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| Foto: ANDRE RODRIGUES/ANDRE RODRIGUES

Enquanto a soja dispara rumo aos US$ 11 por bushel na Bolsa de Chicago, a saca é negociada acima de R$ 90 no Brasil. O rally que adicionou às cotações internacionais da oleaginosa quase R$ 2,50 no último trimestre teve reflexo no mercado interno, que já vinha sendo beneficiado pelo câmbio. A escalada do dólar – que desde meados do ano passado vinha sendo o principal pilar de sustentação dos preços domésticos, mantendo o mercado brasileiro aquecido durante um período de baixa em Chicago – voltou a ganhar ganhou força nas últimas semanas depois de um período de acomodação em abril.

Com os dois principais termômetros do mercado caminhando na mesma direção – para cima –, as cotações domésticas explodiram não apenas nos portos, aonde já vinham se mantendo elevadas pela demanda externa, mas também nas praças de comercialização do interior. No Paraná, polos industriais como o de Ponta Grossa chegaram a registrar picos de R$ 93 por saca nesta semana, enquanto em Mato Grosso regiões que tiveram oferta reduzida pela quebra climática, como Sorriso, bateram em R$ 85.

Com uma parcela cada vez maior da soja brasileira sendo direcionada à exportação – o ritmo de vendas externas nos quatro primeiros meses do ano foi 60% superior ao anotado entre janeiro a abril de 2015 – os estoques domésticos estão enxutos. Segundo analistas, a indústria nacional tem a sua disposição menos de 30 milhões de toneladas para se virar até o final do ano, quando a nova safra começa a entrar no mercado.

No entanto, após os recordes consecutivos no volume exportado em abril e maio, a expectativa do setor é que os embarques de soja no Brasil tenham um recuo de 20% em junho deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado, chegando a 5 milhões de toneladas. Com a menor oferta do grão para exportação e a forte demanda dos compradores, os prêmios oferecidos pela soja brasileira nos portos estão em níveis bastante elevados. Por outro lado, os embarques no mesmo período devem crescer na Argentina e chegar a três milhões de toneladas.

Nos Estados Unidos, os produtores aproveitaram a alta das cotações da soja no mercado futuro e venderam quase o dobro de produto de uma safra que sequer terminou de ser semeada. De acordo com a agência Reuters, o volume comercializado antecipadamente na atual safra é 14 pontos percentuais acima do volume negociado no mesmo período do ano passado.

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