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Prevista para 2022, vacina da UFPR poderá imunizar contra variantes da Covid-19 e, até, dengue
| Foto: Foto: Luiz Costa / SMCS

Encerrados os testes pré-clínicos com resultados animadores, os pesquisadores da Universidade Federal do Paraná que desenvolvem uma vacina própria contra o coronavírus buscam, agora, parceiros para viabilizar os estudos clínicos do imunizante. Com tecnologia 100% brasileira e um custo, na fase laboratorial, de R$ 10,00 por dose, a vacina paranaense poderá ser uma alternativa já em 2022, com a perspectiva de que a vacinação contra a Covid-19 tenha que ocorrer anualmente, como acontece com a gripe. A técnica desenvolvida pela UFPR permite, ainda, que a vacina seja facilmente adaptada para novas variantes do coronavírus e, até mesmo para outros vírus, como o da dengue.

“A pandemia de Covid-19 não é uma emergência para esse ano. Será uma doença com necessidade de campanha anual de vacinação. Nenhuma vacina chegou à fase 4, que mede o tempo de imunidade gerado pela vacina. Temos entre oito a dez vacinas em estudo no Brasil. E a da UFPR é uma das quatro mais avançadas. A vacina da UFPR está a quatro meses de chegar na fase clínica e as fases pré-clínicas tiveram resultados superiores às da vacina de Oxford, produzindo mais anticorpos”, comentou, durante reunião da Frente Parlamentar do Coronavírus, o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca.

Depois de chegar a esses resultados pré-clínicos com um investimento de cerca de R$ 200 mil, a UFPR precisa, agora, de um significativo aporte financeiro para avançar nos estudos clínicos, em que a segurança e a eficácia da vacina são testadas em humanos. “Em até seis meses cumpriremos os passos para a autorização para os testes clínicos pelo Comitê de Ética em Pesquisa e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Conseguindo realiza-los na sequência, nossa vacina poderá estar autorizada já em 2022, mas, para isso, precisamos de um investimento entre R$ 25 e R$ 40 milhões”, comentou o professor Emanuel Maltempi de Souza, coordenador da pesquisa.

A Universidade tenta uma parceria com o governo do Paraná para viabilizar o desenvolvimento da vacina. “Vamos transformar essa vacina na vacina do Paraná”, afirmou o reitor. “Em relação à vacina em desenvolvimento pela UFPR, há um diálogo permanente da universidade com Fundação Araucária e a Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). Houve uma conversa preliminar e em breve teremos novidades”, comentou o secretário da Casa Civil, Guto Silva.

Vacina adaptável às variantes e a outros vírus

A tecnologia desenvolvida pelo UFPR utiliza um biopolímero produzido por bactérias, que recebe proteínas dos vírus para estimular a produção de anticorpos pelo organismo. “Não utilizamos vírus morto, vírus enfraquecido ou vírus inativado. Construímos uma nanoesfera, colocando apenas as proteínas do vírus ao redor dela, adsorvendo os antígenos no polímero”, explicou Souza. “Com a utilização de proteína recombinante, podemos, facilmente, adaptar à vacina para novas cepas que venham a surgir. Assim como podemos desenvolver vacinas para outros tipos de vírus, como o da dengue”, completou.

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