Ministro da Economia, Paulo Guedes.
Ministro da Economia, Paulo Guedes.| Foto: Isac Nobrega/Presidência da República

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou na noite desta quarta-feira (20) que a decisão pelo valor de R$ 400 para o Auxílio Brasil - confirmada mais cedo - foi "esticada pela política" e reforçou que a posição da pasta era pelo benefício no valor de R$ 300. O ministro afirmou que a não aprovação de medidas que custeariam o novo Bolsa Família gerou "natural impaciência" no governo, que precisou buscar maneira alternativa para dar continuidade ao auxílio emergencial, que se encerra em breve.

"Nossa fórmula era uma fórmula simples: a PEC dos Precatórios abre o espaço fiscal para reforçarmos os programas sociais e o IR gerava a fonte de recursos para o Bolsa Família de R$ 300, dentro do teto, obedecendo a lei de responsabilidade fiscal. [...] Ora, como não avançou no Senado é natural, o governo fica impaciente porque precisa cuidar dessas camadas mais vulneráveis", afirmou. Com a impossibilidade do formato proposto pela Economia, Guedes disse que a opção foi pela solução transitória, com pagamento até dezembro de 2022, e que "sendo transitório nós temos base de arrecadação suficiente para gastar um pouco mais e atender o presidente nesse pedido de nenhuma família brasileira receber menos do que R$ 400".

Ainda de acordo com o ministro, com as decisões relacionadas ao benefício o Executivo cumpre determinação do STF. "Passamos de 14 milhões para 17 milhões de famílias [atendidas] e ao mesmo tempo estamos ampliando os valores. Só não conseguimos ampliar [o valor] de forma permanente porque, ao não aprovamos o IR, não temos a fonte para sustentar o programa". Paulo Guedes também enfatizou que a situação ainda demandará ajustes para enquadramento no arcabouço fiscal, mas que isso é "um problema político" que deverá ser tratado pelo deputado Hugo Mota, o relator da PEC dos Precatórios.

As declarações foram dadas em evento da revista Exame, realizado na noite desta quarta-feira (20). Também hoje, o ministro defendeu uma antecipação da revisão do teto de gastos, prevista para 2026.