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Allan Costa

Allan Costa

Allan Costa é empreendedor, investidor-anjo, mentor, escritor, motociclista e palestrante em dois TEDx e em mais de 100 eventos por ano. Co-fundador do AAA Inovação, da Curitiba Angels e Diretor de Inovação da ISH Tecnologia. Mestre pela FGV e pela Lancaster University (UK), e AMP pela Harvard Business School.

Trabalhar de qualquer lugar

Os 5 principais aprendizados sobre o home office

18/05/2021 16:59
Já faz mais de um ano desde que fomos praticamente forçados pela pandemia do novo coronavírus a adotar o home office. De um dia para o outro, o trabalho de casa — ou de qualquer lugar — virou não mais um benefício, mas uma necessidade. Empresas que já utilizavam o modelo ou que eram remote-first não tiveram problemas em se adaptar. Outras, por outro lado, sofreram — e ainda sofrem — nas mudanças de trabalho no dia a dia.
Ao longo desses mais de doze meses, acumulei alguns erros e aprendizados ao começar a trabalhar mais de casa. Isso já era algo normal para mim há alguns anos, mas que foi potencializado com a chegada da pandemia. Compartilho aqui os meus cinco principais aprendizados sobre essa modalidade de trabalho:

Descentralização da Inovação

Comentei em um artigo anterior como um dos novos centros mundiais de inovação pode ser a Índia e que a inovação é, quase sempre, um fenômeno centralizado em determinadas localidades.
O mesmo acontece, em muitos casos, nas empresas. Mas a partir do momento em que boa parte dos colaboradores não está centralizada em uma só localidade, isso abre espaço para que a inovação surja dos mais diversos locais, trazendo consigo as especificidades que cada localidade possui.

Vida pessoal e profissional em destaque

O home office potencializou também a nossa necessidade em saber lidar com a falsa dicotomia entre vida pessoal e profissional. A divisão de horários, por exemplo, foi e ainda é um desafio para muitos profissionais trabalhando em casa.
Sempre fui um defensor de que não existe essa dicotomia entre vida pessoal e profissional. Quanto mais as tratarmos como grandes partes de um todo, mais fácil se tornará sermos felizes tanto no trabalho quanto nos momentos fora dele.

A importância da comunicação escrita

Outro aprendizado que observei tem a ver com a importância das bases de conhecimento e da comunicação escrita. Com o home office e o trabalho remoto, vimos também a explosão de reuniões online.
Nunca a piada “esta reunião poderia ter sido um email” fez tanto sentido.
Muitas reuniões são, de fato, necessárias. Contudo, com a profusão de calls, percebo cada vez mais a importância da comunicação escrita e de que as empresas mantenham boas bases de conhecimento escritas, o que ajuda no onboarding de novos funcionários e na revisitação das razões pelas quais determinadas decisões foram tomadas.

A cultura levada ao extremo no home office

O home office escancarou também a importância da cultura empresarial. Um assunto bastante discutido e até espinhoso para boa parte das companhias.
Se empresas com culturas muito fortes e bem definidas tiveram dificuldades na adaptação para o trabalho remoto, imagine aquelas onde a cultura não é amplamente difundida e vivenciada pelos profissionais.
Seja no trabalho remoto, seja no escritório, a cultura jamais deve ser deixada de lado.
Mesmo remotamente, é possível criar rituais que auxiliem no fortalecimento da cultura, mas sempre lembrando, que (ainda) é impossível criar uma empresa forte culturalmente inteiramente a distância.

Nós não somos robôs

Por fim, talvez o meu maior aprendizado neste período: nós não somos robôs.
Vida pessoal e vida profissional jamais estiveram separadas, como muitos querem fazer parecer. Sempre exaltei o lado humano das relações de trabalho e o trabalho remoto veio para evidenciar a importância disso.
O fato de batermos ponto no escritório e fazermos login na nossa conta não nos desprende automaticamente de todas as outras preocupações de nossas vidas.
O trabalho é uma das nossas facetas, não a única.
O home office, pelo menos em alguns casos, trouxe essa ideia de proximidade. De repente, vemos as casas, os familiares, os animais de estimação, uns dos outros. Somos interrompidos por vizinhos barulhentos ou pelos nossos filhos. A internet não funciona como deveria. Algumas vezes estamos sem saco e trabalhamos do sofá.
Não somos uma pessoa em casa e outra no trabalho. Somos seres humanos completos, que navegam por diversos contextos ao longo da semana. E que bom que somos assim!

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