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Arthur Virgílio com Beto Richa, deputado Michele Caputo e lideranças do PSDB do Paraná
Arthur Virgílio com Beto Richa, deputado Michele Caputo e lideranças do PSDB do Paraná| Foto: Karla Vieira / divulgação

Mesmo com o PSDB do Paraná já tendo declarado apoio ao governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, nas prévias presidenciais do partido que acontecem em novembro, Arthur Virgílio veio a Curitiba na última quinta-feira (21) para tentar conquistar os votos de alguns tucanos locais. O ex-prefeito de Manaus e ex-senador diz ter teses diferentes dos seus dois adversários: Leite e João Doria (governador de São Paulo), pautando sua candidatura na defesa da Amazônia e na proposta de implementar o parlamentarismo no país.

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Se Doria e Leite tiveram recepção fervorosa no estado, com direito a mini-comício para centenas de militantes, a visita de Virgílio foi mais discreta, com encontros pontuais com algumas lideranças do partido, sempre acompanhado pelo ex-governador Beto Richa (PSDB).

O pré-candidato reconhece não ser o favorito às prévias, mas destaca o que o motivou a participar. “As prévias ressuscitam o partido, que volta a ser um protagonista da política nacional. A gente estava se omitindo disso nos últimos anos. Ele que é o partido com o maior legado entre todos. Essas prévias são o começo da transformação do PSDB. Vamos divergir, debater, nos enfrentar, dentro do limite de não rompermos. Porque ninguém pode ficar invalidado de apoiar o outro depois deste processo. Destas prévias vamos avançando para processos internos cada vez mais democráticos”, afirmou.

Presidencialismo é sistema selvagem, diz Arthur Virgílio

Virgílio disse que candidato ou não à presidência da República, quer forçar o debate no PSDB sobre o parlamentarismo. “Acho que o PSDB deve fazer um grande congresso depois das prévias e depois das eleições. E, nesse congresso, caberá a crítica, a autocrítica e depois fixarmos uma grande campanha que já é minha: a defesa do parlamentarismo. Eu considero que grande parte dos males que passamos com os desgovernos foi por não termos a ferramenta mágica e saudável do parlamentarismo. O presidencialismo é um sistema selvagem, porque dá uma tentação a um presidente menos avisado de ele achar que é um rei, um monarca absolutista. E termina havendo traços de despotismo na forma como se lida com o poder no presidencialismo”, disse.

A outra tese defendida pelo pré-candidato nas prévias é a de um grande programa nacionalista de defesa da Amazônia. “Quero lançar um projeto ‘Salve a Amazônia: Riqueza de todos os brasileiros’, para ser como foi o ‘O petróleo é nosso’ nos anos 1950. A Amazônia é nossa e, para mantê-la, temos que ter uma boa governança sobre ela, o que não está acontecendo. Estão privilegiando interesses escusos e criminosos de garimpeiros, o desmatamento criminoso, a perseguição a índios. O mundo não vai deixar destruirmos a Amazónia. Então, tenho medo de uma intervenção militar americana sob a égide da ONU”.

Virgílio reconhece que o PSDB atravessou momentos conturbados, mas diz estar vendo nessas prévias a reconstrução da legenda. “Eu tenho orgulho do PSDB, sou tucano e jamais sairia do partido. Pensei muito há um tempo: poxa o PSDB me aborrece. Mas vou para onde? Qual o partido onde eu caibo? Não consigo ver outro. Então, tenho certeza que a vida do PSDB haverá de ser mais longa que a minha vida, porque a gente tem que criar partidos definitivos. A democracia se aperfeiçoa com partidos de verdade. Não tem que tirar o P de partido achando que, com isso, limpa a folha corrida. Me aborreceria muito se o PSDB passasse a chamar “Social Democracia”, por exemplo. Ao contrário, eu quero assumir o P de partido, olhar nos olhos das pessoas como partido político”, disse. Para ele, cabe agora ao partido discutir uma campanha pró-parlamentarismo “e as razões dos fracassos em tantos países que viveram a esperança, as benesses e, depois, as amarguras de uma socialdemocracia que não soube se reciclar”.

Tucano defende união de candidaturas de "terceira via"

O pré-candidato tucano defende uma união de candidaturas consideradas de “terceira via” para tentar quebrar a polarização entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro e diz que esse pode ter sido o grande erro de Geraldo Alckmin (PSDB) nas eleições de 2018.

“O ideal seria que a terceira via se aglutinasse, pelo menos reunindo aqueles partidos que valem a pena, que tenham boa tradição política, respeito à coisa pública. Temos que formar a mais ampla frente que pudermos, sem descaracterizar. E aí o grande erro do Alckmin. Ele saiu atrás de partido de tudo o que é tipo e fez o maior tempo de TV, disparado. E de que adiantou? Foi derrotado pelo Bolsonaro, que tinha 15 segundos. E o Alckmin se negou a fazer prévias”, lembra.

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