça e Conservação e foi encampado pelo Grupo de Líderes Empresariais do Paraná (Lide Paraná), contando com centenas de assinaturas de empresários de todo o país.

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Para os empresários, os projetos em questão “alteram profundamente a legislação ambiental, já sacramentada por vários governos e décadas de discussões, os quais agravarão sensivelmente esta já calamitosa situação”. Eles citam, como consequência da degradação ambiental, a crise hídrica vivida pelo país e a potencial crise energética que poderá ser desencadeada, prejudicando profundamente o setor produtivo brasileiro.

Especificamente sobre a Estrada do Colono, o grupo cita que o projeto interfere no Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), criando a categoria “estrada-parque”. “No mundo desenvolvido, ‘estradas-parque’ são instrumentos que favorecem a conservação, para proteger paisagens lineares e biodiversidade. O PL 984/19, porém, distorce o conceito, pois permite o desmatamento para abertura de estradas em áreas protegidas por lei, como parques nacionais”, apontam. “Estamos falando de sujeitar mais de 2500 unidades de conservação à abertura de estradas, com nossa combalida fiscalização. Isso permitirá a destruição de áreas ambientalmente frágeis, como as florestas do Parque Nacional do Iguaçu, último grande remanescente de Mata Atlântica Estacional do Sul do Brasil”.

Os empresários também alertam que a comunidade internacional está de olho nas ações brasileiras referentes à legislação ambiental e lembram que mais de 300 mil europeus assinaram um pedido de boicote aos produtos brasileiros caso o PL da Grilagem não seja retirado de pauta. “Estamos em 2021, o mercado financeiro e o mundo moderno desejam o desenvolvimento sustentável, seja através de negócios de impacto, investindo em ESG (governança social e ambiental) ou respeitando políticas de compliance. Sabemos que todo país carrega consigo uma imagem, que também funciona como uma espécie de marca. As imagens de nossas florestas queimando ou tombando, que circulam pelo planeta, representam um estrago significativo à nossa reputação externa. E isso piora sensivelmente nossas
oportunidades no campo do comércio e das relações internacionais”, diz a carta.

Assinam o documento, entre outros empresários paranaenses ou representantes de empresas com sede no estado, José Álvaro Carneiro (CEO do Complexo Pequeno Príncipe); Heloisa Garrett (fundadora e proprietária da agência The Way e da plataforma Conecta); Horácio Piva e Roberto Klabin (do Grupo Klabin); Carmel Croukamp (CEO do Parque das Aves); Nilton Saraiva (presidente da Ibema Papelcartão); Wolney Betiol (presidente da Bematech); Maria Gabriela Gurtesten (Sócia de 18 empresas ligadas à construção civil e a shoppings centers); Dieter Brepohl (Spa Lapinha); Miguel Milano (Permian Brasil); Christophe Allain; e Cláudio Loureiro (CEO da Heads Propaganda).

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