Quem olha de longe não sabe que é tofu e, vai por mim, muita gente perde o preconceito com o “queijo de soja” a partir dessa receita. Tive a prova na última semana, quando um terço deste tofufort foi usado para fazer dois sanduíches de metro em um coffee break onívoro. A combinação de ingredientes para o sanduíche está ao fim do post — felizmente não há fotos dos sanduíches porque eles foram devorados rapidamente!
Fiz algumas vezes para poder variar os ingredientes e proporções e garanto que é difícil o preparo desandar. É só ficar atento ao tipo de óleo que for usar, pois isso altera a consistência do preparo, e a quantidade de sal, uma vez que vai missô na receita. Eu tentei fazer o mais próximo possível da original usando o máximo de ingredientes orgânicos que encontrei (porque é soja, afinal), mas os temperos podem variar, desde que sejam desidratados. A massa resultante fica quebradiça como a do gorgonzola ou roquefort, com sabor forte, salgado e untuoso.
O que não pode faltar neste preparo é a espirulina, que dá a aparência de queijo azul, e a gordura vegetal para firmar. Todos os ingredientes desta receita estão à venda no Mercado Municipal, inclusive a tal espirulina, que é uma alga encontrada em comprimidos ou em pó e rica em proteína, ferro, clorofila e vitaminas. O cheiro dela não é muito agradável, por isso uso pouco. Se você quiser um efeito visual mais parecido com os queijos azuis, capriche nas camadas de alga em pó.
Tofufort
Dicas de substituições e afins ao final da receita
Ingredientes
500 g de tofu orgânico
3 colheres de sopa de missô orgânico
3 colheres de sopa de vinagre de vinho branco
½ xícara de gordura vegetal (óleo de coco orgânico derretido ou azeite de oliva)
1 colher de sopa de levedura nutricional/nutritional yeast (opcional)
½ colher de chá de alho desidratado ou em pó
1 colher de sopa de cebola ou cebolinha desidratada ou em pó
1 colher de chá de sal (opcional)
Espirulina em pó a gosto (ou três comprimidos de espirulina moídos muito bem)
Modo de preparo
Seque o tofu e o compacte por uma hora ou mais sobre uma grade para que a água escorra sem ficar em contato com a peça. Use folhas de papel-toalha entre o peso e a grade e troque sempre que estiverem encharcadas. Eu troco umas cinco vezes. Quando ele estiver menos mole, corte-o e coloque no processador. Acrescente o missô, o vinagre, a gordura vegetal, a levedura nutricional, o alho e a cebola. Processe até ficar uma mistura lisa. Prove e corrija os temperos, acrescentando o sal se achar necessário.
Unte um pote ou forma com óleo ou azeite e arrume uma camada da massa de tofu. Deixe a superfície irregular e, com a ajuda de uma colher pequena, preencha os buracos com espirulina. Acrescente mais uma camada de massa de tofu e repita o processo. Faça isso até acabar a massa. Guarde na geladeira por uma noite. Desenforme se foi feito com óleo de coco e bom apetite!
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Para o sanduíche devorado em poucos minutos que comentei no início do post usei tofufort feito com óleo de coco. Despedacei um terço dele e coloquei no pão com tomates feitos no forno (asse as fatias por 30 minutos em forno a 220 graus C com aceto balsâmico, shoyu, alho e cebola), cenoura ralada, alface mimosa e rúcula. Simples, não?
Dicas:
*Fique atento para a data de validade do tofu antes de preparar esta receita. Como é um produto muito perecível, o ideal é comprar o tofu no dia em que for fazer. Dura cerca de cinco dias na geladeira, assim como o tofu fresco.
*No Brasil, a levedura nutricional (“nutritional yeast”, em inglês) é encontrada no Mercado Livre e sites do tipo, mas é bem fácil — e mais barato — de encontrar nos EUA. Agradeço à Camila Rosa e ao Rafael Bessa pelo presente! Esta levedura vem em flocos finos e não é o mesmo que levedura de cerveja, por isso não aconselho a substituição. O sabor do nutritional yeast me lembra caldo de frango (é estranho, eu sei), então o que ele acrescenta é uma camada de sabor que puxa para o salgado e para o umami. Na falta do ingrediente, apenas tire da receita.
*Azeite de oliva ou óleo de coco? O azeite de oliva deixa a consistência do queijo encorpada, mas ele continua sendo uma pasta. Se você quer desenformar o queijo depois e fatiá-lo, é melhor usar o óleo de coco derretido, pois na geladeira ele vai solidificar. Dica extra: a gordura de coco não deixa o sabor residual que o óleo tem e sai bem mais barato.
*Use os temperos em pó ou desidratados. A última coisa que você quer é a cebola soltando água na hora de processar a pasta.
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Parece até boba a sugestão, mas é sincera: se você quer agradar um vegano ou um intolerante a lactose (e até mesmo um onívoro curioso, por que não?), prepare este queijo e dê como presente de Natal. É um agrado mais que especial para quem não encontra opções acessíveis no mercado. Para os açucarados, relembro uma receita vegana que também dá um ótimo presente: bombons estilo Ferrero Rocher.
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