Ainda deve levar algum tempo até que o projeto da praia artificial de Maringá saia do papel. Até lá, quem é da região noroeste do estado e busca por diversão e lazer na água tem nas praias dos rios Paraná e Paranapanema uma alternativa ao litoral do estado. A proximidade e o custo mais acessível têm tornado estes locais destinos bastante procurados por turistas paranaenses, assim como de outros estados. A Gazeta do Povo conversou com representantes do turismo de três das cidades mais procuradas na região, e traz os atrativos de São Pedro do Paraná, Porto Rico e Marilena.
Tríplice fronteira e encontro das águas são destaques em Marilena
A pequena cidade de Marilena tem uma população estimada em pouco mais de 7 mil habitantes. Mas a quantidade de pessoas no município se multiplica a cada final de semana, como explicou Regison Gentil Scotta, secretário municipal de Turismo. A maioria dos visitantes vem da região de Maringá para aproveitar os atrativos do – sem nenhuma surpresa – Porto Maringá, localizado às margens do Rio Paranapanema.
De acordo com o secretário, no final de semana do Natal “praticamente não tinha como ver a areia da praia de tanta gente que tinha”. São visitantes que buscam tranquilidade e lazer nas praias da região, que para Scotta não perdem em nada para o litoral do estado.
“Em outros balneários tem muita bagunça, som alto, narguilé. Aqui no Porto Maringá o espaço é mais tranquilo, mais para as famílias. Temos uma série de regras de controle e segurança, porque se não cuidar o ambiente fica tão bagunçado que ninguém vai querer vir aqui. O Porto Maringá é para quem está buscando por sossego e tranquilidade. Um dos destaques é o encontro das águas dos rios Paraná e Paranapanema. Outro é a tríplice fronteira dos estados de Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul. É uma verdadeira maravilha da natureza que temos aqui”, contou.
Estiagem aumentou a quantidade de praias em Porto Rico
Maringá também é a cidade de origem da maioria dos turistas que visitam as praias de Porto Rico. A distância é de pouco mais de 170 quilômetros, mas para Murilo Gois, secretário de Turismo de Porto Rico, a visita vale a pena. O porto conta com estrutura para quem já tem embarcações, mas também oferece a opção de táxi-barco para quem quer passear pelas ilhas que se formam no local.
Para o secretário, o período de estiagem pelo qual passa o estado do Paraná acaba tendo um lado bom para o turismo da região. “Quando o nível do rio está um pouco abaixo do normal, acabam aparecendo mais praias. Quando entramos no período de muitas chuvas e o nível do rio sobe, as praias desaparecem. Essa fase de estiagem, de seca, acaba sendo até boa de certa forma para a parte turística do município”, explicou.
O público tem comparecido em peso, revela o secretário. A cidade tem cerca de 3,5 mil habitantes, mas recebeu aproximadamente 40 mil pessoas no feriado do Ano Novo. “Eu sou nascido aqui, e fiquei abismado porque nunca tinha visto um público tão volumoso quanto houve na chegada do ano novo, quase dez vezes a quantidade de habitantes”, revelou Gois.
O perfil dos visitantes, contou o secretário, é composto em sua maioria por famílias. “São pessoas que querem aproveitar a natureza com mais tranquilidade”, detalhou. Conversando com os turistas, o secretário descobriu que muitos deles optaram pela viagem a Porto Rico em vez de “descer para a praia”.
De acordo com Gois, a cidade está se adaptando para absorver a alta demanda de turistas. “Temos estrutura para quem quer passar só o dia, mas também temos hotéis, pousadas, casas de veraneio, parques aquáticos e resorts para aqueles que querem ficar aqui por vários dias. A praia de água doce, até pela questão de não ter onda e ser mais tranquila, é mais indicada para esse perfil de turistas em família. A quantidade de pessoas na praia durante os dias normais é menor, e isso possibilita aproveitar melhor o espaço”, comentou.
Porto São José tem importância na história do Brasil
Um pouco mais perto de Maringá, a 150 quilômetros de distância, está o Porto São José, localizado em um distrito de São Pedro do Paraná. O local, revelou o secretário municipal de Turismo Fabio Junior Vieira, tem atrativos naturais e também ligados à história do Brasil.
“Porto São José é um dos mais antigos do Rio Paraná. O porto serviu como ponto de apoio para os militares durante a Guerra do Paraguai e também na II Guerra Mundial. Temos atrativos naturais, mas também somos um sítio histórico importante”, comentou Vieira.
Entre os atrativos naturais destacados pelo secretário estão duas praias – uma natural, outra artificial –, além de passeios de caiaque e também mergulhos realizados no Fundão, um dos pontos mais profundos do Rio Paraná. Para atender os turistas, o distrito conta com restaurantes, lanchonetes, estrutura hoteleira e um rígido controle de acesso às praias. Para Vieira, um passo essencial para que o passeio não acabe em estresse.
“No último final de semana tivemos aproximadamente 15 mil visitantes por dia. A cidade de São Pedro do Paraná tem cerca de 3 mil habitantes, cerca de 1,2 mil só no distrito de São José. Nós temos toda uma legislação para ordenar e organizar todo o fluxo desse serviço turístico. Isso foi feito justamente para permitir uma melhor experiência para nossos turistas. Estamos resolvendo os gargalos e melhorando a infraestrutura, tudo de forma bastante estudada e organizada. Se não planejarmos, o turismo vira um caos. Em vez de lazer, os turistas iriam encontrar o estresse, e assim ninguém nunca mais volta”, comentou.
-
Mais de 400 atingidos: entenda a dimensão do relatório com as decisões sigilosas de Moraes
-
Leia o relatório completo da Câmara dos EUA que acusa Moraes de censurar direita no X
-
Revelações de Musk: as vozes caladas por Alexandre de Moraes; acompanhe o Sem Rodeios
-
Em jogo ousado, Lula blinda ministros do PT e limita espaços do Centrão no governo
Decisão de Moraes derrubou contas de deputado por banner de palestra com ministros do STF
Petrobras retoma fábrica de fertilizantes no Paraná
Alep aprova acordos para membros do MP que cometerem infrações de “menor gravidade”
Após desmoronamento, BR-277 em Guarapuava ficará ao menos uma semana com bloqueio parcial
Deixe sua opinião