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Influenciadores como Monark, além de jornalistas, políticos e empresários estão entre os perfis censurados por Alexandre de Moraes.
Influenciadores como Monark, além de jornalistas, políticos e empresários estão entre os perfis censurados por Alexandre de Moraes.| Foto: Reprodução

O influenciador digital, Bruno Monteiro Aiub, conhecido como Monark, disse que a divulgação parcial do relatório da Câmara dos Estados Unidos que acusa o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de censurar a direita do Brasil no X pode sinalizar uma “mudança de ventos”.

O relatório foi divulgado parcialmente pelo Comitê Judiciário do Partido Republicano, na quarta-feira (17).

Como noticiado pela Gazeta do Povo, o documento compila registros enviados a um subcomitê do Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos pela X Corp, de propriedade do bilionário Elon Musk.  

De acordo com o documento, o ministro Alexandre de Moraes mandou censurar o influenciador digital Monark pelo fato de ele criticar a “censura a brasileiros”. A frase está na página seis do relatório, que foi disponibilizado na íntegra pela Gazeta do Povo e pode ser lido clicando aqui.

Segundo o relatório, ao todo, Moraes mandou retirar do ar cerca de 150 perfis nas redes sociais e outros 300 perfis correm risco de serem censurados.

Ao conversar com a Gazeta do Povo, nesta sexta-feira (19), Monark disse enxergar a possibilidade de uma convergência política em relação a um eventual afastamento do ministro Alexandre de Moraes e destacou que esse movimento contra a censura e o ativismo judicial não acontece só no Brasil.

“É como se tivesse jogado luz sobre esse vírus (da censura) que estava protegido pela escuridão porque não é só no Brasil que isso está acontecendo. Existem campanhas na Europa, no mundo inteiro, patrocinadas pelo mesmo grupo político. Então, também existe uma reação de um grupo político americano mais à direita contra esse outro grupo, de globalistas, que inclui a agenda de censura”, disse Monark.

Ao citar a reação de veículos de imprensa até então alinhados à agenda defendida pelas Cortes superiores do Brasil, Monark disse que o rechaço à censura atribuída, principalmente, ao ministro Alexandre de Moraes, é um sinal de que estamos vendo “uma mudança de ventos”.

“Acho que a elite brasileira já não está mais apoiando o Alexandre de Moraes. Ficou feio, ficou incômodo para eles, vai causar problemas. Estou vendo mudanças”, disse Monark ao não descartar um retorno ao Brasil no caso de um eventual afastamento de Moraes.

Monark está morando nos Estados Unidos desde setembro de 2023, quando disse à Gazeta do Povo que precisou deixar o Brasil por ter se tornado um “perseguido político”.

Monark virou alvo do judiciário por criticar medidas consideradas abusivas impostas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o período eleitoral do ano passado. Grande parte das críticas foram direcionadas ao presidente da Corte, o ministro Alexandre de Moraes.

O influenciador teve todas as redes sociais bloqueadas, em junho de 2023, por conta de uma entrevista com o deputado Filipe Barros (PL-PR) em que o parlamentar alertou para fragilidades das urnas eletrônicas com base em inquérito aberto a pedido do próprio TSE, no qual se confirmou uma invasão hacker ao sistema.

No despacho contra o influenciador, Moraes admite que Monark vinha sendo monitorado por servidores do TSE para identificar críticas à Corte eleitoral.

Em agosto de 2023, o ministro multou Monark em R$ 300 mil sob a alegação de que ele teria descumprido uma decisão judicial – o que, para o magistrado, justificou a instauração de um inquérito por suspeita de crime de desobediência.

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