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Em dia de lama, agricultor aplica glifosato em lavoura gaúcha. Espera pelo sol atrasaria tarefa. | André Rodrigues/Gazeta do Povo
Em dia de lama, agricultor aplica glifosato em lavoura gaúcha. Espera pelo sol atrasaria tarefa.| Foto: André Rodrigues/Gazeta do Povo

O agronegócio brasileiro deve ter em 2016 dificuldades que se equiparam às de 2015, quando a desvalorização do real ajudou a valorizar produtos exportados mas houve clara desaceleração na produção primária. O novo ano chega carregado de incertezas, embora prevaleçam previsões de aumento na renda bruta.

Dólar pró-exportação

Com a previsão de que o dólar fique entre R$ 3,7 e R$ 4,5 em 2016, o agronegócio deve continuar exportando em ritmo acelerado. De janeiro a novembro, o setor exportou o equivalente a US$ 81,36 bilhões, 9,6% a menos do que no mesmo período de 2014. Em real o saldo do ano deve ser positivo.

A expectativa é que a produção agrícola renda 3,7% mais que no último ano, conforme estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), somando R$ 329 bilhões. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em 2015 houve retração de 1,4% no Valor Bruto da Produção (VBP) agrícola, para R$ 314 bilhões. O índice, puxado para baixo por recuo de 10% na cana-de-açúcar, não foi pior devido à soja e ao milho, que renderam 5% e 4% a mais, respectivamente, aponta o Mapa.

26,5 milhões

de toneladas de carne serão produzidas no Brasil em 2016, contra 25,8 mi/t este ano. O frango mantém a liderança e seguido pela carne bovina. A produção de leite será a mesma, de 36 bilhões de litros.

Os efeitos do El Niño em lavouras da metade norte do país podem levar a cortes na previsão da CNA. A redução das margens dos agricultores dificulta o desempenho de segmentos de serviços, comércio e indústria.

A pecuária, que arrecadou 2,26% mais em 2015 (R$ 177 bilhões) deve ter crescimento menor em 2016, de apenas 1%, conforme a CNA. As carnes devem ter mercado limitado, consideram os especialistas.

“Os consumidores continuarão substituindo os produtos mais sofisticados por similares mais baratos. O encolhimento do mercado interno é inevitável”, reforça o analista da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) Eugênio Stefanelo.

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