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Ciência e fé na Jornada Mundial da Juventude

O blogueiro com os jovens poloneses e os brasileiros que ajudam na organização. (Foto: Luan Galani/Gazeta do Povo) (Foto: )
O blogueiro com os jovens poloneses e os brasileiros que ajudam na organização. (Foto: Luan Galani/Gazeta do Povo)

O blogueiro, ao centro, com os jovens poloneses e os brasileiros que ajudam na organização. (Foto: Luan Galani/Gazeta do Povo)

A paróquia Cristo Rei, em Curitiba, em cujo território eu moro, está recebendo 12 poloneses para a Semana Missionária, também chamada “pré-Jornada”, em que os peregrinos da Jornada Mundial da Juventude passam uma semana participando de diversos eventos antes de se reunirem todos no Rio de Janeiro para os eventos unificados da JMJ. E, na Semana Missionária de Curitiba, a manhã desta quinta-feira estava reservada a uma conferência de caráter cultural. Eu me ofereci, os responsáveis da paróquia aceitaram, e passamos um tempo agradável falando de ciência e religião. O grupo dos poloneses da paróquia Cristo Rei foi reforçado por compatriotas que estão na paróquia São Benedito, no Capão da Imbuia, incluindo dois padres, um de Varsóvia e outro de Wroclaw, uma cidade universitária perto da fronteira com a Alemanha. E ainda contamos com a presença do Luan Galani, meu colega de Gazeta do Povo que conheci no curso do Instituto Faraday, em 2011.

O grupo era, majoritariamente, de estudantes de ensino médio. Alguns estavam na faculdade, incluindo duas garotas cursando Medicina. Parece que, em algumas coisas, lá não é muito diferente daqui: eles também já cansaram de ouvir lendas sobre a relação entre o Cristianismo e a ciência, coisas do tipo “a Igreja queimou Galileu” ou “a Igreja proibia dissecação de cadáveres”. Conversamos um pouco sobre algumas bases bíblicas que impulsionaram os primeiros estágios da ciência no fim da Idade Média e no Renascimento, falamos de cientistas que também eram pessoas de fé, tratamos da não contradição entre as verdades da fé e as verdades reveladas pela ciência, e também das ocasiões em que a Igreja se levanta contra algumas práticas científicas movidas pela mentalidade do might makes right. Conversamos também sobre o cientificismo, o “Deus das lacunas”, e encerrei passando a eles algumas boas fontes sobre ciência e fé para que eles possam consultar quando estiverem de volta à Polônia.

Só não fizeram muitas perguntas… uma estudante pediu mais esclarecimentos sobre o caso Galileu, e foi isso. Depois, no café, conversando com vários deles, entendi o que acontecia: muitos deles entendem inglês, mas não confiavam muito no taco para fazer perguntas sobre o tema. Deixei o meu e-mail para que escrevam, se quiserem saber mais. Também no intervalo, batendo papo com os dois sacerdotes, eles me contaram que a formação religiosa, inclusive dos seminaristas, ainda privilegia demais a questão da apologética voltada a outros cristãos. Todos eles sabem de cor e salteado as respostas às objeções mais comuns de protestantes, por exemplo. Mas pouco se fala sobre como responder às objeções do ateísmo militante que se aproveita da ciência para atacar a fé. É uma lacuna que só agora eles estão percebendo.

Fiquei feliz de ter dado minha contribuição, ainda que pequena, à Jornada Mundial da Juventude, e sou muito agradecido ao pessoal da paróquia Cristo Rei. Agora é me preparar para encontrar o papa Francisco nos dias 27 e 28, lá no Rio.

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