Gugu estreia com cheiro de naftalina e precisa de ajustes técnicos

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O comentário hoje é um só no mundo televisivo: a boa audiência que Gugu conquistou ao voltar para a televisão com a estreia de seu programa, ontem à noite. Com índices superiores a 15 pontos na Grande São Paulo, o programa chegou a ultrapassar a Globo em audiência (que exibia futebol) e o SBT (que apresentou uma entrevista com Florinda Meza, a dona Florinda, do “Chaves”). Mas a verdade é que Gugu não apresentou nada de novo, ainda. Nem mostrou a que veio, ainda.

A ideia de estrear o programa na quarta-feira (embora ele seja exibido também às terças feiras) foi bem estratégica: afinal a Record foge de um capítulo normal da novela das 21h da Globo e também do Paredão do “BBB”. Às quartas, tradicionalmente, o capítulo da novela é menor e há uma fuga maior de audiência, por conta do futebol. Assim, Gugu entrou no ar com um discurso emocionado, falando do tempo em que esteve longe da TV. Logo em seguida, chamou o cantor Leonardo e o filho dele, que tenta emplacar uma carreira musical também.

Nas redes sociais, o público parecia ter sido transportado para um domingo ou um sábado à noite dos anos 90, quando Gugu comandava o “Domingo Legal” e o “Viva a Noite”, tais eram os cheiros de naftalina que emanavam das atrações exibidas ontem. Depois de uma piadinha com “Leonardo, você já comeu Pacu e Piranha?”, fomos apresentados ao peixe que possui dentes parecidos com os do homem. E também ao incrível homem que diz atrair objetos metálicos no corpo…

Novidade mesmo foi a participação do público através do Whatsapp. Além da hashtag oficial aparecer na tela (ponto pra Record), incentivado a participação do público, que levou o programa e os termos relacionados a Gugu aos Treding Topics mundiais, o telespectador enviaria uma mensagem para o número de Gugu, e quando o telefone tocasse ele não deveria dizer ‘alô’, mas sim cantar ‘meu pintinho amarelinho’….Tomara que essa participação seja aprimorada e as mensagens sejam exibidas na tela da TV, por exemplo.

Já a reportagem especial com Suzane Von Richtofen ficou marcada por problemas de áudio. Enquanto o microfone de Gugu estava certo, o da entrevistada estava virado para baixo, sem captar o som direito. Nas redes sociais, brincou-se que a entrevista poderia ter sido legendada, ou mesmo que os telespectadores poderiam twittar o que ela falava, porque entender estava difícil. O diretor do “A Tarde É Sua”, da Rede TV, por exemplo, chegou a brincar com o fato.

Amanhã o A Tarde é Sua vai ensinar como colocar um microfone de lapela em ambiente não favorável. Não Percam. Kkkkkkkkk

— Elias Abrão (@eliasabrao) 26 fevereiro 2015

 

Além deste problema técnico, o cenário e a iluminação também foram muito criticados nas redes sociais e o público clamou por outros quadros como o “Táxi do Gugu”, a banheira, tal era o sentimento de nostalgia que a atração apresentou.

Gugu não parecia estar à vontade no papel de entrevistador. É preciso lembrar que ele é um homem fortemente ligado ao entretenimento e entrevistas como essa podem facilmente sair pela culatra. Extremamente amarrado ao roteiro de perguntas, Gugu poderia optar por fazer uma parceria com o jornalismo da Record, a exemplo do que acontecia no “Domingo Legal”, quando Silvana Kieling cobria os assuntos jornalísticos.

Foi uma estreia com altos e baixos, sem novidades, um programa ainda cheirando a naftalina, mas que pode surpreender. Competência o diretor Vildomar Batista tem de sobra pra isso.