• Carregando...
AtoBoy entre as novidades de NY
Atoboy: boa novidade, pratos para compartilhar. Poucas opções e bom preço. É a nova fórmula na cidade| Foto:

O pedido de dicas, como disse no Instagram, levou-me direto a NY. Resolvi deixar público. Tão prazeroso compartilhar que eu deveria viver de organizar roteiros. Indicar lugares que fui e gostei é como estar lá mais um pouquinho. Pesquisar e aumentar a minha lista dá a impressão de que posso voltar logo. Espero. Aliás, tenho várias listas e sou perseguida pela vontade de repetir destinos e me jogar em outros tantos desconhecidos.

New York era um espaço inesgotável, um labirinto de passos sem fim, que não importava o quanto ele andava e conhecia a vizinhança e ruas, sempre deixavam ele com a sensação de estar perdido”. Como o personagem de Paul Auster, da Cidade de Vidro, em A Trilogia de Nova York, penso que por mais que ande e volte sei que não conheço a cidade. Quero ir mais uma vez.

Só mais um minuto antes da dita lista, não estranhe não ter apenas restaurantes aqui, há alguns anos estou tentando voltar a ser uma pessoa normal que quando viaja, além de buscar as melhores refeições possíveis, claro, também vai ao teatro, aos museus, evita lojas de departamento, mas, enfim, quer conhecer a cidade. Tento desde então equilibrar tudo e não apenas passar de mesa em mesa para conhecer o maior número possível de restaurantes.

Um pouco da Itália em NYc com a Corso Como e eu que nunca apareço nas fotos
Um pouco da Itália em NYc com a Corso Como e eu que nunca apareço nas fotos

Finalmente, seguem as dicas de quem ama comer bem, alegrar os olhos e preencher a alma. O pedido inicial era para quem ainda não conhece a cidade. Vale pra quem já conhece, claro.

Para lanches

Russ and Daughters está no auge como a Katz, que todo mundo sabe que tem o melhor pastrami da cidade, “não perde a forma há mais de 100 anos”, li não sei onde. Tem filas de turistas. Escolham um horário meio alternativo para ir, aviso.

As duas casas são vizinhas, estão na mesma rua. Diferença de uma quadra.

Kat's na hora do almoço
Kat's na hora do almoço

Na Russ and Daughters você compra o sanduíche e come na rua. Descobri recentemente que tem um café. Não conheço. Talvez nem queira. O charme daquela antiga mercearia com dois bancos de madeira na entrada, caixas de peixes defumados, ou em conserva, mais caviar, mais molhos e queijo cremoso original, que é picante e doce ao mesmo tempo, é a minha escolha. Vale a pena nem que seja só para comer salmão selvagem. Você escolhe o que vai querer e eles montam o sanduíche bagel na hora.

O meu sanduíche da Russ and Daughters
O meu sanduíche da Russ and Daughters

Roberta’s é a melhor pizza, como se fosse possível isso com tantas opções na cidade, mas é isso. Tem três unidades. Fui numa em Manhattan, mas nada se compara a do Brooklyn. Quase toda aberta, imagino que no inverno coloquem aquecedores. Seria a minha escolha.

Três endereços da melhor pizza
Três endereços da melhor pizza

O melhor cheese cake de NY é no Junior’s. É o que dizem. Acho enorme. É para quem ama a sobremesa, não é a minha favorita. Eu divido com alguém, aconselho.

Restaurantes

Do mesmo dono do Roberta’s é o Blanca, que fica escondido atrás da pizzaria e foi uma das melhores experiências na última ida para NY. Reservas com um mês de antecedência. Somente 12 lugares em volta de um balcão. Bem descolado. Já escrevi aqui sobre a casa e ainda vou detalhar mais a experiência.

Blanca: imperdível
Blanca: imperdível

O Hotel NoMad tem outro restaurante do chef Daniel Humm (o primeiro é o Eleven, premiadíssimo, maravilhoso, caro). No hotel é outro ambiente e vale a pena conhecer. Sempre acho alguém que aceita dividir comigo o frango recheado com foie gras, vem inteiro. A carta de vinhos é um espetáculo e cara, aviso. Tem um bar meio escondido, meio balada na penumbra. Fica na Broadway, que é aquela coisa over, pertinho da Times Square que tem que conhecer, claro, mas passar meio correndo, onde pode-se encontrar gente pelada protestando ao lado de gente que está meditando. Bem a cara da cidade.

Para ir sempre
Para ir sempre

Flora Bar e Altro Paradiso são indicações que ainda não fui. Do mesmo dono conheci o Estela e recomendo. Lugar pequeno e charmoso, com bons preços. Vale a visita. Também está na lista de uma amiga de bom gosto que mora lá, ao lado de outros que preciso conferir (Bar Pitti; Lafayette; Perla; Il Buco; Bond Street; Margeais; Breslin).

Repetiria o Estela
Repetiria o Estela
Um cantinho no Estela
Um cantinho no Estela

Le Bernardin é restaurantão. Gosto. Se não consegui reservar, tente ir pelo menos no bar, bem legal, clássico. Especialidade: frutos do mar. Outro clássico muito bem avaliado é o Marea. Gosto também. E o rooftop da loja RH, Restoration Hardware, que é muito bacana, a parte infantil dá até vontade de ter filho para mobiliar um quarto, merece uma visita para pelo menos um drink. Comi apenas umas entradinhas no RH Wine & Terrace.

Outro que conheci na última viagem e gostei foi o Atoboy. Do mesmo chef é o Atomix, mais conceitual e caro. Ficou para a próxima. Chefs Table at Broklyn Fare é caríssimo e parece perfeito demais. Muito bom, reservas difíceis. Quase todos os restaurantes trabalham com reservas on-line de sites especializados que abrem para consulta um mês antes.

Chef’s Table esta em Manhattan, mas manteve o Brooklyn no nome. Perfeito.Para ocasiões especiais
Perfeito e caro é o Chef's Table at Brooklyn Fare que se mudou para Manhattan
AtoBoy entre as novidades de NY
Atoboy: boa novidade, pratos para compartilhar. Poucas opções e bom preço. É a nova fórmula na cidade

Almoços

Milos é o grego ótimo para almoçar. Prefiro o perto do Central Park. Não recomendo o menu pre theatre. Tem um novo também no complexo Hudson Yards, que dizem ter “uma vista espetacular”. A conferir. Recomendo também uma olhada no site vamosparanovayork.com que achei bem completo.

Passear pelo Columbus Circle, na entrada do Central Park, é indispensável. Tem o Whole Foods Market que é um supermercado ótimo de produtos orgânicos. Quem sabe comprar alguma coisa e levar para comer no hotel. Tem umas lojas em cima e um dos restaurantes do David Chang está ali. Momofuku é ideal para ir almoçar e comer dim sun o pastelzinho chinês frito ou cozido no vapor. Tem outras opções. Barato e é bem frequentado. Dê uma olhada no império do chef e se der tente escolher outro restaurante ou bar dele. Vale a pena.

Boas e baratas opções para almoçar.
Boas e baratas opções para almoçar.
David Chang sempre em qualquer endereço
David Chang sempre em qualquer endereço

No Columbus Circle você pode escolher um brunch ou um café para apreciar a vista que o Asiate permite, está no 35. andar do Hotel Mandarim Oriental. Fui uma vez para um drink. Não conheço o restaurante. No mesmo prédio, eu não sabia, tem o Robert, que fica no nono andar do Museu de Artes e Design. Também tem brunch.

Marque também uma ida ao Chelsea Market. Ou duas idas. Eu escolheria o Lobster Place para comer lagosta com as mãos ou um sanduíche de lagosta. Vale ir de manhã para passear por ali e depois almoçar. O novo restaurante da chef paranaense Manu Buffara, o Ella Brasileira, é perto dali, mas ainda não abriu.

Endereço recomendado
Endereço recomendado

Volte outro dia no Chelsea Market para ir no Miznon, que tem em Paris e Israel, e comer sanduíches, falafel, e, atenção!, não saia sem comer a couve-flor assada. Ali tem um monte de outras opções de restaurantes e lanchonetes, cafés, sorvetes, chás e até lojinhas.

Miznon e a couve-flor
Miznon e a couve-flor

O Eataly não é novidade, mas ainda vale a visita pelo menos. Mas se conhece de outras cidades pode dispensar.

O Burger Joint dentro do hotel Le Park Meridian parece "saído de um filme". Todo mundo fala que é incrível. Acho que é mais pela cena. Ainda não consegui ir.

Almoçar ou jantar no Okonomi, no Brooklyn, para conhecer a comida japonesa autêntica. Impressionou-me. Se quiser um japonês bom, bem, são muitos, fala-se de Shoji. E dois endereços para conferir (dica de chef): o Ten Bells, bar de vinhos, e o Contra.

Outras dicas

Um programa bacana é andar pela High Line, o jardim suspenso construído onde estava uma estrada de ferro abandonada, ver as instalações pelo caminho e um dos prédios da arquiteta Zaha Hadid, por exemplo já justificam o passeio. Chamado de parque, abre das 7h às 23h. Há vários pontos de acesso e mais de 200 espécies de plantas, que formam um jardim colorido. Veja mais detalhes no site novayork.com

Termine ou comece no The Vessel. O prédio que virou um cartão postal compre aqui a entrada. Se não viu nenhuma foto dele ainda, você vai saber porquê quando chegar lá. Tem um shopping ao lado e um mercado espanhol de comida que não recomendo.

Agora eu posando no The Vessel
Agora eu posando no The Vessel

Os melhores bairros para ficar: Village; Meatpacking District; Soho.

Ver a programação do Lincoln Center, alguma coisa interessante deve ter. Idem para o Rádio City.

Se a opção for curtir jazz: Village Vanguard (é o número 1); Dizzy's (no Lincoln Center); Jazz Standard (na 27, entre Park e Lexington); Blue Note (mais turístico). Outros: Birdland; Small; Cornelia Street Cafe; Kitano; Fat Cat; 55 Bar.

Observatórios? Escolha entre Empire State, Top of the Rock e One World Trade Center. No blog da jornalista Laura Peruchi você tem mais detalhes sobre essas opções. Eu iria de tradicional: Empire State. A Estátua da Liberdade podemos ver de longe. E só.

Ver e comprar

Vamos falar de design e compras. Se a ideia é visitar brechó a recomendação é: The Vintage Twins. Man Repeler vai, a blogueira famosa que eu curto. A Quinta Avenida, claro, apesar de cheia de turistas, deve estar no roteiro de passeio, dá para aproveitar e parar no Rockefeller Center, ainda mais no inverno com pista de patinação.

Kirna Zabête é uma loja de marcas para descobrir novas propostas. Nexxus, dizem, é o cabelereiro mais badalado. E visitar a Dover Street Market, na Lexington, é obrigatório.

A Muji, da Quinta Avenida, é linda, merece a visita também (são três na cidade). As peças de algodão puro, como as camisas, e os óleos para infusor são as minhas opções preferidas. A outra loja que olho sempre é a COS de design sueco. Na Quinta Avenida e em outros dois endereços. Já coloquei o link aqui que vai para as lojas da rua famosa). A loja da Prada no Soho precisa estar na lista, nem pense em não visitar. É a loja conceito da marca. Vá mesmo sem intenção de comprar.

NY ganhou uma loja conceito da Corso Como, de Milão. Marca um dia para conhecer. Tem uma galeria pequena e toda aquela seleção de roupas, perfumes e objetos incríveis. O restaurante achei ok, apesar de ter sido muito recomendado. Considere sempre que sou exigente demais.

Museus

Do clássico de História Natural ao Metropolitan, o The MET (ver o Costume Institute), Nova York tem muitos museus. Além desses dois, não dá para deixar de visitar o Guggenheim, o Museu de Arte Moderna (Moma), recém reaberto, o do Brooklyn, o Frick Collection, Whitney Museum (tem uma boa coleção de arte contemporânea), o MET Breuer (o mais cool) e o New Museum. Achei um artigo que fala dos museus, "oito imperdíveis", está aqui.

Se for até o Memorial do World Trade Center vá de metrô para descer na estação projetada pelo arquiteto Calatrava. Tira o fôlego. Ali perto tem outro shopping e o Le District, um mercado francês, com várias opções de restaurantes e lanchonetes, só para você lembrar da França.

Dentro da obra do arquiteto Calatrava. Vista interna de quando você sai do metro.
Dentro da obra do arquiteto Calatrava. Vista interna de quando você sai do metro.

Boa viagem e não deixe de comentar aqui como foi. Ah, se der tempo, escolha alguns filmes que mostram a cidade para ir sonhando. Em cartaz, o último de Woody Allen, Um Dia de Chuva.  Pode ser que não seja um dos seus filmes mais brilhantes. Porém, a técnica, a luz difusa, a estética, a cidade, resultado da parceria com o diretor de fotografia Vittorio Storaro, resultam um filme bonito. Aliás, ele é clarinetista de jazz e costuma tocar em locais pequenos em Manhattan. Vai que você descobre onde ele estará tocando.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]