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Allan Costa

Allan Costa

Allan Costa é empreendedor, investidor-anjo, mentor, escritor, motociclista e palestrante em dois TEDx e em mais de 100 eventos por ano. Co-fundador do AAA Inovação, da Curitiba Angels e Diretor de Inovação da ISH Tecnologia. Mestre pela FGV e pela Lancaster University (UK), e AMP pela Harvard Business School.

Inovação compartilhada

Inovação e descentralização: dois lados da mesma moeda

09/06/2020 11:00
Já falei em outras publicações que o termo inovação entrou para a rotina das empresas. Como especialista, empreendedor e atuante na área, considero o fato animador. Mesmo assim, diante do que tenho visto acontecer em algumas companhias, é sempre bom voltar ao básico e esclarecer algumas questões.
Gostamos de criar figuras míticas no mundo dos negócios. Elon Musk, Steve Jobs, Jeff Bezos: pessoas que chamamos de inovadoras e para quem batemos palmas a cada novo produto que lançam (ou costumavam lançar) no mercado. Claro que admiro esses empreendedores, mas tenho que admitir que me incomoda toda essa centralização da ideia de inovação de companhias inteiras em apenas uma figura.
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No século passado, quando os processos não eram tão
ágeis e as hierarquias mais rígidas, o habitual era que o departamento de
Pesquisa e Desenvolvimento ou o de Inovação e Novos Negócios monopolizassem as
iniciativas de inovação da maioria das empresas. Havia uma distinção clara
entre eles, que perseguiam novas ideias, produtos e negócios, e os outros
departamentos, responsáveis por manter a operação rodando.
Era um modelo mais centralizado e, como você pode
imaginar, um tanto insustentável para os dias atuais.
Perceba, não estou dizendo que departamentos de P&D e Inovação deveriam desaparecer. Eu mesmo possuo um cargo executivo atual com o nome “inovação” no título. Meu ponto é: se no passado fazia sentido esse modelo de concentrar esforços de inovação das companhias nessas áreas, hoje, um século depois, esse processo não pode permanecer o mesmo.
No século passado, a ideia de uma figura ou um
departamento tomando todas as decisões inovadoras de uma empresa poderia até
funcionar. Os testes não eram tão rápidos, os processos eram mais lentos e
novas soluções não brotavam a cada semana.
Contudo, o mundo ganhou velocidade. Testes são feitos
com mais agilidade e tecnologias surgem a todo momento. Nesse contexto, conter
os esforços de inovação em uma pessoa ou um departamento pode ser catastrófico.
Atualmente, percebo que é muito mais saudável encarar os departamentos de
P&D e Inovação como pavimentadores dos processos inovadores. Aqueles
responsáveis por abrir o caminho para o resto da organização em iniciativas
envolvendo novos produtos, novos modelos de negócio, e assim por diante.
A descentralização, aqui, é poderosa. Mesmo existindo um departamento responsável pela inovação, ela jamais pode ser uma exclusividade de algumas poucas cabeças. No mundo caótico de hoje, transformações só surgem a partir de iniciativas difusas, distribuídas pela companhia.
Os mais poderosos insights de melhoria de um produto ou solução muitas vezes vêm das pontas. De quem tem contato direto com o cliente. De quem conversa todos os dias com os parceiros. Quanto antes sua empresa entender isso, melhor.

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