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Seca provocou quebra de 25% no milho em todo o Brasil, fator que mais pesou na média negativa do PIB agropecuário. | HUGO HARADA/Gazeta do Povo
Seca provocou quebra de 25% no milho em todo o Brasil, fator que mais pesou na média negativa do PIB agropecuário.| Foto: HUGO HARADA/Gazeta do Povo

O Produto Interno Bruto (PIB) agropecuário teve retração de 6,6% em 2016, comparado a 2015, informou nesta terça-feira (7) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A queda anual é a maior da série histórica com a atual metodologia, iniciada em 1996. A média geral do PIB brasileiro fechou em -3,6% que deu ao momento vivido atualmente o título de pior recessão da história do Brasil.

‘PIB agropecuário’ é diferente de ‘PIB do agronegócio’

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), estima que o Produto Interno Bruto (PIB) tenha crescido 4,39% somente de janeiro a novembro de 2016. Os dados do ano inteiro ainda não foram divulgados. A diferença tão grande entre os números das duas instituições ocorrem por que há várias diferenças de metodologia em relação ao padrão adotado pelo IBGE. Portanto, não é possível confrontar um número com o outro, porque eles são obtidos de maneira diferente.

O IBGE usa a terminologia PIB agropecuário, que significa, a grosso modo, que os produtos levados em consideração nessa conta são aqueles da porteira para dentro (bens primários). Já o Cepea considera a cadeia como um todo, utilizando para isso quatro segmentos: insumos, primário, agroindústria e serviços. Todas essas categorias são aplicadas em dois ramos: ramo agrícola e ramo pecuário. Os dados completos sobre a metodologia do Cepea e as diferenças entre os dois números estão disponíveis no site da instituição.

O resultado agrícola ruim foi provocado pela quebra de safra na agricultura, por causa de problemas climáticos. A safra de milho encolheu 25,7% em 2016. A produção de cana de açúcar encolheu 2,7%, enquanto a safra de soja diminuiu 1,8%.

Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, ressaltou que o peso de cada produto foi decisivo para provocar o resultado da agropecuária. “Essas três culturas pesam cerca de 60% do total da agricultura brasileira: milho, cana e soja. E o que cresceu pesa mais ou menos só 10% da agricultura brasileira”, completou a coordenadora do IBGE. Rebeca refere-se ao crescimento de 22% na safra de trigo, 15,5% no café e 2,8% na mandioca.

Paraná

O PIB agropecuário do Paraná teve resultado melhor que o nacional, mas ainda assim fechou em baixa: -3,1%. Assim como no cenário brasileiro, a quebra na safra de grãos foi determinante para definir o desempenho negativo. As informações são do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes).

O presidente do Ipardes, Julio Suzuki, prevê que em 2017 a economia paranaense vá retomar a rota do crescimento, principalmente puxada pelo agronegócio. “Os setores de agricultura, pecuária, silvicultura e outros segmentos serão impulsionados principalmente pela produção de grãos: soja e milho. Estes devem ser os grandes vetores e acreditamos que a agropecuária vai fazer a grande diferença neste ano”, diz. O instituto calcula alta de 6,2% no PIB agropecuário e de 1,5% na média estadual.

Previsão para o Brasil

O agronegócio também deve ter papel de destaque no início da recuperação da economia do Brasil prevista para ocorrer em 2017. Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, acredita que neste ano o PIB crescerá 1%, impulsionado em particular pelo agronegócio. A previsão é de que as colheitas sejam positivas, com aumento de 17% na produção, acompanhado por uma alta de preços.

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