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Profissional de saúde faz testes de Covid-19 em estação de trem em Bangalore, Índia, 29 de novembro. Países reforçam medidas de prevenção após o surgimento da variante de preocupação “ômicron” do coronavírus
Profissional de saúde faz testes de Covid-19 em estação de trem em Bangalore, Índia, 29 de novembro. Países reforçam medidas de prevenção após o surgimento da variante de preocupação “ômicron” do coronavírus| Foto: EFE/EPA/JAGADEESH NV

Os principais especialistas da África do Sul na luta contra a pandemia estavam cautelosamente otimistas nesta segunda-feira em relação à capacidade das vacinas existentes de prevenir a Covid-19 grave devido à nova variante ômicron, embora esperem um rápido aumento nas infecções nos próximos dias.

"Com base no que sabemos, e na forma como outras variantes preocupantes reagiram à imunidade à vacina, podemos esperar que ainda veremos uma alta eficácia contra a hospitalização e doenças graves", disse o professor Salim Abdool Karim, um dos principais cientistas da África do Sul, durante entrevista coletiva.

"A proteção da vacina provavelmente continuará forte. Não sabemos isso definitivamente, estudos estão sendo feitos, mas com base no que sabemos, podemos esperar que este seja o cenário provável, que as vacinas se manterão bem em termos de prevenção de hospitalizações porque dependem mais da imunidade das células T e menos dos anticorpos", acrescentou.

De acordo com este especialista, a África do Sul poderá oferecer mais dados em duas a três semanas, mas as previsões atuais são baseadas principalmente na experiência com mutações que já estavam presentes em outras variantes anteriores - como alfa, beta, gama e delta - que embora elas possuíssem "algum grau de fuga da resposta imune anterior", casos graves ainda continuam a ser combatidos com vacinas.

Além disso, os especialistas apontam que o crescimento de casos na África do Sul pode ser devido à ômicron, mas que, sobretudo, as hospitalizações afetaram em sua maioria os não vacinados.

A variante ômicron parece mais propensa a escapar da imunidade de anticorpos naturalmente gerada por infecções anteriores, e por isso espera-se um aumento de reinfecções em pessoas não vacinadas que já tiveram Covid-19.

Apesar de tudo, Karim sublinhou ainda que a nova variante apresenta um elevado número de mutações e que, embora algumas sejam conhecidas, outras são totalmente novas e ainda não há "ideia" do seu impacto.

O aparente aumento da transmissão desta nova variante parece relativamente certo e, portanto, os especialistas sul-africanos já estão prevendo que nos próximos dias a África do Sul verá um rápido aumento no número de casos.

De fato, Karim espera que os cerca de 2,5 mil/3 mil novos casos diários que o país tem registrado nos últimos dias se aproximem de 10 mil até o final desta semana.

Em termos de gravidade e dos efeitos clínicos, embora ainda não tenha sido levantada nenhuma "bandeira vermelha", os especialistas dizem que os dados ainda são "anedóticos" e também enviesados por fatores como o fato da maioria dos novos casos detectados na África do Sul terem sido entre jovens.

A descoberta desta nova variante do coronavírus, identificada como B.1.1.529 e batizada com a letra grega ômicron pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi anunciada na última quinta-feira por cientistas e autoridades sanitárias da África do Sul. Essa nova versão do coronavírus é caracterizada por um grande número de mutações.

Mais de uma dezena de países ao redor do mundo já confirmaram casos dessa variante.

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