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Alvaro Dias, durante discurso na tribuna do Senado.
Alvaro Dias, durante discurso na tribuna do Senado.| Foto: Roque de Sá/Agência Senado

Ao completar 78 anos de idade em dezembro, Alvaro Fernandes Dias somará também 46 anos de mandatos eletivos. Atual senador pelo Paraná e candidato à reeleição pelo Podemos, Alvaro Dias já foi vereador em Londrina, deputado estadual, deputado federal em três legislaturas e governador do Paraná entre 1987 e 1991. Hoje, está no quarto mandato como senador, cadeira que ocupou por mais tempo na vida pública.

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Alvaro Dias começou no MDB, tem passagem pelo PDT, e integrou a alta cúpula do PSDB durante mais de uma década, quando se tornou uma figura nacionalmente conhecida na esfera política. Depois, migrou para o PV e, por fim, resgatou o PTN, que só existia no papel, para fundar o Podemos (PODE), em 2017. O movimento tinha ligação com pretensões eleitorais. Quando saiu do PSDB para o PV, no início de 2016, Alvaro Dias já estava de olho no Palácio do Planalto e em busca de espaço. Em 2018, então à frente do PODE, conseguiu se candidatar à presidência da República, se unindo a PSC, PRP e PTC.

Mas, os planos não deram certo – o ex-tucano ficou somente em nono lugar, com quase 860 mil votos. No Paraná, a eleição de 2018 também foi marcada pela desistência do ex-senador Osmar Dias, irmão de Alvaro Dias. Ensaiando participar da corrida ao governo do Paraná pelo PDT, Osmar Dias encontrou dificuldades para fechar alianças – a “gota d’água”, na visão de aliados do ex-senador, foi a aproximação entre o PODE de Alvaro Dias e o então deputado federal Carlos Massa Ratinho Junior, que venceu as eleições de 2018 ao Palácio Iguaçu já no primeiro turno. Osmar Dias saiu da vida pública. Ratinho Junior é candidato à reeleição pelo PSD nas eleições de outubro próximo.

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A segunda tentativa da legenda de Alvaro Dias para chegar ao Planalto passou pela filiação do ex-juiz federal Sergio Moro, no final de 2021. Entusiasta da Operação Lava Jato, Alvaro Dias chegou a lançar Sergio Moro à presidência da República pelo Podemos, mas os planos novamente não deram certo. Atrás de uma sigla mais robusta, Moro se mudou para o União Brasil. Mas, dentro da legenda comandada por Luciano Bivar, o ex-juiz federal não conseguiu apoio para a corrida ao Planalto. O Senado foi a opção dada a Sergio Moro, que agora concorre justamente com Alvaro Dias, seu ex-correligionário.

Agora, Alvaro Dias vai chegando ao fim do seu mandato de oito anos no Senado após dois períodos totalmente distintos. Nos quatro primeiros anos na Casa, entre 2015 e 2018, a bancada do Paraná também era formada por Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (então no MDB e hoje no PT); de 2019 para cá, Oriovisto Guimarães e Flávio Arns, ambos filiados ao Podemos, dividiram a bancada paranaense com Alvaro Dias.

Na primeira metade do mandato, Alvaro Dias votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff (PT), mas teve atuação até discreta ao longo do processo, sem o protagonismo de outrora nos embates com o PT. Já filiado ao PV, ele não conseguiu espaço para integrar a comissão especial que analisaria se o Senado deveria ou não julgar a petista por crime de responsabilidade. Quando Michel Temer (MDB) assumiu a principal cadeira do Executivo, Alvaro Dias ensaiou uma atuação independente no Senado – “nem oposição, nem situação”. Foi a favor da “PEC do Teto dos Gastos” e demorou para se posicionar em relação à reforma trabalhista proposta na época, mas acabou votando contra.

Também trabalhou contra o projeto de lei que tratava de crimes de abuso de autoridade, encabeçado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) e interpretado por Alvaro Dias como uma retaliação do emedebista às investigações da Operação Lava Jato. “É descabido tentar votar, precipitadamente, uma matéria que vai exigir debate. E em respeito à sociedade brasileira, precisamos eleger as prioridades deste momento. A prioridade é a Lava Jato, como símbolo emblemático de um momento de mudança no País”, discursava o senador do PV, no final de 2016.

Na época, Roberto Requião partiu para o ataque, relembrando um episódio que marcou a gestão Alvaro Dias no Palácio Iguaçu. “Eu entendi perfeitamente o horror do senador Alvaro Dias, que foi governador do Paraná como eu. Ele não pode ser a favor de um projeto que confronte o abuso de autoridade. Enquanto governador do Paraná, ficou famoso por colocar a cavalaria da Polícia Militar a massacrar os professores reunidos na frente da Assembleia Legislativa para levar as suas reivindicações”.

Entre as bandeiras próprias, Alvaro Dias insistiu em temas como “fim do foro privilegiado”, possibilidade de “recall” dos políticos eleitos e veto à participação nas eleições de parentes de conselheiros dos Tribunais de Contas.

ELEIÇÃO AO SENADO

  • Candidato: Alvaro Dias  
  • Número de urna: 190
  • Filiação partidária: Podemos (PODE)
  • Coligação: Podemos, Patriota, Federação PSDB/Cidadania, PSC e PSB
  • Patrimônio: R$ 2.220.952,16 em bens
  • Município de nascimento: Quatá/SP
  • Data de nascimento: 07/12/1944
  • Grau de instrução: superior completo (formado em História pela Universidade Estadual de Londrina)
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