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Pesquisa de microalgas realizada  na Universidade Federal do Paraná (UFPR), conduzida pelo  doutor André  Bellin Mariano | Arquivo/Gazeta do Povo
Pesquisa de microalgas realizada na Universidade Federal do Paraná (UFPR), conduzida pelo doutor André Bellin Mariano| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

As algas já foram consideradas o lixo dos mares. Agora, já existem pesquisas com base nessas plantas para combater resfriados e gripes, tumores e até AIDS e Mal de Alzheimer. Isso sem contar uma ampla busca por cosméticos de algas antiacne, antienvelhecimento, e também como um potencial biocombustível.

Quem constata tantas alternativas é Monica Jain, fundadora da Fish 2.0, uma organização não governamental (ONG) que estuda o investimento sustentável no setor de frutos do mar. Ela conta que as algas devem movimentar um mercado de US$ 45 bilhões até 2023, segundo pesquisa da consultoria de mercado Credence Reasarch, em 2016.

“Muitas pessoas imaginam as algas como algo viscoso, possivelmente tóxico, uma escória verde. Mas esse grupo diversificado de plantas aquáticas com crescimento rápido está prestes a deixar essa imagem, e se tornar breve algo glamouroso”, escreveu Monica Jain em artigo na National Geographic.

A especialista destaca vários segmentos que consideram algas um ‘superingrediente’ sustentável: alimentação animal (incluindo peixes, claro), remédios, cosméticos, suplementos alimentares, plásticos biodegradáveis e fertilizantes. “E também surgem como uma comida vegetariana dos mares”, diz.

Fazendas de algas: microalgas e macroalgas

Existem dois tipos de algas marinhas: microalgas e macroalgas. As primeiras são organismos unicelulares e estão sendo utilizadas, por exemplo, para suplementos de proteína e Omega 3, o que representa uma alternativa para as famosas - e caras - cápsulas de óleo de peixe. Em Curitiba, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) desenvolveu um projeto para gerar biocombustível a partir de microalgas.

Além disso, as microalgas são uteis para revigorar áreas de criação de mariscos. “Em muitas áreas de cultivo de ostras, por exemplo, o ambiente do oceano já não fornece algas que as ostras precisam para crescer”, conta a fundadora da ONG.

Já as macroalgas são plantas aquáticas que crescem diretamente no oceano, e podem ser cultivadas em áreas costeiras.

“Isso faz das algas uma excelente oportunidade de desenvolvimento econômico para comunidades de pescadores no hemisfério sul: fazendas de algas oferecem renda e trabalho quando o clima está ruim ou a pesca é insuficiente”, avalia a especialista.

Salgadinho de alga marinha

Compradores certamente não faltam. Segundo especialista, já foram inventados até mesmo salgadinhos de algas marinhas, parecidos em sabor e mais nutritivos que os famosos snacks de milho, com altas doses de fibra, proteína e iodo.

Nos Estados Unidos, os salgadinhos de algas cresceram 30% em 2014, com vendas de US$ 250 milhões. “Com os negócios de algas, temos uma chance real de preservar os habitantes dos oceanos e permitir que comunidades ribeirinhas prosperem, ao mesmo tempo em que produzem soluções naturais para o controle de doenças, para a nutrição e para cuidados com a pele”, finaliza Jain.

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