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Case Nubank: de emissor de cartões de crédito para 3ª empresa pública mais valiosa do Brasil

Allan Costa

Allan Costa

Allan Costa é empreendedor, investidor-anjo, mentor, escritor, motociclista e palestrante em dois TEDx e em mais de 100 eventos por ano. Co-fundador do AAA Inovação, da Curitiba Angels e Diretor de Inovação da ISH Tecnologia. Mestre pela FGV e pela Lancaster University (UK), e AMP pela Harvard Business School.

IPO

O case Nubank para além do preço da ação

14/12/2021 11:00
Semana passada tivemos o tão aguardado IPO do Nubank, que alcançou os US$ 52 bilhões em valor de mercado. Em menos de 10 anos, o Nubank foi de um emissor de cartões de crédito para a terceira empresa pública mais valiosa do Brasil, alcançando o título também de banco mais valioso do país, ultrapassando instituições com décadas de história, como Itaú e Bradesco.
O Nubank vale US$ 52 bilhões? Deveria valer mais? Menos? Vai valorizar ao longo dos próximos anos? Estes não são os pontos que eu gostaria de destacar hoje. Para além do valor de mercado, o Nubank deveria ser encarado como um case fantástico de empreendedorismo.
No seu core, o Nubank não é apenas um banco, é uma empresa de tecnologia. Pode parecer óbvio dizer que o Brasil precisa de cases como esses para mostrar o quanto precisamos investir na formação de bons profissionais de tecnologia. Se compararmos a lista das maiores empresas do mundo em 2000 e em 2020, a mensagem é clara. Gigantes de petróleo, energia e varejo foram ultrapassadas pelas gigantes da tecnologia. O mesmo movimento é possível de acontecer no Brasil, se investirmos na formação de profissionais qualificados para esta área e o país parar de atrapalhar em todos os sentidos quem tenta empreender - esta parece uma missão impossível, por vezes.
O fato de uma empresa de tecnologia se tornar uma das maiores do Brasil em menos de uma década, atuando em um setor nada fácil e competitivo como o setor financeiro deveria servir como lição para todos. O Brasil é um país cheio de talentos esperando a oportunidade certa para construir negócios muito impactantes.
É importante notar que o Nubank é uma grande exceção. O case da empresa é um caldeirão quase perfeito entre timing, fundadores super talentosos, injeção de capital e setor certo de atuação. É óbvio que a esmagadora maioria das empresas jamais atingirá um valor de mercado como este. Isso não quer dizer que não existem oportunidades imensas no ambiente brasileiro.
É bem possível que, ao longo desta década, vejamos mais e mais empresas de core tecnológico se tornando algumas das empresas mais valiosas do nosso país. Esta é uma tendência que tem se espalhado ao redor do globo. O Mercado Livre, por exemplo, criado na Argentina em 1999, se tornou em 2020 a empresa mais valiosa da América Latina. Também no ano passado, a Shopify, gigante do e-commerce, passou o Royal Bank of Canada e se tornou a empresa mais valiosa do país.
Para além do preço da ação e se a empresa vale menos ou mais de seu valor de mercado atual, o case Nubank traz uma mensagem clara: precisamos de mais cases como esses para inspirar outros fundadores a desafiarem o status quo de suas indústrias e, com boas doses de tecnologia, mudarem mercados inteiros.
Como diria Roberto Campos: “O Brasil não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade”. É bem possível que isso continue verdade durante os próximos anos.
Apesar disso, tenho a sensação de que o case Nubank pode ser apenas o primeiro de uma série de cases bem-sucedidos de grandes empresas brasileiras de tecnologia que construirão histórias incríveis.

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