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Os desafios do trabalho híbrido

Allan Costa

Allan Costa

Allan Costa é empreendedor, investidor-anjo, mentor, escritor, motociclista e palestrante em dois TEDx e em mais de 100 eventos por ano. Co-fundador do AAA Inovação, da Curitiba Angels e Diretor de Inovação da ISH Tecnologia. Mestre pela FGV e pela Lancaster University (UK), e AMP pela Harvard Business School.

Cultura, gestão e comunicação

Os desafios do trabalho híbrido

04/01/2022 12:01
A pandemia mudou a forma como trabalhamos. Isso está claro, passados praticamente dois anos desde que ela começou. Do dia para noite, empresas tiveram que adotar - muitas vezes à força - o home office. Passado algum tempo, algumas decidiram adotar o trabalho a distância como regra. Outras, até fecharam seus escritórios físicos e se tornaram completamente remotas.
Com boa parte da população vacinada e, apesar das ameaças de novas variantes, o número de mortes caindo, temos visto algumas empresas retornando aos escritórios.
Uma pergunta, contudo, ainda permanece: qual será o estilo de trabalho dominante daqui para frente? Se por um lado temos dois extremos mais óbvios - empresas totalmente remotas ou empresas que exigem a presença de seus colaboradores no escritório - temos um meio de campo ainda um tanto obscuro: a modalidade híbrida.
À primeira vista, este parece ser o caminho mais claro: se por um lado alguns colaboradores querem continuar no home office e, por outro, a empresa acredita que parte deles estar no escritório é necessário, adotar o modelo híbrido parece ser a escolha mais óbvia. Acredito que o futuro do trabalho passe sim, por aí, mas não sem seus desafios.
O trabalho híbrido está localizado em uma zona cinzenta na qual boa parte das empresas e gestores ainda não sabe exatamente como operar. Sabemos muito bem como lidar com o modelo de colaboradores presentes no escritório. Temos trabalhado assim há décadas. Todos em home office? Pode ser algo novo, mas as ferramentas estão evoluindo exponencialmente.
O ponto delicado do modelo híbrido é que ele pega partes dos dois modelos, o que pode acabar criando um Frankenstein nas empresas em termos de cultura, gestão e comunicação.
Acredito muito neste modelo, mas acredito também que ainda estamos aprendendo como utilizá-lo da melhor forma possível. Se apenas uma pessoa no time está remota, o time inteiro deve se comportar como se estivesse remoto - em termos de comunicação, cultura e gestão - correndo o risco de que muito seja perdido.
Não raro, determinados processos andam muito mais rápido se os envolvidos estiverem no escritório físico. Mas e se parte estiver presencial e parte em home office? As chances de que parte da comunicação acabe perdida é muito grande. O mesmo acontece com as bases de cultura de qualquer empresa. É muito mais fácil construí-la se todos estiverem no escritório.
Como mencionei, as ferramentas para o modelo remoto estão apenas começando e devemos ter muita evolução neste campo. Da mesma forma, o estilo de gestão do trabalho híbrido hoje está em estágio embrionário e devemos ter muita evolução nesta área ao longo desta década.
Essa é uma tendência sem volta, cabe a nós sabermos lidar com ela da melhor forma possível para nós mesmos, nossas empresas e nossos colaboradores.

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