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Carlos Tristan e Felipe Oliva, fundadores da Squid

Marketing digital

O que a Locaweb viu na Squid, startup que prega valor dos influencers digitais

Maria Clara Dias, especial para o GazzConecta
18/10/2021 21:00
A Squid é uma startup que nasceu da percepção de que o conceito de marketing digital na atualidade vai bem além dos anúncios pagos e da compra e venda de produtos na internet. A empresa fundada por Felipe Oliva e Carlos Tristan em 2014 quer mostrar que a nova era do marketing está nos influenciadores digitais.
Em essência, a Squid conecta empresas e marcas a criadores de conteúdo nas redes sociais, em uma espécie de “marketplace da influência”. O modelo de trabalho da startup levou a uma recente transação de R$ 180 milhões, na qual a empresa dos influencers foi 100% adquirida pela gigante de tecnologia brasileira Locaweb.
“No início, ninguém acreditava na ideia que tínhamos. Mas vimos que havia uma oportunidade muito grande no mercado e que a questão do marketing de influência era algo com potencial enorme”, disse Oliva, CEO da Squid, em entrevista ao GazzConecta.
A proposta da Squid é unir o desejo de grandes empresas de trabalharem com celebridades na internet a um conjunto de informações que podem destravar o acesso em escala nacional. Na prática, a inteligência de dados que surge com a inteligência artificial e machine learning (aprendizado de máquina, em português) da Squid permite que companhias e agências de publicidade escolham a dedo os influenciadores mais adequados para cada tipo de ação e produto que querem disparar na internet.
Na lista estão empreendedores, médicos, modelos e outros criadores de conteúdo de todas as regiões do Brasil e de diferentes alcances e número de seguidores na internet.
Por trás desse racional está a ideia de que o público quer estar mais próximo das marcas, e de que a sensação de pertencimento é algo indispensável para qualquer empresa que deseja sobreviver no digital. “Abandonamos a ideia do simples garoto ou garota-propaganda que não despertam confiança sobre estarem realmente usando algum produto e adotamos o princípio de que pessoas desejam ver e ouvir nativos digitais”, diz. “É a beleza de usar tecnologia para a humanização e também para resultados mais assertivos".
Além do mapeamento inteligente, a Squid também fica a cargo do recrutamento, questões jurídicas e contábeis, monitoramento dos resultados das campanhas e o pagamento dos influenciadores. Tudo de forma automatizada em uma única plataforma.

O que a Locaweb viu na Squid?

Desde a sua fundação, a Squid já atendeu mais de 800 empresas e gerou mais de 3 mil campanhas para marcas como Ambev, Spotify, Pandora, Unilever, Magazine Luiza, Rexona, 99 e Nivea. Essas empresas têm acesso a uma base com cerca de 100 mil influenciadores.
Junto aos números atrativos, a Squid também faz crescer o potencial da Locaweb de alavancar negócios que querem estabelecer presença vitalícia no mundo online, uma vez que as grandes empresas já mostraram a boa resposta com essa estratégia. Vale lembrar que o público-alvo da Locaweb, em essência, são as empresas de pequeno porte, em uma base de cerca de 600 mil clientes.
Isso justifica o acordo milionário pela empresa. Desde que abriu o capital na bolsa, em fevereiro do ano passado, a Locaweb já adquiriu 13 empresas. A Squid foi a segunda maior aquisição da companhia, atrás apenas da compra da plataforma Bling, por R$ 524 milhões.
Segundo Fernando Cirne, CEO da Locaweb, a proposta é justamente democratizar o mercado de conteúdo, chamado de Creators Economy, no Brasil. “A Squid está trazendo para o grupo Locaweb a oportunidade de juntos, democratizarmos esse mercado de conteúdo no Brasil”, afirmou em nota.
Apesar de ter adquirido a startup em sua totalidade, a Squid continuará sendo comandada por Oliva e Tristan, que também terão direito a earnouts, ou seja, bônus financeiros vinculados ao atingimento de metas estipuladas pelo grupo Locaweb.
A permanência dos executivos no negócio se justifica pela expertise em, mesmo sem capital externo, escalarem uma empresa em tão pouco tempo. Nos últimos anos, a Squid cresceu cerca de três dígitos anualmente, segundo Oliva. A empresa atingiu R$ 100 milhões em receita em 2020. Tudo isso sem contar com rodadas de captação além de um investimento-anjo que veio para tirar a companhia do papel, ainda em 2014.
O interesse da Locaweb pela startup paulista se dá pela certeza de que a Creators Economy está apenas começando, afirma Oliva. “Todo criador de conteúdo, se incentivado e com as ferramentas certas ao alcance, pode se tornar uma empresa. Isso movimenta a economia do conteúdo que, no Brasil, será gigantesca, assim como em outros mercados”, diz.
De outro lado, com a experiência da Locaweb, a Squid também ganha o acesso a um novo público além das grandes multinacionais. "Tínhamos a tecnologia, mas não tínhamos o canal. Agora, tudo muda. As PMEs serão nosso novo alvo potencial”, finaliza Oliva.

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