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Sem cobrança de pedágio, cancelas são desativadas e trabalhadores perdem o emprego.
Sem cobrança de pedágio, cancelas são desativadas e trabalhadores perdem o emprego.| Foto: Antônio More/Arquivo/Gazeta do Povo

Um contingente de aproximadamente 8 mil trabalhadores começou a semana na fila do desemprego com o fim da cobrança de pedágio em 27 praças nas rodovias do Anel de Integração do Paraná. A tarifa deixou de ser cobrada no último final de semana. O número de desempregados é estimado com base nos empregos diretos e indiretos informados pelas próprias concessionárias (Rodonorte, Ecovia, Ecocataratas, Viapar, Caminhos do Paraná e Econorte).

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Juntas, elas mantinham 2.431 postos de trabalhos diretos e 5.634 indiretos. O desemprego atinge também os indiretos porque os contratos das concessionárias com as empresas terceirizadas, prestadoras de serviços, também foram encerrados, na maioria dos casos.

“O governo e os políticos paranaenses poderiam ter feito mais para a preservação desses empregos”, diz o presidente do Sindicato dos Empregados nas Empresas Concessionárias no Ramo de Rodovias e Estradas em Geral no Estado do Paraná (Sindecrep-PR), Valtair Marques. Segundo ele, se não fosse o atraso entre o contrato vigente e o novo, esses trabalhadores poderiam ser absorvidos pelas novas concessionárias porque são profissionais qualificados.

Acordos preservam alguns empregos, mas são poucos

O desligamento de pessoal só não foi total porque o governo do estado estabeleceu acordo com duas concessionárias: a Econorte e a Caminhos do Paraná. Pelo acordo, as empresas se comprometem a manter o atendimento nas estradas por mais um ano, mesmo sem a cobrança da tarifa. Os acordos foram homologados na Justiça e estabelecidos em função de pendências que as concessionárias têm com o estado devido a obras não realizadas.

“Esses acordos são positivos, mas impactam pouco porque o número de postos de trabalho preservados é muito pequeno em comparação ao total”, observa Marques. Ele explica que o Sindecrep-PR representa apenas os funcionários diretos e o desligamento atingiu cerca de 2.400 deles. “A maioria dessas pessoas vive em cidades muito pequenas, onde a oferta de emprego é escassa. Terão bastante dificuldade de se recolocar”, lamenta.

A concessionária Caminhos do Paraná informou que “o acordo permite a preservação imediata de 164 empregos diretos”. A empresa mantinha 600 colaboradores (entre diretos e indiretos) e havia informado que desse total, 580 seriam desligados até dia 3 de dezembro e os 20 restantes permaneceriam até a conclusão das obras em andamento, que seguem até o primeiro trimestre de 2022.

A Econorte, que na vigência do contrato mantinha 400 empregos diretos e 1.000 indiretos, não informou quantos poderão ser preservados com o acordo.

Próxima concessão só no final de 2022

A tarifa deixou de ser cobrada e as canceladas foram abertas para a passagem livre dos veículos por conta do fim do contrato de concessão das empresas com o governo do Paraná, que durou 24 anos. O leilão para a nova concessão está previsto para ser realizado somente no último trimestre de 2022, de acordo com a estimativa do governo federal, que será o responsável pela nova fase de concessões.

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