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Para o presidente do Instituto de Relações Internacionais e de Comércio Exterior (Irice), Rubens Barbosa, o presidente eleito da França, de viés liberal, ajudará a empurrar as negociações. | Sophie Robichon/ Mairie de paris/Fotos Públicas
Para o presidente do Instituto de Relações Internacionais e de Comércio Exterior (Irice), Rubens Barbosa, o presidente eleito da França, de viés liberal, ajudará a empurrar as negociações.| Foto: Sophie Robichon/ Mairie de paris/Fotos Públicas

Assim que foi confirmada a eleição de Emmanuel Macron para a presidência da França, na tarde de domingo (07), o governo brasileiro comemorou: o presidente Michel Temer parabenizou o político centrista pela vitória em sua conta no Twitter e o ministro das Relações Exteriores, Aloizio Nunes, divulgou uma nota de felicitações. Entre as razões dessa euforia, o Itamaraty avalia que Macron vai ajudar nas negociações para um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia (UE).

As negociações entre os dois blocos começaram em 1999 e até hoje não houve avanços significativos. Se a candidata derrotada da extrema-direita, Marine Le Pen, vencesse as eleições, o acordo ficaria em segundo plano, afirmou uma fonte do governo. Além disso, as chances de a França permanecer na Comunidade Europeia com Macron são bem maiores do que fosse Le Pen, que chegou a declarar que, se eleita, sairia da zona do Euro.

Para o presidente do Instituto de Relações Internacionais e de Comércio Exterior (Irice), Rubens Barbosa, o presidente eleito da França, de viés liberal, ajudará a empurrar as negociações. Porém, apenas após as eleições na Alemanha, o quadro ficará mais definido.

“As negociações vão acelerar a partir de setembro, depois da eleição na Alemanha”, disse ele.

Para o vice-presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, Luiz Augusto de Castro Neves, é preciso levar em conta que, nas negociações entre Mercosul e UE, as restrições francesas no que diz respeito à política agrícola europeia sempre atrapalharam o diálogo. A França sempre foi mais voltada para a proteção de seus agricultores.

“Resta saber se Macron vai conseguir superar a questão do protecionismo agrícola europeu. Do lado do Mercosul, Brasil e Argentina estão se abrindo mais, para ampliar suas participações no comércio mundial”, afirmou Castro Neves.

Em 2016, o Brasil exportou US$ 2,3 bilhões para a França. Os principais produtos foram minério de ferro, soja, óleo de soja e óleo diesel. No mesmo período, a importação brasileira de bens franceses somou US$ 3,7 bilhões. Entre os itens importados daquele país, destacaram-se vacinas, radares e partes e peças para aviões e helicópteros . A balança foi desfavorável ao Brasil, com um déficit de US$ 1,4 bilhão.

Com a política protecionista do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a expectativa é que as negociações entre Mercosul e UE tenham algum avanço. Trump praticamente sepultou, pelo menos por enquanto, a ideia de um acordo de livre comércio entre seu país e os europeus. Para governo e empresários brasileiros, o novo perfil de Washington poderá aproximar o bloco sul-americano não apenas da União Europeia, mas também dos países da Aliança do Pacífico (México, Chile, Colômbia e Peru).

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