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Dez dicas para pequenas empresas atravessarem a crise do Covid-19
| Foto: Unsplash

Diz o ditado que mar calmo não faz bom manheiro. Se essa máxima é verdadeira, em alguns meses teremos uma legião de marinheiros prontos para enfrentar qualquer tempestade. A pandemia do Covid-19 está trazendo complicações e desafios nunca antes experimentados pela maioria dos gestores, e está deixando evidente o vácuo de liderança que vivemos no mundo.

Voltarei ao tema da liderança oportunamente. Mas, hoje, quero me solidarizar com o gigantesco universo de pequenas e médias empresas no país. A partir da minha experiência atuando com o segmento de pequenas empresas por mais de 20 anos e de estar do outro lado do balcão, como empresário, há pelo menos sete, quero compartilhar algumas dicas que podem ser úteis para empresários de pequeno e médio porte que, provavelmente, serão quem mais vai sofrer durante a crise do coronavírus.

São dicas de como pequenas empresas podem tentar se estruturar para superar esse momento catastrófico. De forma geral, é o que eu faria e, em grande medida, estou fazendo nas empresas nas quais tenho participação. Longe de ser uma solução definitiva, até porque soluções mágicas definitivamente não existem, é uma tentativa de compartilhar ideias realmente práticas, além do clichê "aproveite pra estudar".

Reconheço a importância de aproveitar esse período para se desenvolver e consumir conteúdo. Mas eu também sei bem que isso não vai colocar dinheiro na sua empresa nem comida na mesa da sua família. Portanto, vamos ao que interessa:

  • Procure os bancos públicos. Eles estão anunciando linhas de crédito baratas e com meses de carência. Ainda é preciso ver como esse dinheiro vai chegar, de fato, no empresário. Mas antecipe-se e corra desde já atrás desse recurso, porque ele pode ser o que vai viabilizar sua sobrevivência nesse período de crise;
  • Corte toda e qualquer despesa supérflua, inclusive nas contas da família. Estamos em tempos de guerra, é hora de esforço conjunto, envolvendo todo mundo;
  • Negocie pagamentos a fornecedores, e use como critério para priorizar ou não esses pagamentos o tamanho da empresa credora, priorizando os menores. Pode não ser o melhor critério, mas é, probabilisticamente, o mais justo. Todos se verão forçados a negociar. Se não houver negociação, simplesmente não pague e volte a conversar após a crise, quando a situação se normalizar;
  • Não pague imposto: o pagamento do Simples foi suspenso a partir de abril. Portanto, é hora de guardar esse dinheiro para ajudar a superar as dificuldades de caixa durante a crise;
  • Crie formas de operar durante a quarentena. Entregue em domicílio, crie serviços que hoje você não oferece, mas que podem ser necessários durante a crise (compras em mercado e farmácia para pessoas idosas, ou aulas remotas usando soluções de videoconferência ao invés de aulas presenciais na academia, por exemplo), seja criativo;
  • Negocie coisas que você já havia vendido para que as entregas não sejam canceladas, mas apenas postergadas. Existe sensibilidade do lado da maioria das pessoas e essa é uma estratégia que pode ter sucesso;
  • Multiplique a ideia da compra do pequeno negócio no seu entorno, na sua comunidade, com a sua família. Use as mídias sociais e todo e qualquer meio disponível, como cartazes em elevadores, grupos de WhatsApp, etc;
  • Não olhe só para a crise, reserve um olhar para o pós-crise. Fique atento ao mercado porque surgirão inúmeras oportunidades quando a crise passar e você pode se aproveitar delas;
  • Negocie de forma justa com seus colaboradores e envolva-os no esforço de guerra. O garçom pode virar seu entregador, a vendedora pode virar a pessoa que recebe pedidos ou faz ofertas pelo WhatsApp; o professor de musculação pode virar o professor da videoaula para que os clientes se exercitem em casa.
  • A crise é igualmente ruim para todos e muita gente descobre talentos que não conhecia quando a necessidade surge. Crie espaço para que esses talentos surjam;
  • Converse com seu contador e peça orientação sobre redução da jornada de trabalho ou outras possibilidades de diminuir custos trabalhistas e com funcionários. E seja transparente com seus colaboradores que eventualmente forem atingidos pelas medidas que você possa ser forçado a tomar.

Lembre-se: a única certeza nesse momento é que a crise vai passar.

O problema é que não temos ainda a menor ideia de quanto tempo ela vai durar e nem do quão profunda ela será. Por isso, a principal recomendação é nos preparamos para o pior, esperando o melhor. Não hesite. Agora é hora de agir. Rapidamente e de forma decisiva. Vamos juntos!

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