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Governo da Alemanha considera assassinato de balconista que cobrou uso de máscara “ato isolado”
| Foto: Pixabay

Na terça-feira (21), um homem confessou ter matado a tiros no último sábado (18) o funcionário de um posto de gasolina na cidade de Idar-Oberstein, no oeste da Alemanha, após a vítima ter solicitado o uso de máscara facial contra o coronavírus.

O governo da Alemanha admitiu nesta quarta-feira (22) que parte do movimento contra as restrições impostas devido à pandemia de Covid-19 está se tornando mais radical, mas considerou o assassinato desta semana como um caso isolado, sem envolvimento de outras partes.

Em entrevista coletiva concedida em Berlim, um porta-voz do Ministério do Interior da Alemanha afirmou que o ato demonstra um "grau dramático de brutalidade na sociedade".

"De acordo com tudo o que sabemos até o momento, esse é um incidente isolado", disse o porta-voz Marek Wade, que acrescentou que, embora tenha sido um caso extremo, "não se pode tirar alguma conclusão generalizada", e não há evidências de outras partes envolvidas no crime.

De acordo com a autoridade, o movimento contrário às medidas impostas pela pandemia está ficando menor. "Ao mesmo tempo, existe um núcleo que continua a se radicalizar", afirmou Wade.

O integrante do governo informou que o crime está sendo investigado, mas lançou um alerta para que as autoridades locais não "subestimem" a capacidade dos integrantes do movimento que se opõe às restrições, e que propaga teorias conspiratórias, de cometerem "atos violentos".

O atirador, que está preso preventivamente, afirmou ao juiz de instrução do caso que as restrições impostas para evitar a propagação da Covid-19 o afetaram muito, dessa forma, queria mostrar claramente o repúdio às medidas.

Como ocorreu o crime

De acordo com o Ministério Público local, o homem, de 49 anos, esteve sábado à noite no posto de gasolina, sem utilizar máscara, para comprar cervejas em uma loja de conveniências. O caixa do estabelecimento, um jovem de 20 anos, indicou a necessidade do uso de máscara, de acordo com as leis atuais vigentes.

O assassino confesso deixou o local e retornou pouco tempo depois, dessa vez usando a proteção facial, mas também portando uma arma. Após uma nova conversa, o cliente tirou a máscara, foi cobrado mais uma vez pelo uso e, em seguida, atirou na cabeça do funcionário da loja.

O autor do disparo foi preso no domingo (19), na sede da polícia de Idar-Oberstein, segundo as autoridades locais, ao se entregar.

O governo alemão indicou que não se pronunciará sobre as motivações do crime, enquanto não houver conclusão das investigações, no entanto, classificou o caso como "desconcertante".

Em junho, as autoridades do país europeu já tinham admitido que a pandemia da Covid-19 havia contribuído para fortalecer o extremismo, com a difusão de ideias radicais através da internet e a realização de protestos contra medidas restritivas.

O serviço secreto da Alemanha, além disso, divulgou que está acompanhando o movimento denominado Querdenker, que reúne céticos da pandemia e manifestantes anti-vacinas e anti-medidas de restrição, por considerá-lo um risco para a ordem constitucional.

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