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Moraes mantém prisão de Rivaldo Barbosa, acusado de ser um dos mentores da morte de Marielle
Rivaldo Barbosa foi preso no dia 24 de março, acusado de ser um dos mentores dos assassinatos de Marielle Franco e Anderson Gomes.| Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negou nesta sexta-feira (18) um pedido de soltura apresentado pela defesa do delegado e ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes. O relator afirmou que a prisão deve ser mantida para "resguardar a aplicação da lei penal e a ordem pública".

Barbosa foi preso pela Polícia Federal em 24 de março deste durante a Operação Murder Inc. Além dele, a PF também prendeu o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), e o irmão dele, Domingos Brazão, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro. Todos acusados de serem mandantes do crime.

Na decisão, Moraes destacou que a "periculosidade" do ex-chefe da polícia do Rio "está amplamente demonstrada nos autos". Segundo a investigação, o delegado teria sido cooptado pelos irmão Brazão para garantir "a impunidade da organização criminosa".

O ministro lembrou que Barbosa era o supervisor de todas as investigações de homicídios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro e teria exigido que o crime fosse executado fora das dependências da Câmara de Vereadores, para que a PF não participasse da investigação.

"Observa-se, portanto, que Rivaldo Barbosa teria sido um dos arquitetos de toda a empreitada criminosa, e peça fundamental em sua execução. Assim, detém conhecimento sobre todos os elementos probatórios nucleares para a investigação, de modo que poderá, em liberdade, empreender esforços com o fim de afastá-los do alcance da Polícia Judiciária", escreveu Moraes na decisão.

O relator do caso ressaltou que os fatos narrados pela PF e pela Procuradoria-Geral da República (PGR) indicam que Barbosa "denota sua elevada periculosidade" por ter utilizado o cargo de delegado "para garantir a execução do crime e a impunidade da organização criminosa".

Para Moraes, a defesa "não trouxe argumentos aptos a afastarem os fundamentos da decisão que decretou a prisão preventiva do investigado, que se mantém íntegros na atualidade, não se comprovando nos autos excepcionalidade alguma que justifique sua revisão".

O ministro deu prazo de 48 horas para que o diretor do Sistema Penitenciário Federal adote as providências necessárias para avaliar o atual estado de saúde do delegado e informar "eventual necessidade de cuidados específicos e continuados, mediante a elaboração de relatório médico detalhado".

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