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De maior do estado a coadjuvante. O encolhimento do PSDB do Paraná
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De partido do governador, com um senador, a maior bancada estadual, mais de 70 prefeitos e a maior bancada na Câmara Municipal de Curitiba para o uma legenda “pequena”, com apenas três deputados estaduais e 17 prefeitos eleitos. Em duas eleições municipais, o PSDB derreteu no Paraná, deixando de ser o maior partido do estado para ser mero coadjuvante, entre as diversas siglas da base do governador Ratinho Junior (PSD).

A queda do partido está muito relacionada à crise enfrentada por sua principal figura nas duas últimas décadas: o ex-governador Beto Richa. Réu em ações penais abertas em desdobramentos da Operação Lava Jato, o ex-governador trocou uma eleição certa para o Senado, em 2018, por dias de prisão nas operações da Polícia Federal e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná. Outro nome importante do partido, o ex-deputado Valdir Rossoni, também trocou o protagonismo político por depoimentos na Justiça.

Desde então, muitas lideranças optaram por trocar de partido. Mesmo no exercício de mandatos, prefeitos, deputados e vereadores buscaram se desvincular do PSDB e o ninho tucano ficou cada vez mais vazio, ocupado por lideranças que tentam reconstruir o partido.

PSDB em 2012PSDB em 2016PSDB em 2020
GovernadorGovernador
1 Senador
2 deputados 3 deputados
8 deputados7 deputados3 deputados
74 prefeitos67 prefeitos17 prefeitos
4 vereadores3 vereadores

Presidente estadual do PSDB, Paulo Litro avalia como natural a redução do número de prefeitos nesta eleição, pois ele vincula a decisão de filiação partidária de prefeitos e candidatos ao governo de momento. “Todos os grandes partidos, que tinham um grande número de prefeitos, tiveram queda na última eleição estadual e consequentemente, na municipal. Quando se tem o governo do estado, a tendência é que prefeitos procurem o governo. Com a nossa saída do governo, muitos prefeitos buscaram o PSD do governador Ratinho Junior”, comenta.

Ele reconhece que o partido passou por situação politicamente difícil com as investigações envolvendo Beto Richa e Rossoni, mas diz que “problemas jurídicos pessoais não podem ser confundidos com CNPJ partidário. Problema com filiados, existe em todas as legendas, mas o partido já passou por reformulação. Tivemos congresso nacional que ouviu filiados e lideranças e instituiu compliance”.

Para o deputado, o partido precisa reconhecer que está em um momento de dificuldade e se reinventar. “Em política, passamos por altos e baixos. Vivemos bons momentos no passado recente. Agora temos que reinventar, reestruturar, fazer fortalecimento partidário. Depende de nós reconstruirmos”.

Paulo Litro explica que em Curitiba, onde não elegeu, sequer um vereador, o PSDB precisará recomeçar do zero. “Perdemos o vice-prefeito, Eduardo Pimentel, que se filiou ao PSD. Quatro vereadores, que, inclusive, foram reeleitos, também trocaram de partido. Então, vamos começar do zero, com trabalho de base regional, filiando novas lideranças”, disse. Na esfera estadual, o tucano cita que, apesar de apenas 17 prefeituras, o partido mantém importantes lideranças, como os prefeitos reeleitos de Francisco Beltrão, Cléber Fontana, e o de Irati, Jorge Derbli. “Como teremos candidatura forte à Presidência da República. Deveremos ter uma boa chapa de candidatos a deputado federal e estadual e, até, poderemos buscar uma candidatura ao Senado ou a vice-governador”, conclui, citando que o partido pretende integrar a chapa de Ratinho Junior.

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