Decoração

Sophia Louise Karl

Dicas de cuidados, espécies, curiosidades e inspirações. Na coluna 'Vida Botânica', a engenheira agrônoma paisagista Sophia Louise Karl se dedica a trazer informações sobre o maravilhoso mundo das plantas, compartilhando conhecimentos sobre como cuidar e fazer delas parceiras para trazer mais vida e bem-estar, dentro e fora de casa.

Vida Botânica

O incrível mundo das plantas carnívoras

02/07/2021 17:54
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Dioneia com armadilhas do tipo jaula capturando inseto. | Gabriel/Unsplash

Uma planta desenhada para os curiosos e admiradores da natureza, as plantas carnívoras são realmente especiais. Apesar de muitos se assustarem com sua aparência, estas plantas são amigáveis e nada se parecem a como são descritas nos filmes de ficção científica. Pelo contrário, podem trazer muitos benefícios para o cultivo dentro de casa, junto a outras plantas, e convivem em harmonia com pets e crianças, já que não são tóxicas e não apresentam perigo caso ingeridas por curiosos de plantão. Vamos conhecer um pouco mais sobre estes seres incríveis?
Suas estruturas de armadilha para captar insetos e até pequenos animais, como rãs e camundongos, foram formadas há mais de 60 milhões de anos em uma escala evolutiva. Para compensar a falta de nutrientes em solos pobres e encharcados onde viviam, estas plantas modificaram suas folhas, caules e até raízes e criaram mecanismos para coletar seus nutrientes de outra forma: alimentando-se de seres vivos, literalmente!
Planta carnívora Nepenthes com armadilhas em jarros para capturar suas presas.
Planta carnívora Nepenthes com armadilhas em jarros para capturar suas presas.
Para aproximar e capturar os insetos e pequenos animais desafortunados, as plantas carnívoras produzem substâncias que os atraem para, então, caírem em suas armadilhas e serem devorados, digo, digeridos. Existem diferentes formas de captura:

Armadilha do tipo jaula

Dioneia com armadilhas do tipo jaula capturando inseto.
Dioneia com armadilhas do tipo jaula capturando inseto.
São as mais conhecidas. Depois de atraídos por seu cheiro adocicado, os insetos que ali pousam são aprisionados rapidamente quando as folhas modificadas se fecham, e não conseguem se soltar. As Dioneias são um exemplo de planta com este tipo de armadilha.

Armadilha do tipo jarro

Sarracenia com pelos invertidos em seus jarros que impedem que o inseto escape da armadilha.
Sarracenia com pelos invertidos em seus jarros que impedem que o inseto escape da armadilha.
Presentes nas Nepenthes e Sarracenias, esta forma atrai e captura insetos e pequenos vertebrados por meio de um líquido adocicado e escorregadio que os fazem deslizar para o fundo dos "jarros". A água contida nestes jarros e os pelos invertidos em suas paredes, como ocorre nas Sarracenias, impedem que os animais fujam desta armadilha.

Armadilha de folhas colantes

Detalhe das folhas com líquido pegajoso que prende pequenos insetos em Droseras.
Detalhe das folhas com líquido pegajoso que prende pequenos insetos em Droseras.
Como o nome já nos indica, este mecanismo captura os insetos por conta de substâncias pegajosas que colam e grudam as presas, impedindo que se soltem. As Droseras, espécies comuns no cerrado brasileiro, são um exemplo de planta com este tipo de armadilha.

Armadilha do tipo sucção

Este último tipo de armadilha fica escondido em suas raízes, que funcionam de forma impressionante. Quando sente que há aproximação de alguma presa, como protozoários, pequenos insetos ou até microcrustáceos, a armadilha se abre e suga rapidamente todo o conteúdo ao seu redor. Logo em seguida, ela se fecha novamente e digere a presa ingerida. Esta forma de captura é encontrada nas Genlinseas.

Dicas para cultivar plantas carnívoras em casa

Mesmo alimentando-se de seres vivos para absorver nutrientes essenciais para seu crescimento, as plantas carnívoras, assim como todas as plantas, também fazem fotossíntese e produzem sua energia desta forma. Por isso, é preciso mantê-las em locais com boa luminosidade, mas sempre longe do sol forte e direto sobre suas folhas. Ambientes de sombra são ótimos, mas o ideal é um local de meia-sombra com o sol fraco da manhã ou do fim da tarde.
Um ponto muito importante é cultivá-las plantadas em musgo esfagno, e não diretamente em terra, pois elas preferem substratos bem leves e sempre úmidos. Assim, as regas podem ser frequentes para nunca deixar o substrato seco. Além disso, elas adoram que borrifem suas folhas com água como forma de aumentar a umidade do ar. Lembre-se de utilizar água filtrada, que não tenha cloro, pois as plantas carnívoras são sensíveis a este elemento, que pode queimar suas folhas.
Além de suas estruturas já muito impressionantes, as plantas carnívoras também podem florescer, nos presentando com ainda mais beleza. Geralmente, florescem nas estações mais quentes, durante a primavera e o verão.

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