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Secretário de Agricultura e Pecuária de Ponta Grossa, Gustavo Ribas Netto, um dos organizadores da 38.ª Efapi. |
Secretário de Agricultura e Pecuária de Ponta Grossa, Gustavo Ribas Netto, um dos organizadores da 38.ª Efapi.| Foto:

Num momento em que os preços pagos aos produtores brasileiros mostram-se lucrativos devido à forte desvalorização do real (que foi de mais de 50% em um ano), a agricultura e a pecuária passam a depender de mais apoio do crédito a juros controlados. O acesso aos financiamentos torna-se decisivo para a renda no campo, afirma o secretário de Agricultura e Pecuária de Ponta Grossa, Gustavo Ribas Netto, um dos organizadores da 38.ª Efapi. Leia principais trechos da entrevista.

Os preços da soja em real são positivos, mas os produtores estão comprando menos máquinas. Há risco de queda das vendas na Efapi?

Os juros aumentaram muito, mesmo o juro do custeio. Temos hoje um juro de 8,75% ao ano. Se não conseguir captar esse juro, você vai captar a 17%, 18 % ao ano, que é muito caro, inviável para a atividade. Houve um aumento do custo de produção. O nosso custo de produção cresceu em torno de 30%. Mas o que vem é uma perspectiva de um ano não muito ruim. É o dólar alto [na comparação com o real] que está garantindo que o produtor ainda tenha rentabilidade neste ano. Como comprar máquinas novas com os juros de hoje sem apoio no abate de juros? Quem está entrando em conta numa época como hoje está se arriscando muito.

As feiras do agronegócio deste ano arrecadam menos do que o previsto em todo o Brasil. A Efapi se insere neste cenário?

Estamos com uma boa perspectiva em torno do gado, dos cavalos, mas para conseguir que isso seja efetivo, precisamos de atrativos. Precisamos de condições melhores no banco, facilitadores de crédito. Então temos uma perspectiva menos favorável do que gostaríamos. As feiras, hoje, estão saindo da conotação do comercial e precisam passar uma conotação de exposição. Porque o agricultor precisa ter acesso à tecnologia de maquinário, de genética do gado, saber o que aquilo pode render a ele. Isso a gente tem que mostrar. As exposições têm que focar em conhecimento, troca de informação. Em cima disso, o resto vem.

Como o senhor vê essa característica da Efapi de, apesar de ser feira agropecuária, buscar aproximação com a população urbana, com diversão, shows de música?

A Efapi tem uma condição que a gente não tem em nenhum parque do estado. O Centro Agropecuário está junto com o Centro de Eventos, e a Efapi usa ambos. Ela tem uma vantagem em relação a outros locais. Nós fechamos o Centro Agropecuário e o Centro de Eventos continua funcionando [para o shows de música, por exemplo]. O setor rural tem que se aproximar do setor urbano, e o meio urbano tem que conhecer o que é o meio rural. Essa troca que vem acontecendo há anos na Efapi. Quanto maior essa troca, melhor é a informação. A população engrandece a festa.

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