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De uma coisa não se pode reclamar: dos problemas. Eles, com perdão da má palavra (e da própria palavra abundam), abundam. Basta ver a (mais uma) investida contra a terra dos nossos brasileiros indígenas. O jeito é reembarcar no Megatério, a grande aeronave inspirada no Graf Zeppelin, que pode ser traduzido como democracia.

Beronha quis saber do que se tratava.

– Está lá, em Fantoches e Outros Contos e Artigos, de Erico Verissimo, Editora Globo – Rio, Porto Alegre e São Paulo, edição de 1956. Título: A Bordo do Megatério. Uma farsa que, segundo o escritor, “expressa parabolicamente sua opinião sobre a democracia”.

Mudança de curso

O leitor é conduzido a uma grande aeronave – inspirada no Graf Zeppelin, que passava pelo Brasil, em reide transcontinental. A maioria dos passageiros decide mudar o curso. Diante da resistência do comandante, a turma conspira e toma o controle. Festa. A seguir, o dirigível enfrenta uma tempestade. E agora?

Libertam o comandante, mas já é muito tarde. O imediato já tinha anunciado:

– O Megatério vai à gaita!

Ao que, comemorando, completa o comandante:

– Viva a democracia!

Um arrufo

Verissimo explica que a peça resultou de “um arrufo que tive com a democracia”, ao admitir seu individualismo, “a par de minha simpatia pelo socialismo”.

Professor Afronsius aproveitou a deixa e citou uma matéria da revista Pesquisa, da Fapesp:

– Democracia faz parte das coisas sacrossantas que só passam a ter a devida importância quando escasseiam ou nos são surrupiadas.

De fato. E no caso das terras indígenas, a tal PEC 215, que transfere do Executivo para o Legislativo a decisão sobre a demarcação de áreas, embora encaminhada pelas vias democráticas, é um absurdo total. Há passageiros de todos os tipos no Megatério. Há que se resistir, megatéria ou democraticamente.

ENQUANTO ISSO…

6 outubro

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