Todo mundo, alguma vez, já ouviu: pessoa com dor no peito é sinal de alerta.
Todo mundo, alguma vez, já ouviu: pessoa com dor no peito é sinal de alerta.| Foto: Shutterstock
  • Por Pilar Hospital
  • 20/12/2021 21:40

O médico cardiologista do Pilar Hospital, Dr. José Carlos Tarastchuk, explica que uma dor torácica pode indicar muitas coisas e, por isso, é importante não ignorar a dor e ir ao Pronto Atendimento, de preferência, e se possível, a um que tenha equipe especializada no atendimento de urgência cardiológica.

“Isso porque é preciso diferenciar o diagnóstico e tomar as medidas corretas e necessárias, que vão desde um acolhimento seguro, até um encaminhamento rápido e bem direcionado”, orienta.

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, as doenças crônicas não transmissíveis representam cerca de metade de todos os óbitos ocorridos, e as doenças cardiovasculares e o diabetes mellitus têm destacada posição nos coeficientes de morbimortalidade. Mas, para além das questões relacionadas com a alta mortalidade, a presença das doenças crônico-degenerativas é sempre um sinal de alerta para doenças isquêmicas do coração e, portanto, elas estão muito relacionadas com a dor na região torácica.

“Existem muitas causas possíveis para dor ou desconforto no tórax, que incluem desde o infarto agudo do miocárdio, até uma simples irritação muscular e, por isso, a sua identificação é primordial. Essas condições podem ter um prognóstico ruim, o que justifica a importância do acurado diagnóstico e do pronto atendimento. Um exemplo é quando ocorre um ataque cardíaco. Numa situação como essa, há um bloqueio súbito em uma ou mais artérias coronárias que interrompe o suprimento de sangue ao coração. Como resultado dessa interrupção, há risco imediato de mudanças no ritmo cardíaco que ameaçam a vida. Se o problema não for corrigido rapidamente, há também um sério risco de dano permanente ao músculo cardíaco”, diz.

Além disso, é importante saber que alguns dos principais fatores de risco para o aparecimento de dor torácica estão associados com excesso de peso, sedentarismo, elevada ingestão de sal, baixa ingestão de potássio e consumo excessivo de álcool.

“Incluem um risco maior, também, as chamadas dislipidemias (gorduras elevadas no sangue), a intolerância à glicose e o diabetes; o tabagismo; a menopausa e outras alterações hormonais; e o estresse emocional, que depois de um longo período de pandemia, tem sido um motivo frequente das queixas de dor torácica no Pronto Atendimento”, comenta.

Protocolo de atendimento à dor torácica

O Pilar Hospital mantém um rígido e efetivo protocolo de atendimento à dor torácica no Pronto Atendimento. O paciente, ao chegar, tem à sua disposição um botão de dor no peito já na recepção, basta acioná-lo e a sua queixa será prontamente atendida. Em qualquer caso, é importante fazer o eletrocardiograma em até 10 minutos depois de apertar o botão.

“Nosso protocolo também foca na agilidade da coleta e na frequência da realização do exame das enzimas cardíacas, que nos ajuda a acelerar o processo de diagnóstico em mais de 6 horas em relação aos protocolos antigos”, comenta o especialista.

“Cada exame tem seu tempo, indicação, supervisão e espera indicada. É importante respeitar o tempo, principalmente, para realização do tratamento nos casos de infarto. Estar no hospital nesse período de espera garante mais tranquilidade e segurança para os pacientes com dor torácica”, explica Tarastchuk.

Prevenção da dor torácica

Praticar exercícios físicos é um dos mais importantes fatores de prevenção das principais doenças crônico-degenerativas e do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). É fundamental que essa atividade seja contínua.

“Todo adulto deve realizar pelo menos 30 minutos de atividade física leve a moderada de forma contínua ou acumulada, na maioria dos dias da semana. Isso é bem possível até mesmo com pequenas mudanças no cotidiano, tais como: utilizar escadas ao invés de elevador, andar em vez de usar o carro e praticar atividades de lazer, como dançar, andar de bicicleta no parque, caminhar até a padaria, levar o pet para passear, fazer caminhadas, corrida, natação. São exemplos, mas é importante que haja frequência e hábito”, indica.

Juntamente com os exercícios físicos, os bons hábitos alimentares são pilares da prevenção, pois agem simultaneamente em vários dos importantes fatores de risco. Dietas balanceadas, que evitem o aumento de peso, são muito recomendadas. “Evitar, principalmente, consumir açúcares e doces; frituras; derivados de leite na forma integral, com gordura; carnes vermelhas com gordura aparente e vísceras; além de alimentos processados e industrializados, como embutidos, conservas, enlatados, defumados e salgados de pacote, entre outros”, conclui.